17 junho 2005

Clean?


Estava vendo aquele programa do GNT, “Mulher Procura”. Uma mulher de trinta anos reclama que não gosta dos homens que a abordam “na noite”. Que a noite é para conversar com os amigos, beber, relaxar etc. Não é lugar para paquera. Sujeito fica inconveniente quando vem interromper o bate-papo dela com os amigos para puxar conversa, pedir telefone, essas coisas.

- Acho isso muito agressivo! Prefiro uma abordagem mais... clean.

Aí você olha o braço da moça: é estampado (eu disse estampado!) de tatuagens, do bíceps ao punho. E ela fala sem parar, gesticula o tempo todo, mal respira.

As pessoas são curiosas, não?

E tem mais.


***
Marido = mecânico


Mais tarde, aparece a moça indo a uma agência de matrimônios. O dono é um personagem pronto, só vendo. Eles conversam. Ele faz altos elogios à sua agência – diz que, lá, o negócio é sério. Que só aceitam homens que realmente tenham interesse em se casar. Inclusive, os três primeiros encontros acontecem nas dependências da própria agência.
Pensando o quê?

Pronto, a nossa heroína se convence de que o caminho é aquele mesmo. E, para fechar o quadro, sai com esta:

- Tá certo! Quando o carro da gente quebra, a gente vai a uma oficina procurar um mecânico, não é? Então!

Vocês entenderam a conexão?

Eu demorei um pouco, mas entendi: quando a gente quer um marido, vai a uma agência de matrimônios.

Essa deve ser a abordagem clean que ela procura. Hoho.


***
Sozinho ou em dupla?

Nenhum de nós dois teria coragem. Mas, se tivesse que saltar de pára-quedas um dia, eu preferiria saltar em dupla – com alguém mais experiente, claro. Já meu irmão, sozinho.

E você?


***
Outro dia faz tempo


Passando, a pé, por uma rua aqui do bairro, me peguei pensando:

“Ah... eu me lembro dessa rua, passei aqui outro dia...”

Foi quando me dei conta: o “outro dia” já fazia uns cinco anos.

Xampu tonalizante, urgente.


***

Olha as horas
Olha as horas como passam
Distraídas em silêncio
Como marcam seus compassos
Olha as horas como esperam
Como se espreguiçam
Olhas as horas como voam
E não marcam compromissos

(...)

Olhas as horas
Como mudam pelo mundo afora
Como fazem hora, como viram zero
Olha as páginas da história
Olha a folha solta pelo vento
Olha a cor do teu cabelo
Olha as horas como fazem seu serviço

Máquinas de fazer máquinas (Nei Lisboa)