Na rua
Em Ipanema, ontem à noite, estacionei e fui conversar com uma tia que vendia churrasquinho na esquina:
- Oi... será que pode estacionar ali?
E ela, casual:
- Você estacionou no meio da rua?
- Não!
- Então pode.
Quem mandou eu fazer uma pergunta idiota?
***
No salão de beleza
O papo era sobre cachorros. A dona do salão se gabava do Brutus, fiel, amigo, enorme – batia no ombro dela, quando “em pé”. Mas dava um trabalho... E ela gastava um salário mínimo por mês, só em ração!
E a manicure:
- Pois o meu, vira-lata mesmo, quase morreu outro dia. Foi envenenado. Já imaginou, que judiaria? Só se salvou porque eu botei um ovo na boca dele.
E eu, péssima de entrar de bunda no assunto alheio por educação:
- É mesmo? Desintoxica?
E ela:
- Não, OVO! Ovo mesmo. (Como se eu estivesse surda). Puta simpatia. Salvou o cão.
Sabia não.
***
No posto
Desci do carro para abastecer (gás), veio o moço puxar papo:
- Cadê o...?(faz gesto de cabelo comprido)
- O cabeludo?
- Esse!
- Tá em casa.
- É seu irmão, né?
- É.
- Reparei. (Olha para os meus pés). ‘Cês não são daqui, né?
- Não. Do sul.
Ele continua olhando para os meus pés.
- Reparei. Lá se usa isso, né?
- Botas??? (Eu, já intrigadíssima)
- É, botas.
- Sim, lá se usa...
- É cada coisa, hehe. Mas eu também, quando era moda, usava “kichute”.
- Completou, né? Quanto deu?
(Antes que aquele papo evoluísse...)
Esperança ou a falta dela
Há 3 anos