BARBA, CABELO E BIGODE
Eu citei aqui, outro dia, que faço depilação no bigode. Com cera.
E houve gente dizendo que "as mulheres não devem confessar esse tipo de coisa", que "perde o encanto", etc. E que o nome da coisa é "buço", ainda por cima.
O QUÊ?? CENSURA NO BiBlog???
Não, senhores!
Ok, vou explicar aos censores desavisados: pisar na jaca, vez por outra, é um ato artístico cuidadosamente planejado, ou acidentalmente muito bem colocado. Minhas linhas não são retas; elas têm calombos. E meu bigode é douradinho e fininho, TÁ? Um luxo de bigode.
Olha, que maravilha, poder compartilhar meus aborrecimentos estéticos com vocês. Não são reles pêlos, caríssimos. Tudo é texto em potencial, e a poesia mora justamente nos seus bigodinhos, caso não saibam - o bom da arte é justamente encontrá-la na inusitada cera quente, num improvável sentimento, ou num desprezível acontecimento.
A olho nu, tudo é completamente sem graça. Cabe a nós a tradução; colocar um batonzinho nos fatos não é crime nenhum.
Portanto, deixem-me em paz com minha barbinha pública (eu disse PÚBLICA, não vão me acusar de estar usando palavras de baixo calão!). Qual é a graça de sentir a dor da cera e não contar a ninguém?
Eu, portanto, ponho o meu bigode no mundo. Meu cavanhaque, idem. Minhas mazelas cutâneas são dignas de prosa e verso, e daí? Sagitariano tem mania de grandeza; é o sotaque de Júpiter - nosso planeta regente é justamente o da EXPANSÃO.
Não venham querer segurar a coisa que em mim se expande, porque eu expando e explodo, hein?! Olha que eu explodo!!
E outra: "buço", artisticamente falando, não chega nem aos pés de um bom "bigode". Leia em voz alta: BIGODE. Sinta os fonemas: BIGODE!
Eu me recuso a usar BUÇO, tendo BIGODE à disposição. Seria muita falta de senso estético; buço é um tremendo desperdício literário, e me fere a ética.
Fiquem vocês com esse tal de buço inconfessável, privadíssimo e sem sal, que eu vou de bigode, um bigode amplo e irrestrito, meu bigodinho muito público, chiquérrimo, feminino e... fashion.
Perco o encanto, mas não perco a piada. E tenho dito.
Esperança ou a falta dela
Há 3 anos
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