16 novembro 2005

Milho verde, jacaré e moita


Cariocas cansaram das chuvas (eu estava adorando, confesso), e chegou o sol. De brinde, deu dia lindão no feriado ontem.

Gaúcha aqui teve a idéia de jerico (sou mestra) de ir caminhar na praia BEM na hora do regresso dos banhistas, à tardinha, quando o sol está indo embora e o povo idem – menos a gaúcha branquela, claro, que sai às 6h da tarde com protetor 30 e ainda espreme os olhinhos.

Pois bem. A praia era a sucursal do inferno, e as adjacências estavam absurdamente engarrafadas. Não havia para onde fugir. No calçadão era criança de patins, mãe irritada, pai bêbado, milho-verde rolando no chão e servindo de bola para o futebol atrapalhado dos adolescentes – ah, quantos gambitos tive vontade de chutar!

A ciclovia era invadida por motos, claro.

Nos carros parados, funk no último. (Popozudas não fariam falta alguma, não sei por que escolhem o fofo do urso panda em vez delas...)

Falar em extinção, no canal da lagoa (aquela imundície, como fede!), sobre a pontezinha de madeira apodrecida, uma dúzia de curiosos “admiravam” um banhista tímido: jacaré. Ai, meus sais, aonde vim parar??

Ainda na beira da praia, cansei de desviar dos cocos e dos milhos, e atravessei a rua. Quando pensei que tinha me dado bem, a cena me surpreende: um filho da mãe mijando na árvore. Me deu um susto imenso – embora, a bem da verdade, o “susto” dele nem fosse para tanto.

- Por uma mera questão de proporção, se eu fosse você, mijava numa moita. Ficava menos feio.

(Por que essas coisas não me ocorrem na hora?)