07 abril 2004

Sarta um borgonha em camadas aê!


Como seria maravilhoso se assim fosse. Ao meter os cotovelos no balcão de um boteco qualquer, eu pediria:

- Sarta um borgonha em camadas aê!

E, como num passe de mágica, meu cabelo apareceria como está agora: a cor, borgonha. O corte, em camadas.

Tudo bem, nada é perfeito; o processo é um tantinho assim mais demorado. Mas nem doeu, vai. E valeu a pena, muitíssimo.

Um palmo (ou mais) da minha vida ficou na mão da generosa Márcia, que ainda perguntou se eu queria levar aquele rabo-de-cavalo – ok, de pônei! – para casa. De jeito nenhum. E o rico dinheirinho que gastei em terapia, vale o quê? Se eu não souber deixar para trás um naco de cabelo velho, pelo amor de Deus.

Dado o devido sumiço àquele punhado de fios falecidos, permiti que a Márcia deitasse e rolasse com sua tesoura em minha crina: foi aí que o visual reto/simétrico que sempre cultivei em (quase) tudo caiu do cavalo. E ganhei um cabelo em camadas, sem juros, no cartão.

Por fim, aplicaram um tonalizante borgonha no que restou. Pra quem não sabe, borgonha é um vermelho escuro, levemente puxado para o roxo. Quando bate sol, o roxo se assanha mais um pouco. É bacana.

Mas a versão do cotovelo no boteco seria imbatível, admita.

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