29 setembro 2003

Segunda-feira


O fim de semana foi calmo. Sábado à noite, DVD e um pouco de violão. Não vou lembrar o nome do filme (bonzinho), mas era um suspense cuja personagem principal, uma psicóloga que trata de presidiários, sofre pela obsessão que um deles, recém solto, resolve manter por ela. Crime, investigação, paixão e um pouco de drama. Nada de humor.

O domingo foi mais uma espécie de pré-segunda-feira, com muito trabalho e pouco tempo livre.

À noite, perdi o Brasília Music Festival que a Globo passou. Minto; peguei só o finalzinho, da última do Pretenders em diante. Pelo menos deu para ver o Roger (Ultraje a Rigor) cantando “Nós vamos invadir sua praia”, e me lembrar dos shows que fazíamos no litoral gaúcho há uns 6 ou 7 anos.

Mais do que um bom bronzeado, nós queremos estar do seu lado.

Faz algum tempo que não viajo. Um tempo maior do que deveria. Preciso dar um jeito nisso, entre outras coisas. Como a vida é curiosa, não?

28 setembro 2003

Alanis Morissette




De cabelos curtos! Quem diria?

Confesso que fiquei na maior vontade. O show aqui no Rio aconteceu (ou está acontecendo) hoje, no ATL Hall, mas os ingressos custam de R$ 90,00 (o mais barato!) a R$ 200,00.

R$ 90,00 é mais do que eu gasto em supermercado por semana. É mais do que eu gasto em faxina por mês. É mais do que... bom, eu adoraria ver a Alanis ao vivo. Mas fica para outra vez.

26 setembro 2003

Brasília Music Festival 2003

Numa hora dessas, eu queria estar em Brasília. Live, Pretenders, Alanis e Simply Red? Eu ouvi direito?
E vocês viram que a Alanis cortou os cabelos?
Tô boba!



Falando nisso...



Mick Hucknall, vocalista do Simply Red, fazendo uma pontinha na próxima novela das 8h.
Aliás, a Malu Mader bem que poderia nos fazer a gentileza de parar de ficar mais linda a cada dia, não?
E, a propósito, a próxima a contracenar com a Malu é ninguém menos que Alanis Morissette.



Nada a ver com o assunto, mas...

A estrela Lya

Muita gente ficou de "Perdas & ganhos" na mão, sem conseguir lugar para ver a concorridíssima palestra de Lya Luft no Rio. Os sem-autógrafo da noite de terça-feira (23/9) retratam o sucesso da autora gaúcha, transformada surpreendentemente em best-seller aos 65 anos.

25 setembro 2003

idas úmidas (mas não chore)


mas não chore
eu não estou
sumida
(é só uma ilusão de ótica)
.
.
.
mas não chore
(eu não estou)
.
.
.
sumida
(é só uma ilusão de ótica)
.
.
.
eu não estou
(sumida)
.
.
.
eu não estou
(sum ida)
.
.
.
s um ida
.
.
.
s um idas
.
.
.
umidas um
.
.
.
idas umidas
.
.
.
idas úmidas
(mas não chore).

19 setembro 2003

SHOW - Dançando no campo minado



Ontem eu fui ao show dos Engenheiros do Hawaii no Canecão, e saí de lá com a minha usual cara-de-tacho, a pensar na vida e no rock, no tempo passando e na cadência de uns, na decadência de outros; na boa vontade de uns, na mesmice pouco generosa de outros. E na minha crônica sensibilidade de fã incondicional da boa música, que não se prende a convicções impostas pelos sábios, ou padrões impressos nos suplementos especializados. Minhas impressões são bem outras.

Meu papel era claro: sentar a bunda numa cadeira, assistir a um show, e depois voltar para casa pelo mesmo caminho. Mas nem isso eu consegui fazer.

De fato eu me sentei onde pude, mas, assim que o show começou, passei a estranhar a presença de gente indesejada ao redor da minha mesa. A primeira foi uma menina de nove anos, vestida com a camiseta do Grêmio, que eu conhecia de outros carnavais, mas com a mesma fantasia. A segunda foi uma de dez, cuja usual cara-de-tacho não me era estranha. A terceira tinha onze anos e se aboletou ali sem pedir licença, assim como a de doze, a de treze, a de catorze, e todas as próximas - adolescentes, estudantes, roqueiras, universitárias, rebeldes, apaixonadas...

Não sei se foi obra do acaso, ou se alguém armou isso de propósito, mas calhou de eu adolescer e adultecer vendo aquele alemão pouco paparicado pela mídia tecer suas letras e melodias, como quem não quer nada, disco após disco, palco a passo. E durma-se, com um barulho desses.

O que eu menos queria, a essa altura do campeonato, era um congresso dos meus pedaços não convidados, que foram chegando involuntariamente à minha mesa - e, quando vi, já estavam pedindo uma bebidinha. Mas não tive outra saída senão acolher essa gente toda, e ainda pagar a conta no final.

Aluguei uma van e trouxe a galera aqui para casa, aonde viemos terminar o congresso (não vejo a hora). Até lá, ficaremos – as meninas e eu - envoltas nessa aura quase mística de reflexão e sensibilidade, às vezes pouco conveniente ou confortável, mas sempre enobrecedora.

Resumindo, eu acho que a arte serve é para isto: para nos puxar o tapete do individual, e nos fazer universais, ainda que por um momento, e ainda que à força. Ainda que tenhamos a ingênua fantasia de que os “nossos” pedaços são, realmente, só nossos.

15 setembro 2003

Puxando a brasa pro assado do vizinho


Vou fazer uma propaganda descarada, mas super bem intencionada: visitem o site da banda gaúcha Vide Bula , e não se arrependerão.

Há músicas disponíveis em MP3 (inteiras!), e já vou avisando que se trata de um pop tão cativante quanto despretensioso – coisa muito rara hoje em dia -, cuja parte musical vai muito bem, obrigada, mas sem perder a ternura jamais. Eu recomendo, de verdade. Acho que as bandas de pose and roll têm muito a aprender com caras assim, que não cospem no chão e não cantam como se estivessem à beira de um suicídio e/ou ataque epilético.

Música e filosofias à parte... meninas, não percam a seção de fotos!

12 setembro 2003

Eu já não pedi que não me deixassem entrar no Carrefour?

Caí em tentação, semana passada. Quando vi, estava agarrada numa calça jeans dessas meio curtas, de quem vai caçar marreco no lago (R$ 28,00), ainda por cima um jeans clarinho que em nada favorece a minha tara por ketchup. Já se viu, comprar roupas no Carrefour? E minha mãe diria: “Isso não é nada! O pior é anunciar no blog!”. Bem, mas o que está feito...

Confesso que eu ia trazendo também um CD de coletâneas da Tina Turner (?de onde eu tirei essa idéia?), só porque era R$ 9,90, mas dele eu desisti quando entrei no corredor dos produtos de limpeza e me estarreci com os preços. Sorrateiramente, enfiei a senhora Turner no meio de umas garrafas de Kiboa, onde ela deve estar repousando até hoje.

Agora, mudando de assunto, eu vou dizer a vocês, é muito bom mesmo morar aqui no Recreio dos Bandeirantes. Só tem uma coisa que me desagrada profundamente, que é o que aconteceu hoje: fui almoçar num self-service que tem aqui perto, e trouxe de sobremesa uns dois quilos de barro nos pés. Distraída, emporcalhei toda a ardósia que minha doce e convicta faxineira havia limpado.

É assim. Depois das chuvas, algumas ruas daqui exigem um bom par de galochas e uma paciência de Jó. Como não tenho nenhuma coisa nem outra, só me restou acabar o dia de quatro, acarinhando a ardósia e rezando para parar de chover.

Será que Deus se incomoda de eu rezar de quatro?

Vou perguntar à minha faxineira.
Não. Melhor não.

11 setembro 2003

Momento revista QUEM

O Oswaldo Montenegro está namorando a Paloma Duarte.


Momento O tempo no Rio

Voltou a chover, depois dos últimos dias de sol.


Momento musical

Ok, Nando Reis me cativou outra vez. Vou esperar o preço do CD dele (A Letra A) baixar, e enfiar no meio de umas latas de atum, ricota a granel e pão de soja no carrinho do supermercado. Assim, eu compro e nem percebo tanto, a ponto de ficar culpada por gastar com supérfluos.


Momento doméstico

Minha faxineira limpava os vidros, silenciosamente, enquanto eu trabalhava no computador. A TV estava ligada no Sem Censura. Preta Gil falava do seu CD. A faxineira, calada. Preta Gil falava da sua história. A faxineira, calada. Preta Gil falava das fotos que tirou, nua, e colocou no encarte do CD. A faxineira, de súbito:

- ABOMINÁVEL! ABOMINÁVEL! DEUS ABOMINA A NUDEZ! DEUS ABOMINA! (Apontava para a televisão, indignada).

Fiquei pensando: se Deus abominasse mesmo a nudez, não nos teria feito com casca, a exemplo das bananas? Mas nem disse nada a ela, que parecia muito mais íntima Dele do que eu.


Momento desespero

Estamos em setembro outra vez, e a previsão é dia das crianças, finados, Natal, e lá se foi o ano.
Não sei quem foi que inventou a lei da cronologia, mas, pior que ela, só a da gravidade. Aliás, o nome já diz, e já colocaram de sacanagem: lei da grave-idade.

08 setembro 2003

De bom humor


Passei aqui para deixar um bom dia a vocês. Estou de muito bom humor! Ok, meninas, concordo que o sol tempera a cidade e os nossos corações com um tiquinho de alegria; já estava mesmo enjoada daqueles dias frios - um bom lugar pra ler um livro, e o pensamento lá em você, eu sem você não vivo.

O fim de semana foi agradável. Assistimos "A Era do Gelo" no DVD, uma gracinha! E assistimos também "Monstros S.A." - overdose infantil? -, que é um espetáculo à parte. Apesar de eu não ter visto o filme inteiro, vi os extras do DVD, que são um show de talento e competência. Os caras levam CINCO anos na confecção do filme; depois que a gente assiste aos bastidores, começa a achar que foi muito rápido! Quanto trabalho!!

Bom, preciso ir. Estou adorando o movimento do blog, voltem sempre. Beijos!

07 setembro 2003

Atual sonho de consumo realizável


Estou doidinha para ter uma câmera fotográfica digital! Poder fazer meu fotolog, mandar fotos digitais para meus amigos e familiares, e, sobretudo, digitalizar a (minha banda) Analógica!

Se você ficou sensibilizado, e entende dessas iguarias eletrônicas sofisitcadas, por favor me ajude a escolher um modelo razoável. Estou aceitando dicas.

Uma vez decidido o modelo, aceito donativos para quitar as parcelas - que, com certeza, serão muuuuiiitas.

Alguém sabe me dizer, por exemplo, se este modelo (abaixo) presta?



Vivicam 3315 Vivitar

05 setembro 2003

Peço licença para colocar aqui uma dessas "piadinhas" que a gente recebe por e-mail. Esta, realmente, é hilária...


CURIOSIDADES CIENTÍFICAS

Está cientificamente provado que...

- Se uma pessoa gritasse durante 8 anos, 7 meses e 6 dias, teria produzido energia suficiente para aquecer uma xicara de café...
* (Não parece valer a pena tentar... )

- O orgasmo de um porco dura 30 minutos...
*(30 minutos... vocês leram bem direitinho??!! )

- Dar cabeçadas contra um muro consome 150 calorias por hora...
* (Ainda estou pensando no porco, porra!...30 minutos?.... )

- Uma barata viverá 9 dias sem cabeça, antes de morrer de fome...
* (Que inveja eu tenho do porco! )

- Alguns leões acasalam mais de 50 vezes por dia...
*(Prefiro ser porco, qualidade em vez de quantidade! )

- As borboletas saboream as suas próprias patas...
* (Isso é algo que sempre quis fazer, mas falta-me elasticidade.)

- O elefante é o único animal que não pode saltar...
*(...30 minutos... Que loucura essa do porco!)

- A urina do gato brilha fosforescente, sob uma luz forte...
* (Pensaram bem?... São... 30 minutos!)

- Os olhos de uma avestruz são maiores que o seu cérebro...
* (Conheço gente assim...)

- A estrelas do mar não têm cérebro...
* (Também conheço gente assim...)

- Os ursos polares são surdos...
* (Os cães Pastor-Alemão são nacionalistas, a baleia franca é franquista e o porco... O porco é demais! )

- Os humanos e os golfinhos são as únicas espécies que têm sexo por prazer...
* (E se um golfinho fizesse sexo com um porco? 30 minutos! Que fenômeno!)

...Daqui pra frente, me sentirei extremamente lisonjeado quando uma mulher me disser:

"És um porco!"

04 setembro 2003

Coletâneas – vide bula.



As gravadoras inventaram essas coletâneas, e a gente é que paga o pato. Coisas da indústria fonográfica.

Não há nada mais ingrato do que isto: misturar, num só disco, de modo completamente irresponsável e aleatório, canções de um compositor qualquer. E querer que faça algum sentido.

Estou falando como ouvinte, até para não entrar em tônicas mais – digamos - estridentes. O pobre desavisado que, como eu, ganha uma coletânea de Natal, acaba pondo o presentinho na vitrola e se deparando com a própria vida, esquartejada, de cabeça para baixo, bagunçada, ininteligível e sonorizada. É o fim.

Depois de uma certa idade, há que se ter alguma cautela com o passado. Gravadoras ignoram isso, mas ocorre que a história de uma pessoa não se resume a um fichário em ordem alfabética. Aliás, se há alguma ordem na vida, trata-se dessa desgraça da cronologia, que pinta o cabelo dos outros de branco e sai – literalmente – correndo por aí.

Nem me refiro ao compositor esquartejado; falemos de arte e artistas noutra oportunidade. Se me permite o egocentrismo, refiro-me ao meu querido umbigo, coitado, que já viveu algumas décadas, arrepiou-se com várias canções, emocionou-se com os saxofones da vida, chorou junto com centenas de sanfonas, pulsou contrabaixos, bateu tambores, nasceu nas introduções e morreu nos últimos acordes – tudo na ordem da tal cronologia, como manda o figurino.

Meu velho umbigo não acha justo, portanto, que alguma imperatriz fonográfica venha obrigá-lo, a essa altura do campeonato, a sentar-se em frente a um aparelho de som e sentir nas entranhas todas as emoções vividas ate então - completamente fora de ordem e contexto. Cadê justiça?

Um disco de coletânea, perdoem o meu exagero (eu tenho sotaque de Júpiter), é um passaporte carimbado para o enfarte de um amante da música. Digamos que a primeira canção traga uma doce lembrança - a do casamento. Primeiro, que o sujeito não se vê casando: ele se ouve. Três minutos depois da trilha do casamento, a criatura se depara com o tema que lhe remete ao motivo do divórcio. Assim, no seco! Não há coração que resista.

O Ministério da Saúde deveria criar um selo de advertência e obrigar as gravadoras a divulgarem os possíveis riscos de se ouvir uma coletânea. Eu não recomendaria a gestantes e cardíacos.

Além disso, seria interessante que as coletâneas viessem com uma bula, contendo informações necessárias, como posologia (adultos e crianças) e contra-indicações. Já que não há encarte com as letras, então que haja algum texto relevante no interior do produto.

Tudo bem, pode ser que eu esteja fantasiando, e que nada disso faça sentido.

Nesse caso, tanto melhor – porque as coletâneas também não fazem.
Finalmente, um dia de céu azul e brisa agradável nesta cidade. Na verdade, a brisa é licença poética: está ventando mesmo, e como.

Recebo notícias dos meus pais pelo correio, além de embelezadores produtos da Natura e controversos chocolates de Gramado. Coisas do sul – beleza e doçura simultâneas.

Não sei se percebem, mas hoje estou um pouco minimalista.

Volto assim que isso passar.
Boas!

Certamente vocês já notaram que a imagem abaixo é uma webcam, dessas que ficam espalhadas pela cidade. Não sei se já aconteceu com vocês, mas eu, às vezes, quando venho aqui à noite, vejo apenas a imagem de um escritório – com mesa, cadeiras, e algumas sombras miteriosas...
Ui, que meda!

01 setembro 2003



Vejam como está o Rio neste instante.
Estou saindo agora, vou ali e já volto. Bom dia, boa semana, bom setembro!
BOM DIA!


7h da manhã. Cappuccino. 20 graus no Rio de Janeiro. Início de semana, início de mais um setembro como todos; meio patriota, meio florido, meio do fim do ano.

Dia 14 eu faço 12 (doze!) anos desta profissão desvairadamente feliz, de olhares críticos e julgamentos variados, de luzes acesas por pouco tempo – e apagadas por muito. Mas, sabe aquela história da vela, né? É possível iluminar uma sala escura só com uma velinha acesa, mas é impossível “escurecer” uma sala iluminada com qualquer quantidade de escuridão.

No mais, sem querer ser auto-referente, e já sendo: quem mandou a gente ser assim?