14 julho 2006

Chata

A novela está muito chata. Ontem só tinha gente se semi-despindo e longos silêncios com musiquinha de fundo. De lascar. A. P. Arósio, sempre linda, não pegou o jeito ainda - parece fazer teatro na telinha (nessa novela, eu digo, porque já a vi fazendo bons papéis na TV). Além da química zero com Edson Celulari.

Não entendi o papel da Daniele W., outra moça muito bonita, mas um pouco madura para aquelas atitudes pré-adolescentes e uma obsessão inverossímil pelo Thiago Lacerda. Quantos anos tem a personagem dela? 14, 15? 20? Difícil...

Mas o pior mesmo é o insistente apelo sensual, digamos, gastando metade do tempo com gente tomando banho ou se beijando numa espécie de preliminares das preliminares. E R. Duarte sofrendo em frente ao espelho. Aff! Arósio, dizem, vai propor sexo a três ao maridão militar. Tá bem.

Gosto mais quando eles põem cenas divertidas, porque esse mostra-e-esconde à meia luz com musiquinha hipnótica, vamos combinar, estimula só o sono da gente!

Aliás, garanto que o casal Celulari/Arósio poderia muito bem enveredar para a pura comédia, e ganharíamos todos. São bons atores que já se mostraram ótimos quando desafiados a fazer rir, simplesmente. Mas eles têm essa mania teimosa de despir os bonitos a qualquer custo, e os coitados ficam engessados em caras e bocas que garantem os postos de galã e bela mocinha, em detrimento da boa atuação.

O resultado é insosso, bonecos de cera, bah.
Balcão de padaria

- Eu queria um pedaço desse queijo Minas aqui, ó. Ele é novinho?

O rapaz me olhava, mudo. Tentei de outra forma.

- É velho?

Mudo.

- O queijo... é antigo?

Olhei fixo e fiquei esperando, parecia pegadinha. Ele me olhando, eu olhando a cara dele, e o queijo no meio de nós. Até que ele ressuscitou.

- Ó, dona, tem esse outro aqui que chegou hoje... Mas aí só posso vender o queijo inteiro.

Tudo bem que estou grávida, mas o queijo era para trigêmeos.

- É muito. Mas esse aqui, que está cortado, é de quando? Qual é a validade dele? – insisti.

- Deixa ver... É dia 21 de juio.

- Hein?

- 21 de juio.

- Junho ou julho?

- Ju-iô! (Decerto pensando: mulher surda!).

- Querido, então já está vencido, é isso?

- Não, senhora. Ainda vai vencer. Dia 21 deste mês.

Levei o queijo. Venceu-me o balconista, de lavada.