06 janeiro 2006

Você sabe quem é Bruna Surfistinha?


Eu também descobri há pouco. É uma garota de programa, aliás, é uma menina de uns 22 anos, que brigou com os pais e saiu de casa – acho que aos 17. E foi ser garota de programa.

Daí ela fez um blog onde contava os programas, e teve muitos acessos (o blog... E ela também, naturalmente!), e virou, mexeu, lançou um livro.

Nesta ordem: virou, mexeu e lançou. Um livro.

Que vendeu horrores!

Nessa altura do campeonato, a garota já tinha “se aposentado”. Conta que arrumou um namorado - ou namorido, sei lá -, um homem casado que começou como seu cliente, depois se apaixonou, e... enfim, praticamente um Richard Gere. Tirou a moça dessa vida, e foram felizes para sempre.

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TÁ, E O QUÉCO?


Não sei o quéco tenho a ver com isso. Nem você, nem ninguém além dos diretamente envolvidos.

Mas o fato é que muita gente está comprando as memórias das putas tristes, do García Marquez (na lista dos mais vendidos há meses!), e também as memórias da Surfistinha alegre.

Entendo a avidez pela boa literatura, no primeiro caso. E entendo a curiosidade sobre as saliências (para ser discreta), no segundo. O resto é especulação pura, e para isso estamos aqui.

Especulo, portanto, que há uma espécie de “moda” de sexo liberal pairando no ar. Mais do que isso: é como se as meninas (e as mulheres) precisassem mostrar que também podem ser adeptas do sexo casual – não são presas às meiguices da emoção, não são mais tão apaixonáveis, e não ficam se derretendo pelos cantos ao soar de uma voz mais grave ao pé do ouvido.

Tem até uma modinha enfadonha e insistente que sugere uma espécie de lesbianismo de ocasião – uma bobagem, às vezes incentivada pela mídia “esperta” (e careta, diga-se de passagem), que tem pouco ou nada a ver com tesão; é uma questão de “atitude”. Entre muitas aspas. Meninas adolescentes beijando outras meninas na boca porque é “cool”, porque homem é tudo babaca e elas podem muito bem viver sem eles.

Baita atitude.

Acordai, bonitinhas. Não era isso que as mamães (e as vovós) queriam dizer quando queimavam sutiãs.

Culpa de quem?

De ninguém. E de todas nós. Do processo.

A minha geração, por exemplo, ouve esse papo de feminismo e acha radical, démodé. Demos de ombros, queríamos mesmo saracotear. Aliás, demos também de bunda. Pior: na boquinha da garrafa!

Claro que há quem venha de frente, e sempre vai haver, cada vez mais – advogadas, juízas, professoras, publicitárias, médicas, roqueiras, artistas porretas. Mas também há muitas moçoilas rebolando fora do eixo, e isso, me desculpem: além de não ajudar, atrapalha um bocado.

E olha que não sou contra o rebolado, não. Acho ótimo que se rebole, que se transe, que se goze, que cada qual descubra o sexo – e as formas de amar, se assim fica bonito dizer – que mais lhe dê prazer. Sacanagem, sexo bilíngüe, trilíngüe, o diabo a quatro. Ora, vá ser feliz!

Mas também sou a favor de rebolar o tutano, e isso sim merece destaque. No que estão pensando as meninas das raves? Quais putas tristes estarão lendo?

O problema, como diriam os marqueteiros, é uma questão de foco. Há muita preocupação com a celulite; pouca com os buracos do cérebro. Sexo é bom, e é para dentro. Pensar pode ser para fora.

Destinar todas as capas de revista ao êxito das bundas livres? Mas, afinal, que sucesso estamos comemorando?

Ora, vá comer feijão e estudar.

Um comentário:

Anônimo disse...

eu achei esse livro um dos melhores q ja li, muito excitante e principalmente a ultima parte q ela falou q ainda tinha uma ultima fantasia q ela ñ realisou,a de tranzar com três mulheres. pareceu meio lespica, mais muito excitante