24 janeiro 2004

Lendo

Quem gosta de leitura, boa leitura, clique aqui e se divirta.

É nada de mais, não. Apenas um site que eu achei por acaso, procurando crônicas, contos e pequenas poesias de escritores nacionais. Ali tem gotas de Veríssimo (pai e filho), Adélia Prado, Millôr, Clarice Lispector, Olavo Bilac, João Ubaldo, Mário (Quintana e Prata) e muitos outros bons, divertidos, talentosos, brasileiros.

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Filmes

Ontem eu assisti ao delicioso “O barato de Grace” (em inglês, Saving Grace). Uma comédia inglesa despretensiosa, com um roteiro inusitado e atores carismáticos, desses do tipo gente-como-a-gente. Sem aquele ritmo alucinante-explosivo-verborrágico, característico de 99% das comédias americanas, sem sexy-girls, sexy-boys e outros artifícios para manter o sujeito vidrado na tela – na falta de coisa melhor.

Tudo ao contrário. Em “O barato de Grace”, a protagonista é uma senhora de cinqüenta e poucos, cujo marido morre na primeira cena do filme. A pobre viúva herda, assim, de surpresa, uma quantidade absurda de dívidas, e nenhum consolo.

Falando assim, poderia ser o mais comum dos roteiros. O barato começa quando ela se vê diante da única possibilidade de salvar a própria casa: transformar o seu belíssimo jardim numa rentável – e perigosa - plantação de maconha.

Então você imagina a confusão daí por diante. E pode preparar a pipoca, que o divertimento é garantido.

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Outro filme que eu peguei, confesso, por pura curiosidade, foi o tal Harry Potter e a Pedra Filosofal. Desse eu não gostei.

Talvez eu estivesse esperando uma aventura infanto-juvenil tal qual o belíssimo “A história sem fim” (1984), e acabei me decepcionando. Achei vazio, sem ritmo; muitos elementos fantásticos para pouco conteúdo. Um filme sem alma, mesmo.

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Música

Alguém ainda agüenta ouvir “Amor e Sexo”, da Rita Lee?

Eu soube que ela havia feito uma música a partir de um artigo do Arnaldo Jabor, sobre amor e sexo, antes de conhecer a dita canção. Fiquei curiosa, claro.

Acho a música boa, é uma crônica musicada, pronto. Mas implico um pouco com esse tipo de artifício, a não ser quando é desenvolvido a partir de um trabalho quase artesanal, manufaturado mesmo, tão bem acabadinho que você, no final, não sabe ver a letra sem a música e vice-versa. Aí é gol! (Vide Luiz Tatit, para quem conhece, e quem não conhece deveria conhecer).

Eu fico ouvindo essa “Amor e Sexo” e quase enxergo o texto escrito num papel enquanto ela vai pondo as palavras na melodia repetitiva e meio infantilóide, do tipo que gruda descaradamente nos nossos ouvidos sem pedir licença.

É claro que é um bom trabalho. É claro que é Rita Lee, afinal de contas. Mas é só. Pra mim, o tema é tão bacana, tão sublime e tão sem-vergonha (no bom sentido!) ao mesmo tempo, que mereceria um calorzinho a mais, talvez uma... alma. De novo.

21 janeiro 2004

Mercado fonográfico

O ano de 2003 foi o fundo do poço na longa crise que assola o mercado fonográfico. Mas as gravadoras, que muitos já condenaram à morte, finalmente começam a se adaptar aos novos tempos e apostam numa retomada.

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20 janeiro 2004

Tão sonhado cocô no shopping

Mal sabem eles, mas o verdadeiro prazer de uma mulher, ao evacuar – nos pampas, diz-se “ir aos pés” -, é justamente o de se sentir subitamente mais magra. Com a barriga chupadinha.

Irei ao shopping comprar roupas. Dizendo assim, parece um ato corriqueiro, sem importância. Não é. Trata-se de um verdadeiro ritual, para o qual me preparo com cerca de quinze dias de antecedência – física e psicologicamente, claro.

Vou beber mais líquidos, ingerir frutinhas, iogurtes e demais alimentos sem graça depois das seis da tarde. Vou meditar, à noite, usando mantras que eu mesma criei; são mantras temáticos, por exemplo: “Ooooooommmmmeu-corpo-é-oooooommmmmmmais-magro-dooooooommmmmundoooooo...”

Isto feito com assiduidade impecável, estou finalmente pronta para provar micro-saias, tops ousados e calças de cintura baixa. Chego ao shopping escolhido, e vou me dar ao luxo de almoçar. Afinal, mereço. Alface, tomate, agrião, rúcula, cenoura e repolho. Beterraba, no máximo. Bebo um cafezinho, em seguida, para fazer a digestão.

E saio a bater perna, no intuito de que meu intestino se encarregue de eliminar, tão breve quanto possível, o material recém armazenado. O momento em que a barriga começa a ensaiar movimentos de trabalho é, sem dúvida, o início do alívio. O processo está se iniciando. Estou olhando vitrines, em paz comigo mesma, muito grata ao meu aparelho digestivo. Estou tranqüila.

Disfarçadamente, com um sorrisinho maroto nos lábios, localizo o banheiro mais próximo. Entro, assobiando e balançando a bolsa nos quadris. E vou direto ao que interessa.

Serviço concluso, lavo minhas mãos. E que venham os espelhos, sempre injustos, mas necessários. Que venha o jeans 42, que vai fazer saltar um pneuzinho aqui e ali; vou xingar a confecção pequena da loja, em silêncio, abrir a cortina, e a vendedora assim dirá:

- Nossa, ficou lindo! Valorizou o seu corpão, hein!?

Mulheres não querem ter corpão. Mulheres querem fechar a calça 42, e ela cair lá no pé. Querem que seus namorados as descrevam para um amigo: “ela é alta e magra”, porque corpão tem a mãe da moça da loja, e violão era a sua avó. Admitimos o peito, tudo bem. Corpão, aí já são outros quinhentos. Corpão é eufemismo para termos menos polidos, como balofa, gorducha, cheinha e o pejorativo “gostosona” – que, para mim, também não passa de: “você é gorda, de fato, mas eu quero levá-la para a cama mesmo assim”.

Portanto, o merecido cocô no shopping é um elemento tão importante quanto o próprio ato de provar roupas, ou quanto as roupas, ou mesmo quanto o shopping inteiro e suas redondezas. Fazer cocô no shopping é renovar o organismo, aprontar-se para mais uma missão quase impossível - a de se sentir linda e maravilhosa num espelho ordinário de provador de loja.

É que, na verdade, quando provamos as roupas, estamos colocando nós mesmas à prova. De minha parte, o nível de aprovação sobe muito quando aplico o truque do cocô prévio. Recomendo enfaticamente, e me escrevam se não der certo – que eu ensino outro truque; o do encolhimento permanente da barriga.

Mas o do cocô é melhor, que não deixa a gente azul.


18 janeiro 2004

Domingão

Sonhei que um avião caía, mas depois não caía mais. Perdia altitude pra caramba, mas acabava por fazer um pouso forçado - muito bem sucedido, de modo que os passageiros até começaram a estourar champanhes (ops! espumantes!) quando a nave finalmente deslizava em solo firme.

Achei simbólico. Mas não saquei o símbolo ainda.

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Hoje o dia está muito bonito no Rio, finalmente. Limpei a casa, lavei roupas, e estou com TPM. Abafa.


17 janeiro 2004

Nem precisava dos onze: com Brad Pitt, George Clooney e Andy Garcia eu já me dava (ops!) por satisteita...



Fora de brincadeira, adorei o filme. Três locações para este fim de semana. Por enquanto, o páreo está duríssimo: Onze Homens e Um Segredo e Procurando Nemo.

Quem não se encanta com aquela peixinha azul desmiolada??

16 janeiro 2004



BACK IN RIO

Alou, macacada! Finalmente, estou de volta ao Rio. Depois de dois meses perambulando pelos pampas, matando saudades, revendo lugares, pessoas e sonhos (realizados e esquecidos), cá estou, serena na proteção ilusória das barbas do Cristo. Menos mal.

Infelizmente, o céu carioca só faz chover. Devo confessar que o calor insuportável dos últimos dias no RS não deixaram saudade alguma; pelo menos, aqui está bem mais fresquinho.


MINHA MINI RETROSPECTIVA 2003

O ano passado foi muito fértil, em todos os sentidos. Plantei algumas sementes que, antes mesmo da virada, tornaram-se simpáticas mudinhas. Bem que eu havia falado muito em flores, lembram?
Algo me diz que elas virão.


MEUS PENSAMENTOS

Ando pensando em fazer de tudo um pouco, tudo ao mesmo tempo, e acho que, a isso, dá-se o nome de disposição. Ou vai ver que é maluquice e desorganização. Mas aqui se deve lembrar que o sagitariano, sujeito privilegiado, jamais carece de responsabilidade e/ou senso de organização. Antes, é apenas otimista, bem humorado, aventureiro, autêntico, sincero, comunicativo e dotado de um carisma cuja amplitude não conhece limites.

Contudo, se mal interpretado, pode ser confundido com um falastrão, enrolador, 171, arrogante, mandão, metido a sábio, fábrica de lorotas, filósofo de almanaque, irresponsável, inconveniente, grosso, nômade e caloteiro.

E essa história de carisma, segundo más línguas, é galinhagem mesmo.