21 setembro 2006

Blindado

Deveriam fazer uma pesquisa científica para descobrir de que material é feita a pele do presidente – e, depois, utilizá-lo na blindagem de carros. Daria uma grana preta.

Nada, absolutamente nada pega nele. Incrível. Isso nem é mais uma caso político; é esotérico.


Boneco promocional

Coitadinho, teve que fazer uma cirurgia na mão e está todo entalado (com tala). Sobrou-lhe a mão direita, orgulhosa e ativa, mas visivelmente abalada com a baixa da colega.

- Faz um café pro mano?

Às vezes ele ainda fala na terceira pessoa, como quando éramos crianças, e acho tão bonitinho. Me dá confortável sensação de ser protegida – mimos de caçula são eternos, abafa o caso...

Detalhes cirúrgicos à parte, o médico mandou que ele mantivesse a mão para cima o máximo de tempo possível. Ajudar na cicatrização. Essa é a parte engraçada, porque olho para o lado e ele está aqui, no computador, arrastando o mouse com a mão boa e apontando a ruim para o alto, num aceno eterno, como um bonequinho promocional desses de posto de gasolina. Hihi.

Descolasse um bico, garanto que vendia mais que o tigre da Esso.
(É da Esso?)


Festival da cenoura ralada

Não posso ver uma promoção, comprei um saco de cenoura ralada pelo preço de... sei lá, de meio saco. Fiz mau negócio. Não posso mais ver cenoura ralada.

Meu filho, please não vire um coelho.


O primeiro vestido

Achei uma ponta de estoque de moda gestante, lá fomos nós. Coisas lindas, acredite. Minha mãe me deu de presente um vestidinho: meu primeiro vestido de grávida.

Experimentei e achei o máximo, todo soltinho, suuuuper confortável, além de preto. Contudo, saí de lá já meio ressabiada: vou mesmo poder usar isso na rua? Minha mãe diz que sim, que a gente se sente meio pelada mas é legal. (Como será que é MEIO pelada??)

O que eu mais ouço: “você vai precisar de roupas fresquinhas para o verão”. As pessoas dizem muito isso, estou quase me imaginando uma bola incandescente, suando em bicas e me arrastando, com as duas mãos em concha segurando o barrigão. Mas é verdade, porque o rebento rebenta em fevereiro, imagine o calor do Rio nos meus meses mais críticos. Então, vou me habituando desde já aos vestidos. Nunca fui muito chegada a eles – pior, nem eles a mim -, mas vamos lá.

Quando criança, rejeitei um vestido que me arrumaram e devia mesmo ser muito lindo, ou fofo, ou gracioso ou coisa assim, mas tinha um defeito que arrasava qualquer adjetivo: pinicava. Tanto que o apelidei de “vestido de estátua”, porque tinha para mim que era impossível me mexer enfiada naquele traje.

Mas como as coisas mudam. Aos 14 anos, comprei para mim mesma um vestido (está certo, empurrada por uma colega, mas paguei com o meu dinheiro!) que, esse sim, era um escândalo. Feito de retalhos de cotton (naquele tempo se dizia cotton) e vinil (naquele tempo se usava vinil, tá?), o negócio era tão grudado no meu corpo, mas tão grudado que logo na estréia me acusaram de salsicha. Tinha mesmo feito uma dieta, andava meio magrela, mas me achando.

Gostei tanto que usei umas duas ou três vezes. Para um vestido, era recorde! Está bem, confesso que ainda é.

Não há de ser nada, agora vai ser diferente, eu sinto, estou empolgadíssima. Acho que essa coisa de ser mãe implica, entre outras coisas, em vestidos.

Acho que esse negócio de ser mãe pinica (entre outras coisas, claro).