03 agosto 2003

Domingo com Nana, flores, Vó Maria e blog de roupa nova



Abri a porta de vidro que separa a minha sala com piso verde (ardósia) da minha varanda, e está entrando um ventinho abençoado. Estou ouvindo um CD de mantras do Tomaz Lima, que é uma delícia. Acabei de tomar um cappuccino quentinho, que é outra delícia.

As flores que ganhei de uma amiga, dessas que vêm plantadas num vasinho (as flores, não as amigas), estão se abrindo, cada vez mais bonitas. Não tenho o costume de ter flores em casa; estou completamente apatetada, maravilhada com o fato delas crescerem tão bonitas, assim, sem pedir nada em troca.

Tenho conversado muito com as flores, mas sempre com muito respeito, e – sobretudo – medo de que alguém me pegue num tricozinho básico com um vegetal. Por isso, trato-as ainda com uma formalidade talvez desnecessária, porque assim fico mais tranqüila: se alguém me flagrar, vai ver que não temos lá muita intimidade, o que pode aliviar a má impressão. Ou será que não?

Hoje vi uma coisa bonita na TV, e olha que é domingo, e olha que foi em canal aberto: aquela senhora, a Nana Caimmy, ela me emociona tanto! Estava lá, sentadinha, cantando aquelas canções lindas, com aquela voz linda e o olhar de quem vê alguma coisa que a gente não vê. Nunca a vi pessoalmente, mas tenho impressão de que deve ser muito bom deitar no colo dela, conforme eu fazia com minha avó.

Por falar em avó – por Deus, como eu me estendo! -, minha doce e divertida vó Maria me surpreendeu hoje, ao me telefonar “só para ouvir a minha voz”, mas acabou cantando uma musiquinha que eu cantava quando criança - que ela lembrara outro dia, por acaso. Não nos falávamos desde o início de janeiro, e ela me faz um interurbano desses, só para me alegrar, colorir e perfumar ainda mais este domingo.

Engraçado, depois eu vi a Nana Caimmy na TV, que sempre me lembrou a vó Maria – até porque as duas cantam lindamente.

Nossa, como estou emotiva hoje! Meu ascendente em câncer me prega essas peças, de tempos em tempos. Até que eu recoloque os cavalos na frente outra vez (sagitário), é essa confusão de ver flores nas pessoas e pessoas nas flores, etc.

Não bastasse isso, acordo e dou de cara com esse design novo do meu blog, que me deixou completamente apaixonada e agradecida. Mais um presente de amiga, mais uma flor de amiga, dessas que ser abrem num gesto generoso e desinteressado, sem pedir absolutamente nada em troca.

Não sei se fui clara, então vou explicar:

estou feliz.
Mudando de ASS - unto

(Vocês vão entender meu trocadilho bilíngüe assim que lerem o post abaixo - que aqui no blog os últimos serão os primeiros).

Quanto à imagem do meu blog, estamos mesmo em manutenção. Minha personal-web-designer - o termo é “ótimo”, admiro que ela ainda não me veio reclamar – está ali, tratando de recriar o lay out, e já volta. Aguardemos em branco e preto, portanto, como nos convém.


Rock’n roll na... bunda?



Capa do Segundo Caderno do Globo de hoje: “Meninas más destronam as ‘boy bands’”.

“Cantoras com atitude roqueira acabam com reinado dos grupos de rapazes dançantes”.

E uma foto da Christina Aguilera, literalmente com a bunda de fora, com a seguinte legenda: Christina Aguilera abusa da provocação e tenta se adaptar ao novo perfil do pop adolescente.

Desculpe o clichê, mas... fala sério, né?!

Atitude roqueira era a Cássia Eller, completamente fora de forma, mostrando o peito caído em pleno carnaval na Bahia (terra do ACM!). Terrível, esteticamente. Chocante, hilário, totalmente indecente; leia-se como quiser, não importa: foi a coisa mais divertida e significativa que aconteceu naquele carnaval de tchans malhados e refrões previsíveis.

A bundinha empinada da Aguilera, convenhamos, é puro glacê. Gostoso e (não duvido) até cheiroso, mas ainda um material glúteo – que, via de regra, todo mundo tem, e não há nada de artístico-cultural-simbólico-de-atitude nisso.

Logo abaixo, uma foto sensual da Kelly Key:

“Kelly Key surge como a anti-Sandy: mais para mulherão do que para menina casta”.

Cantando ADOLETA?

As coisas estão mesmo estranhas; e eu, a cada dia, entendo menos.