29 setembro 2009

O moço que adorava quebrar paredes


A descarga escangalhou de vez. Aliás, a válvula. Ou sei lá.

O moço esteve aqui e tentou o dia todo trocar as peças, mas a senhora sabe, o encanamento é antigo... E vamos ter que quebrar as paredes mesmo.

Revisando a cena (e acrescentando o diálogo final):

O moço entrou aqui dizendo que ia tentar “dar um jeito” e saiu afirmando: no seu caso eu tentei dar um jeito, mas isso aqui nem é mais caso para jeito, não.

“Ah, não?”

“Não. Vamos ter que dar é solução.”

Espera. Revisando a cena outra vez, para ver se escrevi direito (não estou crendo):

A descarga escangalhou de vez. Aliás, a válvula.

O moço entrou aqui dizendo que ia dar um jeito. Não deu jeito nenhum, gastou meu tempo, sujou as paredes, a pia, o meu sabonete francês e, àquelas alturas, o nome dele. No final, disse que não era caso para “dar um jeito”, mas para “dar solução”. Ou seja, quebrar as paredes da minha casa.

Agora vem a parte boa de se trabalhar com ficção:

O moço entrou aqui e (blá blá blá)...

Então, ele quebrou as minhas paredes, eu aproveitei que estavam quebradas mesmo e juntei um bocado de paredes, e olhei bem para o moço, a senhora sabe, o encanamento é antigo, o seu caso não é nem para dar um jeito e... Bem, sou meio ruim de pontaria, quis dar uma solução no moço todo, mas solucionei só uma orelha. Fim.


PS: todo o resto era verdade. À exceção do sabonete “francês”, que era um Protex básico ali da esquina, mas eu achei mais dramático se... Você entende.