30 novembro 2002

Boas!!

Em primeiro lugar, fiquem sabendo que eu leio, sim, todos os recadinhos que vocês me deixam aqui. Não costumo responder um a um, porque já sou meio relapsa com os textos, imaginem se eu for tentar agradá-los nos recados... sei, eu sei que eu seria um fracasso.

Como vocês estão? Eu estou bem, fora o calor carioca. Fui à Lapa, na quarta à noite, e dancei um bocado – coisa que não fazia há muito. Mas ainda não tive coragem de enfrentar a praia, ao menos durante o dia.

Hoje eu vi uma notícia no Jornal Nacional, talvez a mais chocante dos últimos tempos, no meu modesto entender. Vocês devem ter visto.

Tratava-se do aumento da produção de munição de guerra nos Estados Unidos. Dizem que, depois do fatídico 11 de setembro, muitos americanos decidiram rumar para o setor bélico, trocando de emprego, passando a fabricar bombas.

Uma mulher americana largou seu trabalho na área farmacêutica e foi construir bombas. Ela ganhava mais com os remédios, mas, segundo afirmava, ficara chocada com o atentado às torres gêmeas, de modo que pensou: “Preciso fazer alguma coisa pela minha pátria”.

Agora ela se sente muito mais tranqüila, porque sabe que está ajudando o seu país. Ganhando menos. E fazendo bomba.

Estamos acostumados a ver a morte estúpida, todos os dias, na tevê. Isso é chocante, é execrável, é repugnante – mas, por mais frio que possa parecer, até morte está banalizada. E a gente assiste a assassinatos, entre um gole e outro de cerveja, como se fosse apenas mais um absurdo entre tantos.

No entanto, quando aparece algo assim, como uma cidadã que deixa seu emprego para “servir à pátria” fabricando coisas que explodem, aí sim é que eu me choco de verdade. Porque a morte está ali, nas mãos satisfeitas daquela mulher, em estado primitivo. A morte em potencial, adotada (e adorada!) como solução.

Assim fica difícil, não é?