19 maio 2008

O maluco e a TPM


Maluco passeando com cachorro me aborda no sinal de pedestres.

- É muito carro, amiga. Muito carro!

Concordo, com um discreto movimento de cabeça, para que o maluco não grude em mim. Mas maluco que é maluco cola, adere, fixa. Concorde-se com ele ou não.

- E o pior é que a gente respira essa merda toda.

- É...

- Você não sente, não?

- A poluição? Sinto.

- É merda! Merda pura. Pura merda. Sente não?

E fungava, como querendo me ensinar a sentir a merda que de certo redundava no ar (?), ou, pior, como se me acusasse de ser insensível ao cheiro óbvio da bosta!

Algumas ponderações:

1. Os malucos levam comentários nos bolsos e distribuem – feito filipetas - às mulheres com cara de quem pode vir a se interessar por seus produtos e serviços. Tipo encanador, eletricista. Um dia eu posso acordar precisando de um doido com cachorro para me lembrar que a merda existe e está por toda parte.

Pouco provável, já que temos a TPM para isso.

2. Os malucos, bem como seus cães, possuem um faro apurado para mulheres nas quais podem despejar seus comentários cretinos sobre a merda do mundo – sem sofrerem prejuízo físico ou dano moral. Ou seja, tenho cara de quem vai ouvi-los e ficar calada concordando.

Até que um deles me pegue na TPM, claro.

3. Os malucos, seus irmãos e seus cães (no caso de haver como diferenciar uns dos outros) abordam mulheres no meio da rua porque suas mães estão ocupadas demais exercendo atividades escusas.

Acho que agora acertei na mosca. E por falar nisso, estou na TPM.