13 julho 2001



Chega uma hora, na vida, em que a gente cansa de tentar achar explicações para as coisas. Cansa de procurar respostas. Enche o saco de escrever "cansa" no lugar de "enche o saco", e escreve "enche o saco", mesmo.

Chutado o pau da barraca, o que vier é sempre lucro.

Sem-vergonha dessa vida, viu? Parece que a gente vive na "peia", como diz um sábio amigo, mas, a bem da verdade, deixando-se de frescuras, o que sobra da batalha é justamente aquilo a que viemos. E a luta, não sendo lá muito sangrenta, já vale só pelo movimento que proporciona. E a vida - que até sangra, mas não morre! - é o quê, se não essa bagunça crônica, que, pouco a pouco, vai servindo para nos organizar por dentro?

Até a hora de nossa morte, amém.

Feliz do bebê que já viesse ao mundo com o pezinho pronto pra derrubar o primeiro balde que encontrasse pela frente. Sim, porque o melhor gol é aquele em que a gente entra com balde e tudo, ou vai me dizer que não?

Nunca comemorei nada sentadinha ao lado das minhas neuroses; nunca gritei de alegria enquanto passava a mão na cabeça dos meus limites.

Custei a entender que os dias mais cinzentos da minha vida não foram injustiça dos céus; o que eu via era só o cinza do asfalto, enquanto andava... e andava... louca de medo de me desequilibrar.

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