Begônias virtuais não murcham
Uma versão atualizada para o clássico “As flores de plástico não morrem”, hehe.
Bons dias!!! Segunda-feira, 7h da matina, um Rio de Janeiro nebuloso e até meio manhoso ameaça derrubar suas lágrimas em frente à minha, à sua, à nossa pracinha. Estive um tanto ocupada durante a semana que passou – nem tanto regando begônias, mas, muito, plantando planos e artes.
Na verdade, o fim de semana passou e eu nem vi. Ontem teve ensaio da Analógica, o dominical de sempre, eu me senti bem, e me lembrei do que me diz uma amiga: cante sempre! Você respira corretamente enquanto canta... serve para equilibrar os chakras, bobinha!
Taí. Eu, que sou uma moça cheia de chakras, nunca havia pensado nisso. Cantar para equilibrar os chakras. Ontem eu levei os meus chakras para o estúdio e praticamente joguei futebol de botão com eles: o cardíaco, que fica aqui bem no meio do peito, agradeceu. O som do baixo vibra é bem nele, já notou?
(Na verdade, reverbera um pouco ali no plexo solar – que fica uns quatro dedos abaixo do estômago).
Estou falando grego, não, né? Quando eu estiver, me avisem.
Um dia eu fui a uma astróloga que me disse que eu deveria procurar trabalhar com musicoterapia. Achei aquilo até bonito, mas tão careta... ela disse que eu me sentiria melhor se pudesse ajudar os outros com o dom-que-Deus-me-deu (clichê?, eu?).
Perguntei a ela se eu não podia continuar tocando meu baixo e cantando por aí, dizendo umas besteiras para as pessoas rirem entre uma música e outra, essas coisas das quais não consigo me livrar, nem me esforçando. Mas ela disse que não: é mu-si-co-te-ra-pi-a! E, de preferência, com crianças.
Foi então que me assustei e resolvi nem considerar. Gosto de crianças, claro, mas não consigo me ver reunida com um grupo delas, a dirigir um trabalho com fins terapêuticos. É demais para a minha bolinha.
Certa feita, já aqui no Rio, eu falava com uma moça cuja filha pequena me olhava torto. Esperou eu respirar, e perguntou à mãe (bem alto):
- Manhê! Por que é que essa moça fala tudo errado??
Era o meu sotaque. A mãe explicou, com carinho e um pouco de constrangimento, que eu era gaúcha. E a menina olhou ainda mais torto, como quem pensa: “cruzes, e isso pega?”.
Este foi o primeiro episódio com crianças. O segundo foi em São Paulo, eu estava visitando um namoradinho (ou quase isso, ou pretendia eu que assim fosse), ele me levou para visitar uma prima, o marido, e o filho pequeno.
Mal cheguei, beijinhos, sofá, cafezinho etc. Tímida no início, resolvi me soltar, afinal, que mal haveria? Falei meia-dúzia de frases, nem lembro o quê, e o guri me olhando, sério. Parei, ele disparou:
- Mãe, ela é menino ou menina?
Era a minha voz grave, de recém acordada. Mau humorada e injuriada, respondi na lata:
- Ainda estou me decidindo, dá licença?
Todos me olharam com os olhos arregalados, e eu ri para descontrair.
Tá bom pra vocês?
E ainda querem que eu vá fazer musicoterapia nessas pestinhas... tem graça!
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Há 3 anos
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