14 outubro 2008

Décimo Terceiro

É quando chega, assim, outubro – e outubro sempre chega assim, do nada. Ninguém percebe, mas a verdade é que outubro começa pelo meio. Você vê, amanhã já é dia do professor de novo e parece que a gente não aprende. Aliás, estive pensando: o que há com setembro que não prenuncia, não insinua e não adverte ninguém de coisa nenhuma?

“Ei, gente, olha eu aqui, com essa cara de setembro! Mais dia, menos dia será Natal e vocês não digam que eu não avisei, hein?”.

Que nada. Setembro só faz chover no molhado, como se ainda estivéssemos num agosto espichado, ou pior: como se o primeiro semestre sequer tivesse terminado. Com essa questão do clima retardando o edredom, ficamos nós também um pouco retardados, e o Ano Novo espeta precocemente quando o Ano Velho ainda parece bem enxutão.

Quando eu era pequena, um dia ouvi uma conversa sobre o décimo terceiro de alguém e pensei: meu Deus, será que eles escondem trinta dias em algum canto e só liberam para usuários cadastrados? Tem que ter CPF limpo? Pode enfiar o décimo terceiro logo depois da Páscoa, e aí a gente fica comendo chocolate ininterruptamente nesse mês-bônus?

Pois o meu eu vou querer justamente em outubro – antes do meu aniversário, só para ter a sensação de trapacear o envelhecimento. Hoho.

12 outubro 2008

Tira o olho!



Totalmente solidária.

09 outubro 2008

Apenas uma vez

Só ontem assisti no DVD ao filme Apenas uma vez (Once – Irlanda, 2006), que foi bastante elogiado e ganhou o Oscar de melhor canção original com Falling Slowly.

Depois de um show do The Frames em Dublin, em 2005, o diretor John Carney (que já tinha sido baixista da banda) pediu a Glen Hansard, cantor e líder do grupo, que compusesse um punhado de canções que serviriam como base para montar um roteiro. O filme acabou sendo feito a partir de 10 músicas inéditas, e o próprio cantor/compositor interpretou o protagonista.

Filmado em apenas 17 dias e com um orçamento de US$ 70 mil, o musical modernoso - que conta a história de um músico de rua e uma vendedora de flores tcheca, também cantora e instrumentista - virou um fenômeno independente muito aplaudido. Sobretudo por questões que têm mais a ver com a sua condição no mundo cinematográfico do que, propriamente, com a “obra” em particular. O surpreendente sucesso de um filme barato e despretensioso, por exemplo, chama atenção e conta pontos. A ousadia do formato, idem.

Eu acho delicado dizer que é bom, mas certamente há ótimos momentos – e não só musicais. O carisma dos dois músicos/atores é inegável e rende belas e comoventes cenas. Já o ritmo se mantém lento do início ao fim, criando possíveis dificuldades soníferas para acompanhar uma história que, por sua vez, também vai andando meio de lado.

Em suma: é meio ruinzinho, mas é ótimo.

Só avisando: passe longe quem não pode com essas canções românticas de melodias tristonhas e refrões grudentos, como Falling Slowly. Abundam!



PS: Muito, muuuuito bonitinho mesmo é assistir à cerimônia de entrega do Oscar e ao breve e fofo discurso do casal – que, segundo consta, começou a namorar durante as filmagens. Em inglês, sem legendas. Aqui.

07 outubro 2008

MODA 2008/2009
A próxima estação pede penas no topo e calças dos maridos


Andei passeando, com minhas pantufas amarelas, pelos sites de moda. Ai!

Primeiro que não entendo do assunto um ovo. Mas acho bem interessante quem entenda e saiba se vestir. Já eu ando esportiva, casual e, às vezes, clássica. Que é para não errar.

Não que tenha um senso estético péssimo; até combino algumas cores com certa habilidade (desde que elas sejam poucas e gentis comigo, e que não fiquem se misturando aos tons menos conhecidos das pessoas em geral).

Bom, mas as novidades são as seguintes – e vou usar sempre a primeira pessoa do plural no afã de me incluir nesse desejado universo fashion: usaremos adornos nos cabelos e nas cabeças. Segundo as fotos que rolam por aí, andaremos com lenços, tiaras, diademas, fitinhas, frufrus e, pelo que daqui pude identificar, inclusive uns enfeites (?) em forma de penas de pato, pombo ou mesmo ganso (vá saber!), e também uma espécie de olho de pavão (juro que vi) no topo da, no topo do, como se diz? Enfim, no topo.

Ah, outra coisa positiva é que usaremos muito o chapéu – imagino que também no topo.

Já sobre as velhas calças jeans, há uma ameaça no ar: o retorno da calça baggy, aquela coisa larga de cintura alta que era moda nos anos 80. Mas, conforme investiguei, essa tal ameaça nasceu de umas fotos do tipo “flagra!” de três ou quatro celebridades estrangeiras, acho que americanas, que andavam pela rua tranqüilamente vestindo as calças dos seus maridos-celebridade.

Pessoalmente, avaliei que o flagrante verdadeiro seria se estivessem usando as jeans do marido alheio. Mas não, foi erro de avaliação (meu, claro).

Uma vez detonado o “movimento” das celebridades-com-as-calças-dos-próprios-maridos, estabeleceu-se que, na próxima estação, deveremos nós também usar calças jeans folgadas, de cintura baixa e corte masculino, reto. Leia-se: fundilhudas. Além disso, “muito lavadas” (tradução: aspecto sujinho, desbotado). E consta que uma das moças fotografadas foi duramente criticada por usar as benditas calças com as barras dobradas, no velho estilo de caçar marrecos na lagoa.

Pensando bem, talvez, se ela usasse ma pena na cabeça...

* Pelo sim, pelo não: dicas de como usar a calça adequada ao seu tipo físico nesta reportagem do Jornal Hoje.

04 outubro 2008

A título de bundas entre parênteses

Um anúncio na revista de domingo oferecia mil maravilhas estéticas, dessas que a gente vive com vontade de fazer, mas cadê “tempo”? Sou péssima para guardar esses nomes - plastias, bio isso, bio aquilo, dermocoisas e coisodermos - que, por si só, já espetam a gente e dão choquezinhos. Mas o fato é que, lá pelas tantas, deparei com a seguinte oferta:

Não-sei-o-que dos glúteos (bumbum).

O bumbum vinha entre parênteses, depois dos glúteos. A essa altura do campeonato, existe alguém que realmente não saiba onde ficam os (seus próprios) glúteos? Pode errar um pouco na mira, está certo, já que os glúteos andam – invariavelmente, para baixo. Mas saber, sabe.

Outra coisa, você conhece o Fio Búlgaro? Pesquisei a respeito: “É um excelente tratamento para levantar o glúteo caído (triste), pois reposiciona o mesmo”.

Achei interessantíssima a abordagem psicológica do caso. O glúteo caído não está sedentário, velho, largado às traças: está triste, oras. Aliás, entre parênteses (triste), outra vez! Estou começando a achar que esse pessoal da estética costuma dizer umas verdades entre parênteses.

Só fiquei com uma dúvida, na parte “pois reposiciona o mesmo” – quem seria o mesmo, mesmo? Acho que eles quiseram enfatizar que o glúteo a ser levantado será o mesmo de quem se submeteu ao tratamento, e não outro. De suma importância. Imagine você pagar pelo tratamento e acabar consertando bumbum alheio. (Prejuízo).

Queridos, vou trabalhar antes que escreva mais trivialidades (besteiras).