21 fevereiro 2004

Eu fiz o teste:



Eu sou o Matthew Perry


Assim como o Chandler , sou sarcástico mas também
sou fofo e preferido das mulheres ! Apesar dos problemas eu ainda estou a
procura de um grande amor !



Faça você também: Que ator de Friends eu sou ?



Da arte de morar com o irmão

(Hierarquia)

Bilhete grudado no armário do banheiro, depois de uma faxina:

“Favor colocar o fio-dental babado DENTRO da lixeira.
A gerência.”


Bilhete dele, na manhã seguinte (escrito no verso do meu):

“Favor ir à merda.
A superintendência.”



Das coisas que eu nunca fiz

Estou encasquetada: nunca bebi o famoso saquê.
Ando atrás de receitas de drinques - agora que finalmente superei o medo do barulho do liquidificador, pois achei que já estava bem grandinha – que contenham saquê. De preferência com suco de abacaxi, que é a minha paixão, e tenho polpas congeladas aos montes no freezer.
Será que saquê combina com abacaxi?

E que não engorde muito. Leite condensado, estou fora!


Das coisas inusitadas da vida

Onze e meia da noite, toca a campainha: minha vizinha, nervosa, que a gatinha dela se atirou da sacada – isso não é novidade, ela tem por hábito. Mas, o pior: enfiou-se dentro do motor do meu carro. E não saía de lá por nada do mundo.

“É que deve estar quentinho lá dentro...” – explicou.

Descemos. Fui abrir o capô, e paguei o mico do ano: a não ser puxar aquela alavanca que fica dentro do carro, eu não sabia fazer mais nada. Não sabia abrir o capô completamente. Aliás, o nome daquilo é capô? Ou é tampa do motor? Sei lá.

Sim, eu sei que é de meter a mão ali por baixo e achar um negocinho que destranca, mas, no nervosismo, a gata miando asfixiada, a vizinha afobada, cadê que eu achava?

E o superintendente não estava em casa.

Fiquei pensando em como seria se o carro escangalhasse na Linha Amarela, uma noite em que eu estivesse voltando da Lapa, no meio da madrugada, e eu tivesse que abrir aquela tampa, a fumaça saindo pelos cantos, a ventoinha desarmada, eu também... bom, mas voltemos à gata.

Demorou uns minutos – que felizmente não foram fatais -, e consegui abrir o capô. A gata tinha se enfiado sei lá onde. E continuo sem saber, apesar de ter visto, porque não sei diferenciar um parafuso de uma porca, que dirá distinguir algum objeto naquele emaranhado de parafernália mecânica. Bem, dizem que ali tem um motor, e já me basta. Havia também uma gata, que, por sorte, era branca feito neve, e ainda miava.

Minha vizinha, com aquela propriedade que só quem tem gatos pode ter, não tardou em puxar a bichana por meio de uma fresta – por onde nós, leigos, jamais poderíamos imaginar que a gatinha fosse capaz de passar. Mas os gatos têm disso, pulam de sacadas, reduzem de volume, escondem-se no motor dos outros, etc.

Enfim, tudo acabou bem, e pude continuar vendo o Big Brother (ooops, contei!).
Carnavaleco


Tempinho enjoado para os cariocas: chuvinha. De minha parte, um pouco irritada, como sempre, com essa época em que todo mundo simplesmente pára de fazer tudo - e o que antes já não funcionava direito, agora, então, nem pensar.

Está certo, ninguém pode pensar em trabalho ininterruptamente (meu “bico” de voz-e-violão num barzinho foi cancelado hoje... por que mesmo?), ainda que se esteja com as calças na mão, como estou, como estamos todos nós, ou quase todos. Mas, cá entre nós, não venha Domenico Di Masi querer incluir a gandaia desenfreada e a manguaça pré-quarta-feira-de-cinzas no rol das (não-)atividades carinhosamente por ele apelidadas de “ócio criativo”. Sem querer ofender, já não vejo muita coisa de criativo nos carnavais há vááários anos.

A propósito, noite dessas a TVE exibiu um belo programa sobre samba – o verdadeiro -, mas garanto que ninguém viu, porque a cadência era um pouquinho mais lenta do que os frenéticos rebolados pré-carnavalescos que as outras emissoras mostravam no mesmo horário, por sinal, nobre. Pois ali, na TVE, personalidades do samba, estudiosos e fiéis observadores (são sempre os mais interessantes) discorriam sobre o tema dois-por-quatro, sem pudores e sem jargões, como se contassem a história de uma vizinha de porta.

Entre outras coisas, eles lembraram que a “vizinha”, quando desfilava na avenida há alguns anos – nem muitos! -, rebolava muito mais gostoso, mais swingado. Até que resolveram atropelar a vizinha.

É isso mesmo. Aceleraram o andamento do samba-enredo até não mais poder, e hoje ele é o único que não desfila: corre. Uma judiaria, como dizia minha avó.

Parece que o balanço, outrora um pré-requisito para se falar em samba de qualquer espécie, agora perdeu o sentido. Pelo menos o sentido auditivo; que, no visual, tudo balança cada vez mais.