31 julho 2004

O show de ontem

O som, no palco, estava muito melhor do que nas últimas vezes em que tocamos lá. A bateria ficou no canto, e disso eu não gostei - ficou meio “torto”. Eu tinha de olhar para o lado direito para enxergar o baterista, e para o lado esquerdo para ver o guitarrista. Enfim, detalhes cênicos.

Depois do show, veio um moço dos dentes bonitos (conforme observou depois a minha cunhada, que não perde um detalhe odontológico):

- Muito obrigado, você salvou a minha noite! Raramente venho aqui, mas hoje tinha um amigo deprimido, você sabe... a mulher dele, você sabe... (fiz que sabia) E aí me aparece essa surpresa, você! (Fiz que não sabia) Uma mulher que é puro rock’n roll!

Fiquei feliz; mais pelo prazer proporcionado do que, propriamente, pela veracidade do título. Se ele me pega tocando Canto Alegretense (ouve um canto gauchesco e brasileiro / desta terra que eu amei desde guri) e cantando a plenos pulmões aqui na minha sacada, estou perdida. Ou, pior: cantando Besame Mucho (como si fuera esta noche la ultima vez) para a minha mãe rir... já pensou?



Simancol

Pouco antes do show começar, meu irmão já em cima do palco acertando o equipamento, duas moçoilas pedem para subir. Querem tirar uma foto em frente ao microfone, fingindo que estão cantando. Sobem e começam a rebolar, fazendo caras e bocas para a outra amiga, lá embaixo, bater a foto. Se estão atrapalhando a banda que está prestes a começar? Não pensaram nisso. Uma delas tem uma idéia brilhante e cutuca meu irmão, toda sorrisos:

- Ei! Você pode fingir que está tocando a guitarra pra gente bater a foto??

Resposta dele:

- Não. Estou aqui a trabalho.

Ploft-ploft! (Barulho da cara delas caindo no chão). Hoho.
Beeeeeeeeeeem feito.



Bodas

Meus pais comemoraram, na quinta-feira que passou, 32 anos de casados. Saíram para jantar e dançar.

- A banda era ótima. Sobretudo quando os músicos tocavam, os três, a mesma música.
- Como assim?
- Ah, não sei. Volta e meia eles discordavam, saía cada qual tocando uma coisa diferente, principalmente no início da música. Depois, se olhavam e acertavam o passo. Aí, dava pra gente dançar e tudo!

Sei como é. Já aconteceu comigo. Abafa o caso.

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