26 março 2004

Diagnóstico: hérnia de disco. E só!


Logo eu, que mal tenho um disco gravado – ainda não lançado -, agora arrumei uma hérnia no disco. Acreditem, deu no resultado da ressonância.

Querem saber? Estou é de saco cheio dessa minha coluna mal projetada (teria sido obra do nosso amigo Sérgio Naya?). Faz um mês que estou nesta condição ingrata, dói, senta, dói, levanta, estende, comprime, respira... estou quase solicitando às autoridades minha auto-implosão. Quem sabe, reduzindo minhas vértebras a pó, eu possa me livrar mais rápido desse tormento fisioterápico.

(Cara de choro).

Falar em saco cheio, descobri finalmente que tenho um. Saco, sim senhoras. Diz no laudo da ressonância: “Pequena protrusão discal focal póstero-mediana de L5-S1, provocando leve endentação na face ventral do saco dural.”

Meu irmão e eu, dois ignorantes completos, tentando decifrar o laudo – antes de mostrá-lo ao médico, claro:

Eu: Olha aqui... rapáááiz, olha isso...

Ele: Saco? Que saco?

Eu (orgulhosa): Tá aqui, ué. Saco, sim senhor. E mais: saco dural! Tá pensando o quê? É mole não! Saco du-ral! Te mete!

Ele (invejoso): Não pode. Isso tá errado.

Eu: Errado, nada! Saiu na ressonância, é fato.

Ele: Quem diria...

Eu: É, Freud que se morda na tumba... eu também tenho o meu! E, se eu tenho, todas nós temos!!!

Ele: Tu vê...

Eu: Só não entendi isso aqui: “...provocando leve endentação na face ventral do saco dural.” Como assim?

Ele (solícito): Xiiii... não sei. Mas, vai por mim: qualquer coisa esmagando o saco - ainda mais esse teu aí, que é dural! - deve doer pra cacete! Sem trocadilho.

Eu: Agora você entende a minha dor! Finalmente!

Ele (respeitoso): Ô!


Pena que o mistério não durou dois dias.

Minha fisioterapeuta: Aah! Isso é só o nome que se dá à membrana que envolve a medula...

Alarme falso.

Eu, com isso, suspendo as buscas . Afinal, onde não há saco, não há... você sabe.