04 agosto 2004

Rápidas


Essa novelinha das 6h é uma gracinha, e eu vou querer um daqueles Tobias (Tubía, como eles dizem) pra mim. Alguém sabe onde vende, a granel?

Vou querer, igualzim. Bem xucro, mess. Às vezes a gente também quer só um tra-bíceps-vesseiro pra encostar a cabeça e babar, tá? Numa noite fria de chuvinha fina. Quem disser que não, é mentira.

***

Minha faxineira é uma fofa. Perguntando, hoje, se eu tinha a tampa daquela panela de pressão. Não tenho. Que, se tivesse, ela podia cozinhar um feijão pra mim da próxima vez, enquanto fazia a faxina, e depois separar tudo em potinhos e pôr a congelar.

Agradeci, sensibilizada. E, orgulhosa, disse ter cozinhado o feijão mesmo sem panela de pressão (ou sem a tampa, o que dá no mesmo). E ela, no ato:

- Eu percebi. Comi hoje. Feijão bem duro.

***

Meu irmão me incomodando para achar a página dos quadrinhos no jornal de domingo, em meio àquela bagunça de jornal espalhado – que, diga-se de passagem, ele faz e eu condeno.

- Não vai achar! Não vai achar! – eu disse, pondo a mão em cima da pilha.

Ele procurou mesmo assim, e achou. Ao que me surpreendi com a minha atitude de mulher madura, enquanto ele ia levando os quadrinhos:

- NO FINAL, O CEBOLINHA VAI PULAR N’ÁGUA E A PISCINA ESTÁ VAZIAAAAA!

Depois me arrependi. Não se faz.

***

Ele saiu, e, na volta, ouvi um barulho embaixo da porta do meu quarto. Era um almanaque da Turma da Mônica, todinho só pra mim.

Tapa de luvas.

***

Hoje, pagando o extrato do meu cartão de crédito, observei a seguinte ironia: pago R$ 40,00 para receber todos os dias, na porta da minha casa, assassinatos, assaltos, desrespeito ao cidadão e ao meio-ambiente, roubo de dinheiro público, chacinas e impunidade.

Quanto será que me cobrariam para assinar só o João Ubaldo, hein?

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