21 março 2007

Total flex

Hoje eu a vesti inteira de verde. Pistache. Camiseta e bermuda, uma coisa. Pus no berço – ela já estava grogue e quase entregue – e fiquei ali fazendo “shhhh... shhhh...”, olhando aquela bolinha verde que saiu de mim. A cada “shhhh” ela fecha mais os olhinhos, geme qualquer coisa lá e enfia o nariz no travesseiro que deixamos ao lado para que não “entorte” o corpinho.

Afasto um pouco o travesseiro. Ela enfia mais o nariz. Afasto um pouco. Enfia outra vez. Afasto. Enfia. Afasto. Enfia.

Agora eu me afasto e – desisto! – fico só observando como ela vai proceder. Ela esborracha de vez o nariz no travesseiro (decerto gera sensação de aconchego) e, quando percebe que não vai dar para respirar, vira meio de ladinho e libera uma só narina.

Esperta e econômica, respira satisfeita com 50% da capacidade. Ou seja, sobrevive lindamente com um pouco de aconchego e um pouco de ar: um bebê total flex!

Demoro um pouco a compreender isso e me dói a coluna de ficar inclinada no berço: uma mãe Maria Fumaça.