29 fevereiro 2004

Da série “nunca vi, nem comi, eu só ouço falar”:

1. Homem de corpo super-hiper-malhado, cujo papo não dê vontade de SUMIR em dois minutos.

2. O tal “nhoque da fortuna”. (???)

3. Magro bebendo refrigerante diet.

4. Saquê.

5. Pobre dizendo que se deu conta de que “dinheiro não é tudo na vida”.

6. Porteiro “carioca” que não seja nordestino.

7. Gaúcho que não seja bairrista.

8. Homossexual careca, rico e quarentão que não seja arrogante.

9. Evangélico, Flamenguista e Beatlemaníaco que não seja fanático.

10. Caviar.
Como gaúcha e admiradora – mais: apaixonada! – dos homens gaúchos, devo admitir que reafirmei minha antipatia pelo carnavalesco Milton Cunha (São Clemente, para quem não sabe) quando ele quis criar uma ala chamada “os viadinhos de Pelotas” no seu desfile.

Hoje, no Globo, ele diz que “deve ter sido praga de Pelotas” (o fato da escola dele ter sido rebaixada neste carnaval). Quer saber?
BEM-FEI-TO.
Um broto zelando pelos seus...



... que maravilha seria viver!

26 fevereiro 2004

CD “Para Sempre Clara” – Clara Nunes, na Saraiva: R$ 13,90.

CD “Diamond Life” – Sade, na Saraiva: R$ 12,90.

Tomar café com leite no meu home-office, pleno Rio de Janeiro em fevereiro, chuvinha lá fora e as pessoas vestindo moletom: não tem preço.

Existem coisas que o dinheiro não compra. Para todas as outras, existem planilhas orçamentárias, apresentação de projetos, cálculos de borderô, planos de comunicação e marketing, assessoria de imprensa, e o mais difícil (sem o qual não adianta Mastercard): o patrocinador.

Pena que o Lineu morreu.

25 fevereiro 2004

Nem Freud, nem Prozac


Defensor da "medicina integral" ("mind-body medicine"), a "nova medicina emocional", Servan-Schreiber baseou suas pesquisas nas teorias de Damásio sobre a divisão do cérebro em duas partes: a cognitiva —relacionada à linguagem— e a emocional —responsável pelo controle da fisiologia do corpo (ritmo cardíaco, tensão arterial, apetite, sono, libido e sistema imunológico).

Para combater de forma mais eficaz o estresse, a depressão e a ansiedade, três conhecidos males dos tempos modernos, ele descarta os ensinamentos de Freud ou Jung e as proezas químicas do celebrado Prozac e de seus sucessores. Seu receituário propõe sete métodos testados por cinco anos no Centro de Medicina Complementar. Os métodos naturais que sugere, a maioria conhecida há muito tempo, não podem ser definidos como revolucionários, como ele mesmo admite. Na sua opinião, o repentino sucesso obtido pela sua "cartilha" se deve ao fato de as técnicas propostas terem, cada vez mais, sua eficácia comprovada de forma científica.

Saiba muito mais.

24 fevereiro 2004

Caí na folia


Eu me rendi e caí na folia, é isso mesmo. Fui ao baile de carnaval do Scala, um dos tradicionais do Rio, e agora vem o pior: a-do-rei.

Tem alguns momentos em que a gente precisa esquecer as coisas sérias da vida, não tem jeito. Entrar naquele salão e dar de cara com uma decoração coloridérrima já é um bom começo. Depois tem o samba, muito bem feito por uma banda enorme e animada, que também colabora na sensação de que se está em algum outro lugar que não a realidade nossa de cada dia. É legal, sim.

As fantasias são um atrativo à parte. Não só as vestimentas, mas sobretudo as “sentimentas”. É a gente se sentir uma outra coisa, diferente do que a gente é. Uns se esforçam mais, é claro.

Tinha mulheres de 50 anos que se sentiam (e vestiam) de 15. Tinha homens maquiados, gringos mascarados, turistas branquelos esforçados, coroas babões, garotões bêbados desequilibrados (em todos os sentidos), mulatas rebolativas provocantes, loiras popozudas, magricelas vestidas de enfermeiras, e o melhor de tudo: travestis de dois metros de altura tecendo filosofias sexuais no banheiro feminino. E pedindo opinião a cada uma que entrasse!

- VIVA AS LOIRAAAAAA !!! – Gritava um(a), enquanto ajeitava o decote (para aparecer mais, não menos.)

- VIVA AS MORENAAAAAAAA!!! – Provocava outro(a), às gargalhadas. E completava:

“Ih, bicha, cê tá por fora... tá mais que provado: é c’as loira que eles saem pra zoar, mas é c’as morena que eles casam, tá bom??”.

E a loura ria de se escabelar, na certa preocupadíssima com a tese da outra... medo de ficar pra titio(a)?

Minha cunhada foi fantasiada de ZEN novamente, ou seja, “zen nada”. Que injustiça eu estou fazendo: havia purpurina!

Nos meus primeiros momentos de folia, veio um rapaz me fazer a corte. Ele, por sua vez, já devia estar há muitos momentos na farra, pois mal tinha coordenação para segurar o copo. Mirou-me à distância, e percorreu o trajeto como pôde:

- Oi, gata! Posso levar uma idéia contigo???

Não pensei duas vezes, mandei a idéia:

- Excuse me!? Are you American?

- Hein? Ô, gata, será que a gente podia...

- Sorry, man! I don’t... do you speak English?

- Não, não... no! No! Eu sou BRASILEIRO! BRA-SIL! (Como quem trata gringo como se fosse surdo, gesticulando e falando cada vez mais alto, apavorado).

E minha cunhada sentiu o pepino, deu um corridão nele, mas veio me perguntar se o cara era gringo (me ouviu falando inglês)... contei a ela que a “gringa” era eu, hehe.

É ou não é uma boa dica para se livrar dos chatos? Aqui no Rio, pelo menos, cola certinho. Sou mais branca que a maioria, e a cidade vive cheia de turistas mesmo. O cara deve ter saído chateado: “que gringa maluca, depois o bêbado sou eu...”.

Bom, hoje é terça-feira gorda, mas eu vou ficar em casa me recuperando. Que um baile já está mais que bom para uma foliã iniciante, ainda por cima americana como eu.

23 fevereiro 2004

Carnabalito e coisas de perua


Hoje encarei um momento perua, e pintei as unhas de vermelho escuro. Vai uma dica pras comadres duras como eu: Colorama Water Shine (Brilho Noite). Por R$ 3,00 você compra um produto que colabora em todos os sentidos, é fácil para qualquer desajeitada pintar as unhas, cobre bem a superfície, e tem realmente um brilho ótimo.

Outra maravilha de dica (essa é da minha cunhada) é a base 4 em 1 do Avon. Passe uma camadinha antes para proteger, e uma depois do esmalte – para dar mais brilho e duração.

E por falar em vermelho, estou de olho naquele cabelo da Fernanda Lima. Acho que a franjinha eu não vou encarar, mas o vermelho pica-pau estou a fim de experimentar, sim. Alguém é contra? Fale enquanto é tempo.

Quanto à folia, resolvi relaxar e aproveitar. Não pulei noite alguma, mas ainda tenho duas chances. Depois, só no ano que vem!

Estou aqui ouvindo a reprise dos desfiles de ontem (como eu queria uma TV a cabo nessas horas!), vou ver se me animo e tiro o pé do chão. Ou não.

22 fevereiro 2004

Quase 20 mil motivos


Estou muito emocionada porque agora você tem quase vinte mil motivos para visitar o meu modesto blog. Isso mesmo, quase vinte mil visitas! Não que seja muito, sei que sou lida por poucos e bons, mas vale uma comemoração com... saquê? (Idéia fixa, liga não).

Para quem ainda não notou: dei uma recauchutada básica na minha listinha de links, ao lado. Ainda estou me lembrando de outros para colocar ali, mas esses são os primeiros que me vieram à mente, os meus links quase diários mesmo.

Em Música, o primeiro deles é o da minha banda (ordem alfabética, o que vou fazer?). Lá você encontra Fernanda Lima pelada mulheres bundas peitos Daniela Cicarelli Juliana Paes Débora Secco nuas gostosas, calma, caaaaaaaalma!!! Nada disso, hehe. Apenas coloquei aqui algumas palavrinhas-chave para ver se pego algum desavisado nos sites de busca – a propaganda é a alma do negócio.

Senhores desavisados que procuram moças peladas na internet (tsc, tsc, que feio...), eu tenho uma banda que se chama Analógica. Clique aqui e saiba mais.

Ainda em Música, links de duas rádios do RS – uma é a Pop Rock, rádio universitária que começou super underground e foi ganhando espaço ao longo dos anos, trajetória louvável. A outra é a Unisnios FM, que está se preparando para traçar o mesmo caminho, rádio da minha adorada ex-universidade.

Tem também o site da banda Vide Bula, que está passando por uma reforma (o site, não a banda), mas não deixem de visitar. Eu me derramo em elogios sempre que falo deles mesmo, porque é uma galera talentosa que batalha muito e faz um som super honesto, além de competente. Dentre as bandas gaúchas atuais, eu fico com eles, que ainda não têm projeção nacional nem gravadora, mas daqui a pouco vão estar nas paradas. Vocês vão ver.

No site Samba & Choro eu só vou bisbilhotar sobre quem está tocando onde, na noite carioca, sobretudo Lapa e adjacências. De vez em quando, dou um pulo em alguma casa dessas e rebolo um pouco, que ninguém é de ferro.

Tem também um site de cifras, onde eu me esbaldo quando ninguém está vendo e toco uma modinha dessas do Tribalistas, tipo “você é assim um sonho pra mim”, e viro a Bibizinha romântica-melosa-derretida. Mas só quando ninguém está vendo. Outro xodó do momento é a gostosíssima “Vou deixar”, do Skank, que já tocava a mil por hora nas rádios do RS antes de virar abertura de novela. É uma delícia!

Tá, não vou comentar todos, senão algum engraçadinho ainda vai argumentar que tem 20 mil motivos para não ler os meus posts enormes... é que estou meio tagarela hoje.

21 fevereiro 2004

Eu fiz o teste:



Eu sou o Matthew Perry


Assim como o Chandler , sou sarcástico mas também
sou fofo e preferido das mulheres ! Apesar dos problemas eu ainda estou a
procura de um grande amor !



Faça você também: Que ator de Friends eu sou ?



Da arte de morar com o irmão

(Hierarquia)

Bilhete grudado no armário do banheiro, depois de uma faxina:

“Favor colocar o fio-dental babado DENTRO da lixeira.
A gerência.”


Bilhete dele, na manhã seguinte (escrito no verso do meu):

“Favor ir à merda.
A superintendência.”



Das coisas que eu nunca fiz

Estou encasquetada: nunca bebi o famoso saquê.
Ando atrás de receitas de drinques - agora que finalmente superei o medo do barulho do liquidificador, pois achei que já estava bem grandinha – que contenham saquê. De preferência com suco de abacaxi, que é a minha paixão, e tenho polpas congeladas aos montes no freezer.
Será que saquê combina com abacaxi?

E que não engorde muito. Leite condensado, estou fora!


Das coisas inusitadas da vida

Onze e meia da noite, toca a campainha: minha vizinha, nervosa, que a gatinha dela se atirou da sacada – isso não é novidade, ela tem por hábito. Mas, o pior: enfiou-se dentro do motor do meu carro. E não saía de lá por nada do mundo.

“É que deve estar quentinho lá dentro...” – explicou.

Descemos. Fui abrir o capô, e paguei o mico do ano: a não ser puxar aquela alavanca que fica dentro do carro, eu não sabia fazer mais nada. Não sabia abrir o capô completamente. Aliás, o nome daquilo é capô? Ou é tampa do motor? Sei lá.

Sim, eu sei que é de meter a mão ali por baixo e achar um negocinho que destranca, mas, no nervosismo, a gata miando asfixiada, a vizinha afobada, cadê que eu achava?

E o superintendente não estava em casa.

Fiquei pensando em como seria se o carro escangalhasse na Linha Amarela, uma noite em que eu estivesse voltando da Lapa, no meio da madrugada, e eu tivesse que abrir aquela tampa, a fumaça saindo pelos cantos, a ventoinha desarmada, eu também... bom, mas voltemos à gata.

Demorou uns minutos – que felizmente não foram fatais -, e consegui abrir o capô. A gata tinha se enfiado sei lá onde. E continuo sem saber, apesar de ter visto, porque não sei diferenciar um parafuso de uma porca, que dirá distinguir algum objeto naquele emaranhado de parafernália mecânica. Bem, dizem que ali tem um motor, e já me basta. Havia também uma gata, que, por sorte, era branca feito neve, e ainda miava.

Minha vizinha, com aquela propriedade que só quem tem gatos pode ter, não tardou em puxar a bichana por meio de uma fresta – por onde nós, leigos, jamais poderíamos imaginar que a gatinha fosse capaz de passar. Mas os gatos têm disso, pulam de sacadas, reduzem de volume, escondem-se no motor dos outros, etc.

Enfim, tudo acabou bem, e pude continuar vendo o Big Brother (ooops, contei!).
Carnavaleco


Tempinho enjoado para os cariocas: chuvinha. De minha parte, um pouco irritada, como sempre, com essa época em que todo mundo simplesmente pára de fazer tudo - e o que antes já não funcionava direito, agora, então, nem pensar.

Está certo, ninguém pode pensar em trabalho ininterruptamente (meu “bico” de voz-e-violão num barzinho foi cancelado hoje... por que mesmo?), ainda que se esteja com as calças na mão, como estou, como estamos todos nós, ou quase todos. Mas, cá entre nós, não venha Domenico Di Masi querer incluir a gandaia desenfreada e a manguaça pré-quarta-feira-de-cinzas no rol das (não-)atividades carinhosamente por ele apelidadas de “ócio criativo”. Sem querer ofender, já não vejo muita coisa de criativo nos carnavais há vááários anos.

A propósito, noite dessas a TVE exibiu um belo programa sobre samba – o verdadeiro -, mas garanto que ninguém viu, porque a cadência era um pouquinho mais lenta do que os frenéticos rebolados pré-carnavalescos que as outras emissoras mostravam no mesmo horário, por sinal, nobre. Pois ali, na TVE, personalidades do samba, estudiosos e fiéis observadores (são sempre os mais interessantes) discorriam sobre o tema dois-por-quatro, sem pudores e sem jargões, como se contassem a história de uma vizinha de porta.

Entre outras coisas, eles lembraram que a “vizinha”, quando desfilava na avenida há alguns anos – nem muitos! -, rebolava muito mais gostoso, mais swingado. Até que resolveram atropelar a vizinha.

É isso mesmo. Aceleraram o andamento do samba-enredo até não mais poder, e hoje ele é o único que não desfila: corre. Uma judiaria, como dizia minha avó.

Parece que o balanço, outrora um pré-requisito para se falar em samba de qualquer espécie, agora perdeu o sentido. Pelo menos o sentido auditivo; que, no visual, tudo balança cada vez mais.

20 fevereiro 2004

Aula de Garotinho e Rosinha

A natureza da mulher, tal como Deus a criou, é ser conduzida, ser dependente. Ela não é verdadeiramente feliz quando, casada, rejeita a liderança do marido e assume a própria vida, sem compartilhá-la com ele e sem ouvi-lo. Pior fica quando tenta dominar o marido. Em um congresso mundial de mulheres, realizado recentemente no Brasil, algumas “feministas” famosas repensaram esse movimento, confessando que as mulheres “liberadas” estão muito frustradas e infelizes...

Sem comentários. Clique aqui e veja você mesmo. Se tiver estômago, claro.

18 fevereiro 2004

15 fevereiro 2004

Por um fio


Fui tocar num barzinho cujo ponto “forte” seria um punhado de mesinhas do lado de fora. O dia estava lindo. Foi eu chegar e plugar meu violão, desandou a chover e não parou mais.

Pelo menos o palco era na parte de dentro.

Quer mais? Meu violão deu pau. Acho que é Osmar (os-mar-contato: termo técnico que designa o mau contato de um fio com o... com ele próprio, digamos. Um fio que não se dá com ele mesmo, imagine.)

Quando o Osmar entra em cena, o jeito é você achar uma posição onde ele se comporte, e dali não sair nem por decreto. No meu caso, depois de uns tapas desesperados no violão, consegui aquietar o Osmar. E ali criei raízes, para não alertar os gansos. Funcionou. Só que me custou uma dor incalculável na coluna e uma fama de cantora-estátua.

Não se pode ter tudo.

Depois de horas a fio (sem trocadilho), finalmente desci do palco, e pus fim ao sofrimento. Havia quem perguntasse por que motivo eu não fazia um ou dois intervalos, já que o tempo de cantoria era extenso. Meu irmão, orgulhoso e mentiroso, respondia com uma piscadela:

- Ela gosta assim. É pra não perder o pique...

Mané pique. Só dava eu e o Osmar no palco, a evitar música mais animada para não cair na tentação da sacudida fatal – que poria fim ao musical, brindando a platéia (?) com um sonoro BRRRRRRRRRRRR! ad infinitum, e terminando por me avacalhar a estréia.

Quase que chamo o Osmar para uma contradança, mas receio que ele se ofenda e seguro a minha onda.

Concluo: entre roncos e ruídos, salvaram-se todos.

14 fevereiro 2004

Tocando

Estarei tocando hoje, sábado, no Barra World Shopping – Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro. Quem quiser chegar, não há couvert artístico. E fazem uns crepes (no Sul, chamamos de panquecas) deliciosos. Procurem pelo cartaz: Bibi Da Pieve. Não tem outra. Não tem erro.

Engraçado é eu dizer meu nome aqui no Rio. Por telefone. Tele-pizza, por exemplo:

- Eu gostaria de fazer um pedido, por favor.
- Pois não. Qual o seu nome?
- Bibiana.
- Hein? (rindo)
- Bibiana.
- Viviane?
- Não. Com “b” de Brasil. Bibiana.
- Bibiane?
- Não. Bibianaaaaaa. Com “a” no final.
- Aaah, sim. Bibiana de quê?

Respiro fundo.

- Da Pieve.
- De onde?
- É o meu sobrenome: Da Pieve.
- Dábliu-érre (W R)??? (rindo)
- Vou soletrar, tá?
- W R ou Soletrar?

Respiro duas vezes. Fundo.

- Eu vou soletrar, dizer letra por letra, o meu sobrenome. Pode ser?
- Claro, senhora Babiane.
- Ok. “D” de dado, “A”, “P” de pato, “I”, “E”, “V” de vela, “E” de novo.
- De novo é com “D”, senhora. Termina com “D”?
- Não. Meu nome é Bibiana Da Pieve.
- Aaaah! A senhora é parente daquele colunista do O Globo?

Respiro aliviada. Mais ou menos.

- Isso!!! O Arthur Dapieve!
- Arthur de onde?

Doce ilusão.

- Querida, somos parentes distantes. O Dapieve dele é tudo junto, o meu Da Pieve é separado. Mas é tudo italiano, mão-de-vaca, gringo, branquela, Vamos ao que interessa – no caso, a pizza.

- Aaah, me desculpe, senhora Babiane WR. Nosso serviço delivery funciona só até as 22h.

- Mas eu liguei há 20 minutos !!!

- Sim, mas até que eu anotasse o seu nome... sinto muito, senhora WR. Fica para uma próxima oportunidade.

09 fevereiro 2004

Que vontade de ser a Laura

06 fevereiro 2004

Tenho impressão que ninguém me lê, com esse raio de blog estragado – ninguém pode conversar comigo aqui, nem se meter nos meus escritos... coisa triste.

Chegou uma frente fria e voltou a chover no Rio. Sabe que eu gostei? O calor estava insuportável, desumano, chegava a ser obsceno. Não que agora esteja frio – doce ilusão! -, mas deu uma amenizada básica.

Vi um homem mais que maravilhoso no supermercado, mas ele deu tanta atenção a mim quanto a uma lata amassada de atum sólido. Empoeirada. Esquecida na prateleira.

Nem quis saber meu preço. Nem minha validade, minhas calorias por metro cúbico, meu colesterol, meu teor de sal. Nem se tivesse uma promoção estampada na minha testa, leve duas, pague uma, acho que nem assim ele me notaria.

Inconformada, dei a volta na prateleira e passei por ele outra vez, mas de frente. Empinei o nariz como quem não quer nada com nada, mas, na verdade, quer tudo com tudo. Nada. Ele só queria saber da mostarda escura – mais intensa, mais apimentada, mais... tchan. E mais escura.

Acho que preciso pegar um bronze.

04 fevereiro 2004

Meu vizinho e seu gato


Vocês não vão acreditar, mas é real: hoje meu irmão abriu a porta do nosso apartamento, e me mostrou um capacho. Um capacho normal, formato meia-lua, cor meio verde. Só que nós não temos um capacho em frente à porta. Nunca tivemos. E o capacho apareceu ali.

Fiquei olhando sem entender direito, e logo reconheci: era o capacho do vizinho do 104, aqui do lado. Aquele mesmo vizinho que, há alguns meses, tinha o péssimo hábito de roubar o meu jornal de manhã cedo, ler tudinho, e depois devolvê-lo, meio despetalado. Até que armei um esquema com o porteiro – que passou a arremessar o jornal direto para a minha varanda, evitando escalas indesejadas.

Mas, voltando ao capacho, observamos que o vizinho estava sem; óbvio, o capacho dele viera parar na nossa porta. Por que seria?

O mistério não durou dois segundos: imaginem que, sob o capacho, escondia-se uma extensão que saía por debaixo da porta do vizinho em questão, e terminava atrevidamente conectada à tomada do corredor do prédio.

Meu vizinho está fazendo um gato.

Deve estar deixando o ar refrigerado ligado o dia todo (não sem razão, aqui tem feito um calor do cão!), e atravessa a sala com um fio branco que abocanha a energia do condomínio – que, diga-se de passagem, anda mesmo um absurdo de caro. Reconheçamos, não foi má idéia.

O que mais gostei foi do cuidado com o gato: não que bastasse para esconder o fio (enorme, por sinal!); mas, gentilmente, o vizinho nos emprestou o seu capacho para evitar que tropeçássemos no rabo do bichano.

É ou não é uma gentileza?