O moço que adorava quebrar paredes
A descarga escangalhou de vez. Aliás, a válvula. Ou sei lá.
O moço esteve aqui e tentou o dia todo trocar as peças, mas a senhora sabe, o encanamento é antigo... E vamos ter que quebrar as paredes mesmo.
Revisando a cena (e acrescentando o diálogo final):
O moço entrou aqui dizendo que ia tentar “dar um jeito” e saiu afirmando: no seu caso eu tentei dar um jeito, mas isso aqui nem é mais caso para jeito, não.
“Ah, não?”
“Não. Vamos ter que dar é solução.”
Espera. Revisando a cena outra vez, para ver se escrevi direito (não estou crendo):
A descarga escangalhou de vez. Aliás, a válvula.
O moço entrou aqui dizendo que ia dar um jeito. Não deu jeito nenhum, gastou meu tempo, sujou as paredes, a pia, o meu sabonete francês e, àquelas alturas, o nome dele. No final, disse que não era caso para “dar um jeito”, mas para “dar solução”. Ou seja, quebrar as paredes da minha casa.
Agora vem a parte boa de se trabalhar com ficção:
O moço entrou aqui e (blá blá blá)...
Então, ele quebrou as minhas paredes, eu aproveitei que estavam quebradas mesmo e juntei um bocado de paredes, e olhei bem para o moço, a senhora sabe, o encanamento é antigo, o seu caso não é nem para dar um jeito e... Bem, sou meio ruim de pontaria, quis dar uma solução no moço todo, mas solucionei só uma orelha. Fim.
PS: todo o resto era verdade. À exceção do sabonete “francês”, que era um Protex básico ali da esquina, mas eu achei mais dramático se... Você entende.
Esperança ou a falta dela
Há 3 anos
3 comentários:
KKKKKKKKKKKKKKKKKkk,
adorei a solução da orelha.Fez-me lembrar de uma guriazinha que eu tinha lá em casa.
Isso é ótimo, Bíbi!
Fiquei por aqui me deliciando com seu texto.
bjos e saudades!!
:)
você está cada vez melhor! bj
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