03 março 2009

O Garçom do Google

Só agora eu me rendi ao Gmail, e vou dizer uma coisa: ou eu sou mesmo muito caipira, ou tudo isso é meio assustador.

Escrevo um e-mail para a minha mãe convidando para ir à piscina, por exemplo. Na barra vertical à direita, “Anúncios Google” me dão as seguintes cantadas: Tudo para iluminar sua piscina. Móveis em alumínio, clique. Sua piscina está aqui. Etc.

No tempo do carimbo, a correspondência da gente era – supostamente – confidencial e sagrada. Agora, toma-se um assunto em família qualquer, pesca-se meia dúzia de palavras convenientes e aquilo vira massinha de modelar para o marketing alheio.

De um lado, assustador. De outro, profundamente redundante e chato esse garçom virtual a nos oferecer sempre os mesmos pratos – ou seja, essa publicidade “inteligente” (pretensiosa, na verdade) julgando que devo me interessar por aquilo que me interessei ontem, e anteontem, e semana passada... O cão mordendo o próprio rabo?

É como se o garçom estivesse ouvindo o nosso papo, e eu dissesse “suco de laranja, patati, patatá, suco de laranja, patati, patatá, suco de laranja”. Aí ele se aproxima, com a cara mais canastra do mundo, e diz:

- Agora vou te dar uma ideia genial que vai te surpreender: que tal SUCO DE LARANJA?

Uau, quanto charme.

Um comentário:

anlene gomes disse...

bibi, nunca reparei na publi... deve ser cegueria seletiva! realmente é o fim da picada a tal pseudo-inteligencia do google. me rendi aos anuncios no blog, mas como vou trocar de casa, eles devem subir no telhado. bj