27 julho 2006

Expo Bebê & Gestante

Lá fomos nós ao Rio Centro, a fim de conferir as últimas novidades e os anunciados descontos na parafernália que envolve, cobre, diverte, balança, enfeita, limpa e seca a pirralhada. Um show.

Adorei!

Nunca vi tanta mulher grávida num só ambiente. Fiquei imaginando como serei daqui a alguns meses, com barrigão. Para não falar nos bebezinhos, de todos os tipos, cores e sabores; dos dorminhocos aos ligados em 220V; dos arrastados pelas mães aos que as arrastam, apressados, de olho na próxima fantasia de Homem Aranha. Enfim, uma feira realmente variada.

Os descontos eram, sim, convidativos. Mas não compramos nada, preferimos esperar a próxima edição – que deve ser em novembro, e aí já saberemos se o pimpolho é pimpolho ou pimpolha.


Aliás, compramos

Mamãe aqui, entretanto, saiu abraçada numa sacola de calças jeans com elásticos na cintura, preços camaradas, que não sou boba e já me previno. Claro que tive de insistir para que me atendessem na loja, e não entendia muito bem por que a discriminação, até que uma vendedora paulista não se agüentou e mandou na lata:

- Desculpe, mêêu, mas você está grávida??

Aí foram só elogios, aos quais agradeci, falsamente acanhada e quase pedindo que me pusessem também alguns na sacola – eu pago, eu pago! Afinal, sabe-se lá quando é que vão me chamar de “muito magrinha” outra vez nos próximos meses, é bom aproveitar.


Próximos capítulos

Daqui a pouco, já estou vendo, virão aqueles elogios genéricos:

“Como ela está bem!”

“Está com uma cara ótima, hein?”

E assim por diante, além de uma infinidade de perguntas sobre como “temos” passado – sempre no plural, novidade que eu, meu ego e eu mesma não teremos dificuldade alguma em absorver. Ao contrário, vamos nos divertir horrores respondendo a tudo como fazem os políticos e os jogadores de futebol: nós isso, nós aquilo, fizemos, pintamos, bordamos, etc etc.

Se eu me empolgo de verdade, sou capaz de aproveitar a licença-maternidade-poética e começar a variar também na terceira pessoa, como faz o Pelé:

“A Bíbi hoje está passando muito bem, acordou disposta, está com uma cara ótima, blá blá blá...”

O que acham?

21 julho 2006

Uma mãe portuguesa, com certeza

A internet tem dessas coisas. Estou me deliciando, desde ontem, com este blog
que descobri por completo acaso, nem lembro mais como, e nem importa.

Chama-se “Mãe Galinha”. É de uma moça portuguesa, 34 anos (acho), mãe de três meninas – a caçula tem uns cinco meses, a do meio tem dois anos e a mais velha(?), cinco. Os posts são quase todos dedicados às “miúdas”, ou à arte de ser mãe e equilibrar a rotina de mulher que trabalha fora, etc etc.

O humor dela é peculiar, cheio de ironia e ótimas tiradas – muitas vezes, devidamente creditadas às próprias filhas; pelo jeito, uma mais sapeca que a outra. Tem o charme do português de Portugal, que é um atrativo à parte, e uma doçura que, muitas vezes, chega a ser comovente.

Passei horas tentando escolher um trechinho para colar aqui para vocês, como aperitivo, mas é muito difícil!

Acabei pinçando este aqui, que é fofo e tem aquela tristeza infantil de nos fazer perder o rebolado:

A NOSSA CASA

Dia de semana; o pai em Lisboa. Em casa, apenas a mãe e as filhas. Nem sequer por lá andava a avó São. Só nós.

E diz a Inês, de mão na anca e pé ao lado:

- Já não estou a gostar desta casa!...
- Porquê? - Pergunto eu
- Estão por aqui tantas pessoas que eu já não estou a gostar.
- Mas porquê?
- Olha.... - E virou-me as costas - Porque não...

(Ai estas crises de irmã do meio...)

Leia outros.

20 julho 2006

Meia barriga / susto inteiro

É divertido, embora muito incômodo, estar grávida assim, no início. Quando estou bem, estou ótima. Quando estou mal, estou péssima. O diacho é que não sei se essa tendência aos extremos é universal – coisa de grávida mesmo - ou se é fruto da minha singular incapacidade de lidar com meias barrigas.

Está certo que, hoje em dia, a vasta literatura disponível on line ajuda a gente a sentir – sintomas! sintomas! - as mais diversas e improváveis tolices. E eu leio muito, faço questão. É muita coisa séria, mas também muita bobagem. Faço questão, tudinho.

Não sei se vou querer ficar grávida outra vez na vida, e isso me dá uma estranha sensação de querer engolir a gravidez de um só gole, para não deixar escapar nada. Sei lá se vou viver isso de novo, né? E o tempo segue.

Imaginem vocês que eu, quando recebi o resultado do hemograma que fazia parte do pré-natal, grudei os olhos e quase desmaiei quando vi lá um número altíssimo associado à rubéola. Conferi dez vezes. Eu tinha rubéola, estava tudo perdido.

Liguei para o médico, já segurando o pranto e as pernas bambas.

- Tudo bem?
- Não, doutor. Eu tenho rubéola. (A voz dramática de barriga inteira).
- Qual o tipo?
- Rubéola, ora, tipo rubéola!
- Mas é a IgG ou a IgM?
- Deixa ver... é a IgG!
- Então não tem problema. Isso só indica que você já teve rubéola um dia, ou que tomou a vacina.
...

É mesmo, eu tinha tomado a vacina.

Por Deus, que susto!!! Essas crianças ainda me deixam de cabelos brancos...

14 julho 2006

Chata

A novela está muito chata. Ontem só tinha gente se semi-despindo e longos silêncios com musiquinha de fundo. De lascar. A. P. Arósio, sempre linda, não pegou o jeito ainda - parece fazer teatro na telinha (nessa novela, eu digo, porque já a vi fazendo bons papéis na TV). Além da química zero com Edson Celulari.

Não entendi o papel da Daniele W., outra moça muito bonita, mas um pouco madura para aquelas atitudes pré-adolescentes e uma obsessão inverossímil pelo Thiago Lacerda. Quantos anos tem a personagem dela? 14, 15? 20? Difícil...

Mas o pior mesmo é o insistente apelo sensual, digamos, gastando metade do tempo com gente tomando banho ou se beijando numa espécie de preliminares das preliminares. E R. Duarte sofrendo em frente ao espelho. Aff! Arósio, dizem, vai propor sexo a três ao maridão militar. Tá bem.

Gosto mais quando eles põem cenas divertidas, porque esse mostra-e-esconde à meia luz com musiquinha hipnótica, vamos combinar, estimula só o sono da gente!

Aliás, garanto que o casal Celulari/Arósio poderia muito bem enveredar para a pura comédia, e ganharíamos todos. São bons atores que já se mostraram ótimos quando desafiados a fazer rir, simplesmente. Mas eles têm essa mania teimosa de despir os bonitos a qualquer custo, e os coitados ficam engessados em caras e bocas que garantem os postos de galã e bela mocinha, em detrimento da boa atuação.

O resultado é insosso, bonecos de cera, bah.
Balcão de padaria

- Eu queria um pedaço desse queijo Minas aqui, ó. Ele é novinho?

O rapaz me olhava, mudo. Tentei de outra forma.

- É velho?

Mudo.

- O queijo... é antigo?

Olhei fixo e fiquei esperando, parecia pegadinha. Ele me olhando, eu olhando a cara dele, e o queijo no meio de nós. Até que ele ressuscitou.

- Ó, dona, tem esse outro aqui que chegou hoje... Mas aí só posso vender o queijo inteiro.

Tudo bem que estou grávida, mas o queijo era para trigêmeos.

- É muito. Mas esse aqui, que está cortado, é de quando? Qual é a validade dele? – insisti.

- Deixa ver... É dia 21 de juio.

- Hein?

- 21 de juio.

- Junho ou julho?

- Ju-iô! (Decerto pensando: mulher surda!).

- Querido, então já está vencido, é isso?

- Não, senhora. Ainda vai vencer. Dia 21 deste mês.

Levei o queijo. Venceu-me o balconista, de lavada.

12 julho 2006

Novela das 8h

Assisti a dois capítulos da nova novela do Manoel Carlos. Ainda gosto de ver o Rio de Janeiro nas novelas dele e achar tudo bonito, engraçado... Mesmo morando aqui há oito anos, ainda não me acostumei – de fato, é lindo demais. Ponto, parágrafo.

Tem uma atriz ali, não vou citar nomes, mas é uma que sempre faz papel de neurótica. Nesta nova novela, sabem qual é o papel dela? Bingo, neurótica. Se me chamassem para fazer sempre papéis de neurótica, sei não, mas acho que eu ia ficar meio ressabiada.

Ou será neurose minha?


Mais futebol – quem agüenta?

Tem sido um pouco difícil dormir aqui, porque uma turma permanece jogando futebol até altas horas na praça que fica em frente ao meu prédio. Melhor dizendo, em frente à janela do meu quarto (detalhe: primeiro andar). Vocês acreditam que eles só param lá pelas 2h da manhã?

Fico me virando na cama e torcendo para não sair mais um gol, que aí o barulho é insuportável. E se xingam mutuamente o tempo todo, claro.

Estou com vontade de sair na rua de chinelos e dar uma cabeçada no primeiro perna-de-pau que encontrar, por Deus do céu, e que zidane!
Estou com o Zidane e não abro!

Se for mesmo verdade que o italiano xingou a irmã dele (vejam bem: irmã!), eu dou força ao movimento, digamos, meio brusco do craque Zidane. Piadinha maldosa: quando o jogador de futebol tenta agir com a cabeça, olha aí no que dá... hoho.

Pois fez até pouco. Como irmã – única e caçula - que sou, defendo o direito que os irmãos devem ter de cabecear os estúpidos agressores da maninha alheia. Falta de compostura.

E tem mais, do meu irmão também ninguém fala. Não vou de cabeça, que meu buraco é mais em cima, mas saio ofendendo a parentada toda de volta, sem dó. Quem quer medalha de prata?

“E se alguém me desafia
e bota a mãe no meio
Dou pernada a três por quatro
e nem me despenteio.”


Aos fatos (?)

Observação do presidente Lula, hoje, quando perguntado se a violência em São Paulo não poderia virar questão eleitoral:

“O dado concreto é que os fatos estão existindo. Os bandidos não estão preocupados se vai ou não vai ter eleição. Os bandidos estão aterrorizando São Paulo, e nós temos que tomar atitudes.”

Bom, se o dado concreto é que os fatos estão existindo, o que seria do dado abstrato em relação aos fatos enquanto existentes, ou mesmo inexistentes, do ponto de vista concreto, já que os dedos estão exigindo, e os dados confirmam que os credos, abstratos, de fatos secretos já estão fartos...?

De que estávamos mesmo falando?

Ô, tristeza. Alguma coisa acontece no meu (no nosso!) coração...

11 julho 2006

Agora essa: tô grávida!

É verdade verdadeira. Não se trata de mais uma gaiatice literária, não. Pegou-nos (a mim e ao namorido) de surpresa, o danadinho. Ou a danadinha.

Quando dei por mim, estava habitada por uma figurinha (desculpem o exagero nos diminutivos, mas como dizer?) do tamanho de um grão de feijão. Pode?

- Não é do tamanho de um grão de feijão, boba... 6mm é bem menor que isso! Talvez um grão de arroz.

Bueno, não importa; de mais a mais, a criança (!) já cresceu um bocado. Isso foi na sexta semana. Primeira ultra, você sabe, não dá para ver praticamente nada. Aliás, eu não sabia. Sou grávida de primeira viagem. O médico mostrou duas manchinhas brancas e disse:

- Olha lá, são as perninhas!

Espichei o pescoço e apertei os olhos. Rá, meu filhote tem perninhas! E o coração já bate a milhão. Vi num gráfico – que, aliás, me lembrou os programas de gravação/edição de áudio no computador. Loucura.

Hoje estou no início da nona semana. Eles contam em semanas, não em meses. Nada ainda de barriga, claro – embora eu já me sinta meio rechonchuda perto daquela esbelteza que havia conquistado a duras penas. Tudo que ouço é: “relaxa, depois volta!”. Espero que Deus também esteja ouvindo.


E o blog com isso?

Ok, será inviável passar os próximos sete meses sem falar no assunto. Muito! Prometo, entretanto, que não vou pintar este blog com paredes de tons pastéis, nem pipocar bolinhas coloridas enquanto vocês arrastam o mouse.

Outra coisa que não vou fazer (não me peçam, please!) é colocar fotos minhas de barrigão aqui. Tudo muito bom, tudo muito bem, mulher grávida é linda porque ostenta a delicadeza da vida e blá blá blá, mas vamos com muita calma nessa hora. Nunca dei para modelo, não irá essa condição esférica me tornar uma top nos flashes, assim, de uma hora para outra.

De resto, o blog continuará sendo o que sempre foi, apenas com mais novidades. Afinal, o pimpolho deve sacudir a minha vida (a começar pela barriga mesmo) em ritmo frenético, e não vou ser doida de deixar passar essa bagunça sem registro on line.

Me aguardem!