02 maio 2004

DVD

Testemunhas contra a máfia
Com Mira Sorvino, Mariah Carey e Melora Walters
Drama. EUA, fevereiro/2004

Eu gostei! Filme que une o lado violento/criminoso dos filmes de máfia com o emocional/sensível dos filmes de amizade entre mulheres. Com pitadas de suspense e alguns bons momentos cômicos, a história é envolvente e se desenrola de modo a prender a atenção.

Comentário fútil: impressionante como Mariah Carey, que todos sabemos ser linda de corpo, parece até gordinha no filme – culpa de uma involuntária comparação com suas colegas-atrizes-esqueléticas de Hollywood, e também do efeito inegável das câmeras sobre a nossa tão batalhada silhueta. Meninas, fujam das câmeras!!


Caminho das Nuvens
Com Cláudia Abreu e Wagner Moura
Drama. Brasil, 2003.

Gosto muito dos atores principais, e a atuação deles foi o único grande barato do filme. De resto, infelizmente, é mais um filme nacional “de estrada” (a exemplo de Central do Brasil, mas bem pior) que você pode assistir lendo uma revista, tomando café e verificando se chegou e-mail a cada cinco minutos. É a história de uma família que sai do sertão da Paraíba rumo ao Rio de Janeiro de bicicleta: o pai (Wagner Moura) encafifou que quer achar um emprego de “mil real” na cidade maravilhosa. O resultado é lento e aborrecido, apesar de sensível. Aliás, em termos: por sensibilidade, entenda uma mãe sofrendo por ver os filhos passarem necessidade, e a ambição comovente e utópica de um pai que quer dar sustento a uma família numerosa. Só.

Comentário fútil: Bom, pelo menos a gente vê a malvada Laura, enfiada num vestidinho surrado e com sandálias rasteiras, totalmente desglamourizada e sofrendo o diabo... hohoho, Maria Clara devia estar na primeira fila!


LIVRO

Caiu na minha mão um livro (emprestado do emprestado do emprestado) sobre economia doméstica: “Sobrou Dinheiro! – Lições de Economia Doméstica”, do economista Luís Carlos Ewald.

Tudo muito bom, tudo muito bem, mas, lá pelas tantas, salta esta pérola: “(...) Para os homens também vale fazer a barba em casa e basta estender o prazo entre os cortes de cabelo, obedecendo inclusive ao ciclo da lua. Corte entre a lua minguante e a lua nova faz com que o cabelo leve mais tempo para crescer...”

Preciso dizer algo, ou você está pensando o que eu estou pensando?


Nosso governo estadual, um exemplo em cultura: cabo eleitoral a um real (rimou!).


Nem vou dizer nada. Basta ler, abaixo, um trecho do artigo do Xexéo no Globo:

“Não é que seja uma má idéia. É até boa, o que é surpreendente vindo do governo de dona Rosângela Matheus. A partir de segunda-feira, o Teatro João Caetano volta a abrigar apresentações de música popular brasileira a ingressos populares em horário compatível com o fim do expediente de quem trabalha no Centro da cidade. É a tentativa de trazer de volta os bons tempos do Projeto Seis e Meia. Só que agora o horário é 18h e o projeto chama-se Fim de Tarde. Outra característica nova: o ingresso popular é exatamente R$ 1, como de hábito nos projetos populistas de dona Rosângela.

Primeiro problema: por que seis da tarde? O Seis e Meia não era às seis e meia por acaso. O trabalhador tinha meia hora para sair do emprego e chegar ao teatro. Para chegar ao teatro às 18h, ou o público vai ter que pedir ao patrão para sair mais cedo ou o João Caetano vai ficar cheio de desocupados.

(...) Mas quem dona Rosângela contratou justamente para abrir o projeto nesta segunda-feira: Elymar Santos, é claro.

Pegou mal. O maior cabo eleitoral da governadora é a primeira atração do projeto com mais visibilidade da até agora invisível Secretaria de Cultura de dona Rosângela. Tem alguma coisa fora de ordem aí. Dona Rosângela e Elymar deveriam vir a público dizer qual é o cachê que o cantor está recebendo para fazer a minitemporada (cada show fica em cartaz por uma semana). Ou será que, seguindo o estilo de sua política predileta, Elymar também está cobrando só R$ 1 de cachê?"


E Elymar respondeu ao artigo, na semana seguinte, revelando que recebeu um cachê de R$ 19 mil pelos shows da semana. E acrescentou que era pouco – pagar banda, equipe etc...

É, deve ter sido pouco para um Elymar, ícone da cultura brasileira, mesmo. É isso aí.