01 dezembro 2001

Gente, vam'colaborar.
Aceito dicas de sites, com flash e musiquinha. Agora estou podendo.
Está um dia cinzento e delicioso no Rio de Janeiro. Chega de derreter os gaúchos, né, Pai do céu?
(Té parece)
Não estou para muita conversa, minha irritabilidade está batendo lá no teto, e não é nem TPM.
Gente, vam'colaborar - já disse.
Ontem ouvi aquele disco do Renato Russo cantando em italiano, que transforma irritação em choradeira, e depois entrei no carro, a luz da (falta de) gasolina acendeu, a choradeira se transformou em preocupação, saí na rua, a preocupação se tranformou em medo, parei no sinal, o medo virou pânico, gritei, o coiso ficou verde, acelerei, o grito sentiu o vento batendo na minha testa e se transformou em música. Inevitável.
Cantei até chegar em casa. Em italiano - equilíbrio distante. Idioma desconhecido. Mico. Mas o carro é meu, a goela é minha, tá olhando o quê?
Se eu botei gasolina?
Me dá o dinheiro, que eu ponho.
Tá olhando o quê, ainda, cara-pálida?
Esperando eu concluir o texto?
Tó, conclusão:
eu acho que a irritação é mera questão de falta de combustível, a bem da verdade. E o Renato Russo é um furo no tanque - só faz pingar mais ainda.
Desperdício?
Desperdício é andar por aí sempre com o tanque cheio. Cadê graça? E cadê ar???
Muito preenchimento sufoca. Tem de haver uns buracos. Lágrima e gasolina, é tudo combustível. Tem de vazar.
Precisando de uma traça, Renato Russo é o que há.
Fui.

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