12 dezembro 2002

Óóó, pobres BiBlogólatras Anônimos, quer dizer que sentiram minha falta, foi? Pois, que peninha, também agora estou sem tempo de acarinhá-los como deveria.

Das últimas notícias que me vieram perturbar os ouvidos, a pior foi – e está sendo – a tragédia em Angra dos Reis, é claro. Se bem que, aqui pensando, é de causar semelhante mal-estar a seguinte novidade: “Kelly Key lança REMIXES INÉDITOS”.

Não estou de brincadeira, e o termo não é meu (eu não seria capaz de criar tal pérola). Acreditem, “REMIXES INÉDITOS”. Eu me ponho a refletir sobre o que poderia vir a ser um REMIX INÉDITO. A julgar pelo prefixo “RE” - que, salvo engano, significa tudo, menos algo NOVO! -, então a expressão me parece seriamente equivocada. Para dizer o mínimo.

No entanto, quem inventou a pérola tem minha honesta admiração, e até minha peçonhenta inveja, se quiser. Está aqui estampado o supra-sumo desse vácuo criativo em que se encontram os artistas “top” das nossas “paradas radiofônicas”: REMIXES INÉDITOS!

Aliás, não existe coisa mais PARADA, de fato; com perdão do trocadilho inevitável.

Estou ansiosa para conhecer o novo-lançamento-re-inédito-mixado da cantora Kelly Key. Há de ser surpreendente.

O mercado fonográfico brasileiro encontrou a chave (key?) do sucesso; desde então, eu ouço rádios gagas e gagás, re-re-re-re-repetindo as mesmas paradas e babando, baby, babando no molhado.

Valha-me Deus, quisera isso tudo fosse apenas uma crônica ácida de alguma baixista solitária, rejeitada e mal amada, soterrada numa clave de fá. Seria menos dolorido, pois com a minha rabugice eu já me entendo há décadas.

O que não dá para entender é essa usina de re-novidades re-inéditas.
Re-voltante, não?