03 agosto 2006

12 semanas

Estou no final do terceiro mês. Meu médico liberou o Pilates, ando eufórica para voltar. Entre as professoras, soube que rolou o seguinte comentário: oba, teremos uma mascote! Euzinha, no caso.


Não se manifesta

Dizem os sites especializados que, a essa altura, meu filhote (ou minha filhota) já dá saltos e cambalhotas lá dentro do útero – aventuras que, infelizmente, ainda não posso sentir. Outro dia eu me confessei preocupada:

- Estou ansiosa pela próxima ultra, ver como nosso filho está. Sei lá, rola sempre uma preocupação, afinal, ele não se manifesta...

E ele, ostentando know how:

- Você vai sentir saudades dessa época!

Hoho.


Instável

Estou começando a aprender, a duras penas, a ficar calma diante do inesperado. Para quem gosta de tudo sempre muito combinado, na ponta do lápis e sob controle, não poder prever como o corpo vai se comportar no dia seguinte – pior, nas próximas horas! - é um belo exercício de paciência.

Sabe aquela comidinha que caiu tão bem? Daqui a 40 minutos, sem avisar, parece pesar como uma laje. Já parei de procurar a azeitona da empadinha, porque o negócio é tão maluco que, às vezes, aquilo que me faz mal hoje deixa de fazer amanhã. E vice-versa. Sem motivo algum.

O negócio é relaxar e seguir as dicas do médico, o resto é loteria. Tenho sido bastante razoável, isso ajuda.


Celestial exceção

Mas, outro dia, vi numa vitrine um pedaço de bolo de laranja com calda de açúcar que tinha mais ou menos o tamanho do meu monitor. Namorido prevê o desastre e me oferece ajuda:

- Se você quiser dividir...

- Já estou dividindo!!! – Arregalei os olhos e mandei ver; derrubei o tijolo num só fôlego, sobrou nem farelo.

Pedimos a conta e fomos embora logo, eu ainda lambendo os cheiros daquele bolo que, inexplicavelmente, tinha gosto de... céu (?!). Ele, meio admirado, decerto torcia para que não me desse um treco.

Treco não me deu, mas a sensação, 20 minutos depois, era de ter tomado um porre de céu – e, claro, fui parar direto no inferno. Doía meu estômago, ardiam minhas nuvens, ai, meus sóis, céus, nunca mais! NUN-CA-MAIS!

Aliás, nunca mais eu iria comer nada. Plano modesto para quem recém devorara o firmamento. Meia horinha mais tarde, no entanto, me deu uma vontade de comer pizza de tomate seco com manjericão...

Pisei no chão, fui de pão light e frutas.