13 novembro 2004

Conhece a do macaco?


Eu não sou boa nisso, mas vou contar uma piada. É velha, tá?

O sujeito viajava de carro, de madrugada, sozinho. A estrada era vazia, zona rural, nada de civilização. Tudo escuro. De repente, fura o pneu.

O cara desce do carro e começa a procurar o macaco; e nada do macaco. Bate um desespero: estou sem macaco, meu Deus, e agora?

Olha em volta, avista uma fazenda com uma casa de madeira ao fundo. Pensa em bater lá e pedir um macaco emprestado, claro. E começa a andar em direção à casa.

No caminho, vai resmungando: “Que azar o meu, furar o pneu no meio desse fim de mundo e ficar sem macaco. Sabe lá quem é que mora nessa fazenda, também... Garanto que o fazendeiro não vai ter um macaco, ou, se tiver, não vai nem querer me ouvir... afinal, um forasteiro batendo à porta no meio da madrugada... vai é me receber a tiros, isso sim... Capaz de eu morrer furado, ou então a pancadas mesmo. Duvido que esse cara tenha um macaco. (E vai se aproximando da casa). Duvi-de-o-dó! (Chega perto). Fazendeiro chucro desses, vai nem saber o que é um macaco... (Bate à porta, enfim).”

Nisso, abre a porta um doce senhor, que pergunta: “Pois não?”

E o viajante responde, no embalo:

“AH, QUER SABER? ENFIA O MACACO NO *$&@#&$¨!!!!!!!!!”

***

Eu acho essa piada muito ilustrativa.

Às vezes, a gente passa dias, semanas, meses, anos pensando na falta do macaco. E resmungando com os próprios botões. Ninguém sabe que a gente sente falta do macaco. Ninguém sabe sequer que o pneu furou. Ninguém sabe que estamos viajando na madrugada escura, talvez.

Lá pelas tantas, quando já estamos prestes a explodir, aí é que resolvemos colocar uma pobre vítima no roteiro. O fazendeiro, coitado, não sabe de nada. Abre a porta no maior carinho, mas aí já é tarde. Vai ouvir desaforo, e de graça.

E xingar o fazendeiro não resolve absolutamente nada.

***

Filosofia de piada. Valha-me Deus.
Não sei como vocês me agüentam.