30 novembro 2006

Cassandra

Estou lendo Meu reino por um cashmere
, da Ana Cristina Reis, e me divertindo. Até agora, a crônica de que mais gostei se chama “Cassandra”.

Sente o drama. Ela conta que estava tentando selecionar uma empregada, até que achou uma tal de Sandra, ótima. Tudo combinadinho, a mulher ia saindo e comentou que estava com saudades do filho, puxando da bolsa um punhado de fotos. “São as primeiras desde que ele se mudou para a Suíça”.

Ana Cristina foi olhar, e o filho era um travesti. E a mãe Sandra, orgulhosa:

- Ele diz que quer mudar o nome para Cassandra, que é para estar sempre com a mãe.

Pegaram? Sandra. Cassandra, Ca-Sandra. HAHAHAHAHA! Muito bom.


Chuvarada

O Rio está encharcado (que frase). Hoje tive de sair a pé, e foi um suplício, porque ventava muito.

Vem cá, é só comigo que o guarda-chuva vira do avesso O TEMPO TODO??

Minha mãe me reconheceu de longe e ficou acenando, mas eu, entretida em lutar contra aquele morcego rebelde que mais me molhava do que protegia, não retribuía. Até que ela chegou mais perto e eu abanei de volta, mesmo meio cabreira, vai que é outra moça se fazendo passar por Aninha...

Mas era ela mesma, inconfundível.

- Oi. Fiquei te fazendo sinal de longe, mas tu nem viu, né?
- Vi não.
- Pois eu te reconheci de loooonge. Muito fácil.
- É? (Lá vem).
- É. Tinha uma coisinha branquinha (meu rosto), a roupa preta, e mais duas coisinhas branquinhas (minhas canelas, abaixo da calça de ginástica).

Hum.


Drenagem linfática

Da série: coisas boas que a gente faz porque todo mundo diz que é bom, mas fica com aquela impressão de que está jogando dinheiro fora.

Drenagem linfática. Lá fui eu. Dizem que é muito bom na gestação, e eu comecei foi tarde. Morria de preguiça. Ainda morro. Mas fui assim mesmo, até para ver como era.

Primeiro, cheguei lá e a moça foi logo escrevendo na ficha: “pós-parto”.

- Você é que teve o bebê, né?
- Hein?
- Você que é a moça que ligou dizendo que recém teve um filho, né?
- Bom... na verdade eu ainda vou ter. Uma filha.
- Ué! Mas você está grávida?
- De seis meses.
- E cadê a barriga??

Muito bem, considerei-me elogiada e segui em frente. A fisioterapeuta, muito simpática, fez umas perguntas e pediu que eu tirasse a roupa e ficasse só de calcinha e sutiã. Na frente de um espelho enorme. Que ela ia tirar minhas medidas. Ai.

- Vai tirar minhas medidas? Mas justo agora, que estou grávida???

Disse que era bom para acompanhar a evolução do tratamento. Sei. Quero dizer nada, não, mas até fevereiro a tendência é que eu “cresça” mais um bocado. Haja fita métrica.

Começou, enfim, a me fazer aquela espécie de massagem (muito levinha, quase um alisamento) – que, segundo ela, estimularia minhas glândulas do sistema linfático, favorecendo a eliminação dos líquidos retidos.

- Ajuda a eliminar celulite?
- A do grau um, sim.
- E qual é a do grau um?
- É aquela que só aparece se você apertar o tecido, assim (beliscando).

Fiquei pensando, mas não disse: se a drenagem ajuda a eliminar uma coisa que só aparece apertando, também tem outra coisa que ajuda muito. É não apertar. E isso é de graça!

Quase dormi, porque o tratamento realmente é muito suave e dura uma hora. Acho que voltarei na semana que vem. Não sei bem por quê.

Minha mãe quis saber:

- E aí?? O que é que achou?
- Achei caro!!