24 setembro 2005

Fôlego

Ando de saco cheio dessas pessoas. Que falam assim. Muito pausadamente. De duas, uma. Ou elas acham. Que a gente vai entender melhor. O que elas dizem. Ou lhes anda faltando. É fôlego mesmo.

Yoga nelas.


Gerações

Ele me pediu uma mãozinha no micro.

- Pai, já desinstalei o Yahoo Messenger...
- Beleza, filha! Assim que puder, desatarraxa o resto.


Ciber-cão de guarda

Sem noção esse cachorrinho vigiando a gente aqui no Word, né?
Vai me ensinar a escrever, Totó?

“Ocultar”, please.

(E Totó finge de morto).


XIS coração

Acho que eu devo registrar aqui que acabo de comer um XIS coração maravilhoso, como nos meus sonhos. (Quem acompanha o blog vai entender).

Agora, sim, sinto que cheguei nos pampas.


e-fofoca

Nunca vi terra mais fértil que a Internet para uma boa fofoca.

As pessoas “esbarram”, acidentalmente, no perfil dos outros no Orkut, e vão deslizando pelos recadinhos alheios, e derrapam nos álbuns de fotos, e comentam, sem querer, e dão uma espiadinha aqui e ali, por engano, e já que estão ali, fuçam mais um pouquinho, abrem um arquivo, por via das dúvidas, quem sabe, de repente, ops!

O mouse é a nova versão da mão-boba. Cuidado, você.

22 setembro 2005

Vim ver minha família na minha cidade. Morreu uma tia superjovem. Mencionei o caso aqui há um tempo, quando ela ainda estava doente: câncer no útero. Lutou o que conseguiu.

Pensei se escrevia aqui sobre isso, ou não...

Ninguém sabe o que dizer numa hora dessas. E nem adianta, porque a morte é uma mão muda e surda que simplesmente leva embora; não negocia. Olhando a morte assim de perto, fica uma certa impressão de que as coisas da vida (TODAS) são muito mais negociáveis do que supõe a nossa pobre consciência. Questões de jogo, equilíbrio, balanço, adaptação: são coisas da vida. Vai-e-vem. Ondas.

E ela foi cremada e quis ser jogada no mar.

15 setembro 2005

Enfim, alguém que me entende
(ah, colegas de zodíaco...)


“E porque eu não posso comer nada* minha geladeira só tem frutas e legumes. E as crianças sofrendo por um chocolate.

*Sou um pouco rebelde porque sou sagitariana. Então sábado eu tomei quatro chopes e comi um monte de pedaços de uma pizza que chegou navegando na gordura. Tudo tem um limite, afinal. Morri? Não. Então pronto.”



Comentário Geral - TVE


Para quem quiser me ver na telinha: dia 29 próximo, às 21h, vai ao ar o Comentário Geral, na TVE.

Gravei um depoimento sobre o livro da Lya Luft “Reunião de Família”. Depois eu lembro vocês de novo.


Propaganda

Quero
sua risada mais gostosa
esse seu jeito de achar
que a vida pode ser maravilhosa

(Tem uma propaganda com essa música na TV. Alguns clichês, quando bem posicionados, têm a capacidade de nos dar nós na garganta. Water, please.)

13 setembro 2005

Amnésia




Você já viu Amnésia?
(Não vale dizer que viu, mas esqueceu...)

O filme é de 2001, mas eu só assisti agora. Depois do assassinato da sua mulher, Leonard (Guy Pearce) passa a sofrer de amnésia recente, e vai tatuando o corpo com anotações – referências que o ajudam a se situar no presente.

O roteiro é muito bem construído, os atores estão ótimos, o suspense é intrigante e mantém o espectador de olhos grudados do início ao fim. Filmaço.
Bronca de pai


- Tu não vais mais atualizar aquele teu blog?
- Pô, pai, tô na maior correria, e...
- Só tem aquele do detergente econômico, já faz um tempão!
- Eu sei, desculpe, é que estou escrevendo outras coisas... Imagina que...
- Tá, tá. Mas escreve no blog também. Assim não dá. Passo lá todo santo dia, várias vezes por dia, e o texto não muda!

Engraçado ele dizendo “passo lá todo santo dia”, como se fosse mesmo um lugar – físico.

Pouco tempo atrás, por mais que mirasse, não acertava uma @ no alvo.

01 setembro 2005

Econômico MESMO!


Comprei um detergente em gel, desses cujo rótulo promete: “muito mais econômico!”

Comecei a usar. Hoje vi que, no fundo do frasco, diz assim: “Usar até: 07/2008”.

Nossa. Põe econômico nisso.
Hoho.


Publicidade na internet


Um site de vendas inventou uma mega-ultra-hiper-liquidação para o mês de agosto, e chamou de “Cachorro Louco”.

Até aí, tudo bem. Nada além de falta de originalidade.

Acabando o mês, eles mandam para os clientes um e-mail com o título: “quem perde o Cachorro Louco fica com raiva”.

Pára, aí já é mau gosto mesmo.


Sabedoria da Radical Chic


"Adoro quando os feirantes, os porteiros e os pedreiros do meu bairro me
chamam de gostosa. É a comunidade solidária!"
Quando eu estive em PQP


Eu tive um sonho assim esquisito: estava indo para Nova York quando, de repente, a minha parte do avião (?) se perdeu do resto (?). E foi parar num lugar para lá de estranho, que eu não tinha a mínima idéia de onde era.

Chegando a esse destino inusitado – que, para fins didáticos, passarei a chamar de “PQP” -, descubro que ninguém lá fala a minha língua. Tampouco inglês. Tampouco alemão. Tampouco espanhol. Tampouco francês. Espanhol já disse? Enfim, ninguém em PQP fala língua alguma que se possa, digamos, tirar de ouvido.

Apavorada, entro num restaurante (a comida PQPnesa eu nem tive chance de provar, sinto muito), e começo a perguntar a todo mundo:

- Do you speak english? Do you speak english?

Necas. Ninguém speak english em PQP. Resolvo reclamar em bom português:

- Puta que me pariu, ninguém fala inglês nesta bodega??!!

Foi quando uma senhora portuguesa me ouviu, entendeu e acudiu. Explicou que eu estava mesmo muuuuuito longe de Nova York, e me indicou o caminho até o aeroporto mais próximo. Que, aliás, também era longe para dedéu. (Como eu havia chegado a PQP a bordo de um “pedaço” de avião - que se despencara do resto do bicho original -, não tinha nem pousado em aeroporto algum. Aterrissei foi no meio da rua mesmo. Em PQP, você sabe, rola de tudo.)

Com dificuldade, andei até o aeroporto. Cheguei esbaforida, e expliquei (?), com gestos (?), a minha triste história. Que eu tinha porque tinha que ir a Nova York, e que me arrumassem um vôo, era tudo que eu pedia, pelo amor de Deus.

PQP, enfim consegui!

Voei até NY (de avião inteiro, que sucesso).

Quando entro no saguão do aeroporto, surpresinha: PQP, esqueci TODOS os meus dólares em PQP! Não tinha dinheiro nem para uma bolacha. Nem uma coca light. Nem o táxi.

7:30 da matina, o porteiro me acorda aqui com o interfone. Levanto meio tonta, assustada, e atendo.

- PQP, alouuuu!!!
- Dona Bíbi, seu táxi chegou.
- PQP! Não pedi táxi nenhum!!!
- Ah, desculpe, então foi engano.

Então é isto. O problema de ir a PQP é que chegar é fácil - qualquer pedaço de avião voa até lá.

Agora, vá tentar sair.