18 março 2005

História de taxista


O motorista desandou a falar feito uma matraca. Contou que, quase 20 anos atrás, foi levar uma cantora famosa (não digo o nome, ando pegando tudo que é gripe, vai que pego também um processo, Deus me livre) até a casa dela, que era aqui no Recreio, e quase morreu de arrependimento. Diz que a mulher bebeu todas e veio aprontando da Lagoa até aqui, passou na gravadora (Barra) e xingou meio mundo, depois xingou a mãe de três policiais que pararam o táxi – e ele, claro, morrendo de medo.

Resumo da ópera: saíram da Lagoa às 3h da tarde, chegaram no Recreio perto das 5h da manhã. Ela o mandava parar em tudo que era boteco, e arrumava uma confusão maior que a outra. Sem contar que fazia xixi na rua, na frente de todo mundo. Váááárias vezes.

Quando, finalmente, ele parou o táxi em frente à casa dela e pensou que tinha cumprido a missão, ouviu o seguinte:

- Seu filho da puta, some daqui e eu não vou te pagar nada!!!

Foi embora. “Queria mais era me ver livre dela mesmo”.

No outro dia, ele teve que passar na gravadora para devolver umas coisas que ela havia esquecido no táxi. Ela estava lá, pediu mil desculpas e pagou a corrida. Umas funcionárias foram consolá-lo, dizendo que ela era assim mesmo. Aprontava todas, bebia fiado, brigava com todo mundo. No dia seguinte, fazia todo o trajeto de novo – pedindo desculpas e pagando o povo.

No fundo, era gente boa.

Trata-se de uma mulher que usava drogas pesadas, como era sabido. Hoje em dia, parou com tudo. Benzadeus.


?Hein?

- Uma coca light e um guaraná diet, por favor.
O garçom vai lá dentro e volta:
- Olha, o guaraná diet só tem do normal.


Chico

Ela veio passar uns dias aqui no Rio conosco. Meu pai, marido atento:

- Cuidado aí com o tal de Chico. Foge desse cara, que ele não tá respeitando mais ninguém!
Hoho.

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