16 junho 2002

KÉLI KI - Parte II

O Luis me mandou um e-mail, lembrando mais um trecho da célebre canção aqui abordada ontem. Segue abaixo, entre aspas (que é para evidenciar que a autora NÃO sou eu):

"... você quis me iludir, me enganar isso é caô...!"

Caô, segundo o próprio Luis, é "o máximo do desenvolvimento linguístico dessa menina".

Pois fui aos dicionários, e a palavra mais parecida com "caô" que eu encontrei foi mesmo "cão - animal quadrúpede..." sem ofensas, gente.

Caô, pelo que pude perceber até hoje, deve ser uma enganação, alguma coisa fajuta que alguém tenta passar adiante ou aplicar em alguma pessoa. Daí se conclui que a palavra "caô" é que, realmente, é um caô. Bem empregada, por sinal. Providencial.

Pensando bem, no entanto, talvez a menina tenha querido chamar o seu "baby-avô" de cão, tendo em vista a cachorrada que ele aprontara ao não lhe dar a devida atenção. Acontece que "cão" não rimava, e, para fins estéticos - técnica de poeta, meus amigos! -, ela resolveu acentuar o cachorro no final: virou um caô.

Caô, portanto, deve vir mesmo do cachorro - já que é uma cachorrada, em última análise. Com isso, a menina Kéli Ki nos presenteia, mais uma vez, proporcionando-nos a apreciação da vanguarda lingüísica, uma espécie de neo-língua que deve estar surgindo para causar uma verdadeira revolução na nossa comunicação.

Sejamos receptivos aos tiros de canhão. Só não vale aparar no peito.