28 junho 2006

Clic! Baixe meu conto


Foi publicado um conto meu nesta edição do site Webwritersbrasil. Chama-se “Clic! Biquinho” - é a história de uma moça cujo namorado é ótimo, exceto por um pequeno detalhe: em todas as fotografias, o sujeito aparece fazendo um biquinho ridículo.

Prestes a se casar com o cara do biquinho, a pobre noiva está desesperada com a certeza daquele anexo desastroso em cada retrato do seu álbum de casamento. Não sabendo mais o que fazer para se livrar do biquinho, ela enveredará por caminhos inimagináveis (e cômicos, claro).

Se você quiser saber o resto da história, clique no link do site Webwritersbrasil – ao lado, na lista dos meus favoritos.
Percalços

Queridos, obrigada pelas visitas de sempre! Tenho tido uns percalços por aqui, por isso a demora em novos posts. Aos que perguntam e se interessam: o exame de sangue que eu fiz foi apenas um check up habitual, e passei no teste, estou ótima, pronta para driblar percalços e correr para o abraço.

Volto logo – mas é logo mesmo, hein?
:o)
Beijos.

16 junho 2006

Querem meu sangue

Coisinha curiosa: mosquito acaba de me picar no braço, bem ao lado do furinho que a moça fez hoje de manhã com a agulha. Maria vai com as outras, né?

Decerto pensou: oba, o petróleo é nosso! Hunf.
Sangue, bunda e adjacências

A vampira que me furou nem mostrava os dentes.

Fico nervosa nessas horas, olho pela janela, respiro fundo e nada adianta. Quando elas amarram aquele elástico no braço da gente e começam a procurar a veia, cruz credo, que sensação horrorosa. Algodão com álcool. “Olha, é descartável” – ela me mostra a seringa, e quem disse que eu quero olhar?

Se é descartável ou não, veja bem, se você diz que é eu acredito piamente. Tô em condições de questionar? Fura logo e acaba com isso, bandida!

Começou a puxar tubos e mais tubos do meu sangue, não queria mais parar. Perguntei se ia sobrar alguma coisa para mim. Ela riu, mas nem mostrou os dentes. Graças a Deus. Minha mãe observava com cara de dó.

Sim, eu levei a mãe, confesso. Sempre levo, sobretudo nestas duas ocasiões: hemograma e quando vou posar pelada. Mães ficam nervosas pela gente, é ótimo, terceirizamos o pânico e fica tudo bem. Minha mãe até bufa por mim (eu gosto muito de bufar, me acalma).

A última vez em que posei pelada eu tinha um ano e meio. Agora estou dando um pequeno intervalo, devo posar outra vez aos, sei lá, 40. Chiquérrima.

Até lá eu tenho algum tempo – se bem que passa rápido, é o que dizem -, posso malhar muito, fazer todos aqueles tratamentos em que a bunda esquenta, depois a bunda esfria, depois gela, depois amassam a bunda, depois dão choque, depois alisam, depois passam alguma coisa bem cheirosa e a gente sai de lá com uma bunda que, vou te contar, é praticamente outra bunda! Sem falar nas coxas e adjacências.

Você sabe, mulher é cheia de adjacências.

Não que adiante alguma coisa, pois os homens só olham mesmo é para a bunda.

15 junho 2006

Cortaram o meu cabelo


É sempre assim: saio de casa dizendo que “vou cortar” o cabelo e volto conjugando o verbo diferente. Cortaram. Não fui eu que fiz isso. Cortaram, cortaram!

Eu disse qua-tro-de-dos, mas ela entendeu um palmo, e meu cabelo ficou pela altura dos ombros. Está bem, um dedinho abaixo. Mesmo assim, quanta diferença... E ela ainda queria fazer escova! Claro que não deixei, tenho horror à escova - meu cabelo é fininho e fico com cara de Mortiça Addams, com tudo escorrido pela cara, parece que as olheiras saltam para fora dos olhos. E tem uma creche bem em frente ao salão, não ia ficar nem bem.

Insistiu, queria secar e espichar meus cachos, mas fui firme: não e não. Você acredita que ela até fez beicinho?

Loira oxigenada, de calça com cintura alta e apertada com um cinto fino. Sapato pontudo, blusinha justa que depois vem afofando cá em cima. Olhando assim, nem precisava empunhar uma tesoura para se prever logo o perigo. Ah, se eu tivesse juízo.

Claro que saquei a tramóia dela: queria me alisar as madeixas para que eu não percebesse como ficaram curtas! Sou boba?

- Deixa assim que eu já vou me acostumando ao novo visual – eu repetia para ela e para mim mesma, com um olho no espelho e outro na consciência, Deus do céu, o que é que eu fui inventar?

Mas assim somos nós, mulheres. Nós inventamos o tempo todo, e ainda achamos bonito dizer que inventamos. Como somos criativas, blá, blá, blá.

Tudo muito bom, tudo muito bem. Mas CADÊ O MEU CABELO, PEDRO BÓ???

14 junho 2006

O Rei

Você sabe qual é o rei que nunca morre e que é vitalício? É o reinício. (De uma música do Luiz Tatit, simplesmente adoro essa idéia).
**
Então eu estou me divertindo, porque vou tocar/cantar no sábado. Se alguém quiser assistir me avisa, que eu dou as devidas coordenadas.


O Orkut é pop

Olha que coisa inusitada. Fui levar meu violão para dar uma regulada, e o cara da loja (que também conserta instrumentos) perguntou meu nome. Quando eu disse, ele perguntou: “Ué! Não tem uma comunidade com o seu nome no Orkut?”.

Caramba! Ele reconheceu porque, ainda outro dia, um amigo dele (músico) tinha enviado um convite para entrar lá. Me disse o nome do amigo, mas eu acho que não conheço, ou devo conhecer por outro nome. Achei muito engraçado, as pessoas agora se reconhecem a partir do Orkut!

13 junho 2006

Brasil X Croácia - Copa / Cozinha

COPA
Então o jogo foi aquilo que todos nós vimos. Muitos dizem que o Kaká vai ser a verdadeira boa dessa Copa. O gol dele foi mesmo lindão.

COZINHA
Agora... Essa euforia em torno da sua beleza (do Kaká, não a sua!), well, questão de gosto; eu acho o rapaz muito do sem graça. Sabem quem eu acho mais engraçadinho? Robinho. Já viram o jeito como ele ri? Isso conta, oras.

O Kaká ri muito certinho.

COPA
O futebol, para quem não entende nada (como eu), tem uma penca de coisas engraçadas. Frases estranhas. Fulano não estava impedido porque o zagueiro beltrano de tal, número tal, lhe dava condição. Acho tão antigo, dar condição.

Sem falar no termo “enfiada de bola”. Desculpem, mas o que é isso?

De modo geral, observo que o jogador bate com o pé na bola e ela vai para algum lugar, cai nalgum canto, quica, rola, enfim – tudo isso não é enfiada de bola? Não. Enfiada de bola parece ser alguma coisa mais específica, talvez quando é feito um passe para, sei lá, um daqueles caras que ficam na frente, para mó di tentar um gol. “Enfiada de bola”, eles dizem, com aquela voz de Galvão Bueno e bem amigos da Rede Globo. Eu fico boiando, mas acho bacana e tal.

COZINHA
Durante o jogo aconteceu uma coisa muito estranha. Uma família vizinha, segundos antes do gol, gritou: GOOOOOOOLLLL!

Pensei que eram videntes. Mas aí me explicaram que eles tinham antena parabólica.

Ai, que sem graça. Ia bem lá fazer uma consultinha básica.

COPA
Um jogador disse que faltam ainda seis ‘degrais’. E então eu já acho que faltam mais!

COZINHA
A camisa da Croácia não parecia toalha de mesa de pizzaria de quinta?

COPA
Desisto, desisto mesmo de tentar adivinhar quando o jogador está impedido. Não sei como os homens saem acusando “tá impedido! tá impedido!”, e quando vê está mesmo. Me dá uma raiva, porque eu sei o que é o impedimento, mas fico emocionada com a jogada e me esqueço de olhar para o diacho do infeliz do zagueiro no momento do lançamento.

COZINHA
Aliás, hoje o bandeira demorou para sinalizar o impedimento, e alguém disse: melhor levantar (a bandeira) atrasado do que não levantar.

Bom, enfim alguém diz alguma coisa que eu já sabia!!

09 junho 2006

Genérico

Quando acordei (aliás, enquanto ainda tentava dormir), tinha um infeliz cortando a grama da pracinha aqui em frente. Não sei se vocês conhecem esses prédios feitos de paredes que parecem de papel. Aqui é assim. Você ouve até a vizinha escovando os dentes, imagine o "resto". É constrangedor.

Pois agora imagine o cortador de gramas na pracinha, sendo que o meu quarto tem janela que dá para ela. (Fim de frase desastroso, mas vocês me entendem).

Bom, aí eu me levanto e sigo a vida. Às 11:30 (agora), quando estou começando a me concentrar de verdade no trabalho, aparece aquele pastor – que chega num carrão, abre o porta-malas e liga um microfone nos alto-falantes enormes. Começa a pregar na praça; volta e meia ele “canta”. Muitas aspas.

Aliás, acho que nem pastor ele é. Deve ser um genérico...

Sendo que esse genérico incomoda incomoda muito mais.

08 junho 2006

Sobressalto


A gente pega umas manias (fazendo o favor: diga que não é só comigo). Lia sempre o jornal de trás para diante. Agora inverti. É outro jornal! Iniciar com as notícias locais e a previsão do tempo estava estreitando minha visão de mundo.

Gostaram, “visão de mundo”? Esta coisa de ler muito jornal, se não cuidar, vai deixando a gente assim, meio clichê, e o pior: sem direito à errata no dia seguinte.

Ia do regional ao geral – e, quando chegava lá, já estava meio cansada. Café acabado. Labuta esperando, a cobrança. Sofá até essa hora? Tomasse vergonha!

Dava uma olhadela rápida nos artigos e nas colunas das primeiras páginas, e me enfiava na vida de qualquer jeito.

Agora, não. Agora leio primeiro as primeiras páginas (que devem estar nesta ordem por algum motivo, oras!), depois vou averiguar se chove, se venta, quantos foram atropelados, quantas balas perdidas foram achadas, etc, etc.

Tem um probleminha. Em vez de entrar pela vida de qualquer jeito, agora entro francamente sobressaltada.

07 junho 2006

Realidade virtual


Estava navegando nesse site lindo
(dicas de Marina W
, sempre ótimas); lá você escolhe um ponto do Rio, clica e vê a imagem em 360°. Deslumbrante!

Aliás, as imagens da web (e os monitores, e as câmeras) estão cada vez melhores – dá impressão que a gente está mesmo lá. Fico pensando, daqui a pouco vai ser possível clicar, por exemplo, na praia do Leblon, depois escolher entre um chope e uma água-de-coco, basta um clique (e um cartão de crédito, claro) e eles trazem em casa, 10 minutos ou o seu dinheiro de volta, e o entregador manda um torpedo quando estiver na portaria (interfone, o quê!), e você abre o portão com um clique, ou pelo celular mesmo, e recebe o pedido, e bebe com os pés para cima jurando que está no Leblon.

Se você quiser, também pode mandar vir uns caras de sunga correndo em volta. Tá, é só uma idéia.

Se bem que isso já é possível hoje em dia... Hoho.

06 junho 2006

TPósM


Uma amiga nossa, que entrou na menopausa há poucos anos, garante que ainda sofre de TPM. Mas diz isso assim: com certo orgulho.

- Não pode!
- Ah, posso, sim! Disso não abro mão!! Quero ver quem vai me tirar esse direito!

Uma vez por mês, portanto, descarrega seus nervos em quem passar por perto – pondo a culpa no falecido ciclo.

- E cólica? Ainda tem?

Ao que ela retruca, com típica delicadeza TPMística:

- CÓLICA? TÁ ME ACHANDO COM CARA DE TROUXA???

Ops. Melhor esperar passar...


Atirei o pau no pobrezinho do gato


Essa onda politicamente correta é um pé no saco, com perdão do saco – além de nos prestar desserviços, muitas vezes. Outro dia estava vendo na TV uma reportagem sobre as versões politicamente corretas das canções infantis.

Muitas creches adotam as mudanças, alegando que os pais reclamam. Não duvido. Na verdade, todos sabem (ou deveriam saber) que os elementos agressivos, assustadores ou “cruéis” presentes nas letras das canções infantis estão ali para cumprir funções específicas: ajudam os pimpolhos a entender as adversidades da vida, ou lidar com as emoções complexas (medo, raiva...) a partir de conceitos que lhes são familiares.

Aí vêm os bonzinhos do mundo nos dizer que atirar o pau no gato é uma violência, e não pode. Quando, na verdade, a própria criança não entende assim.

Eu pergunto: onde está, então, a violência?

Deus que me perdoe (Ele é bonzinho, há de perdoar), mas esses pais bonzinhos de mentalidade estreita podem ser os mesmos que vão invadir a Câmara dos Deputados a pontapés e paus – em nome das causas boazinhas.

A gente tem que ter um cuidado imenso com essas pessoas que parecem guardar o “bem” nos bolsos das calças - porque o bem deixa de ser bem assim que ameaça pertencer.

05 junho 2006

Alvo

É engraçado, a gente vai envelhecendo e...

[pausa para explicação: muitos irão pensar, como assim? Uma mulher de 28 anos não pode dizer que está envelhecendo, e blá blá blá. Pode sim, meus caros. Todos nós estamos. Dá licença. Envelheço desde os nove, precisamente. Sei disso porque tomei nota num diário – que, aliás, ostenta páginas amarelas, sebosas, pegajosas e dolorosamente confessionais. Aos nove eu já ganhava idade, portanto.]

Bom, mas eu ia dizendo. É engraçado como a gente vai envelhecendo e perdendo certas coisas pelo caminho. Uma delas é a delicadeza.

Não, acho que me expressei mal. Quis dizer: delicadeza irrestrita.

Preservo gestos, atitudes e palavras delicadas, é claro. Não meço o tamanho das minhas gentilezas. Adoro agradar, acarinhar, bendizer. Mas ando mirando bem melhor; alguns alvos não valem sequer a bala desperdiçada.

Concordam?

***

Tristeza


Que coisa mais triste a morte do guitarrista dos Detonautas (baleado ao reagir a uma tentativa de roubo, ontem, no Rio). Abrir o jornal nesta segunda-feira foi, mais uma vez, uma grande dor. Mais uma brutalidade, uma covardia, uma aberração. Coisas com as quais somos obrigados a conviver diariamente, nos fazendo vítimas generalizadas – se não física, com certeza emocionalmente: pois agora vivemos em estado crônico de medo; e o otimismo é que nos assalta, volta e meia. Infelizmente, sem muito sucesso.

Quando deveria ser o inverso.

02 junho 2006

Mistérios da informática


Quando acordei, o micro não ligava. Ligar, ligava. Mas não carregava. Algo assim.

Liguei para o meu personal, sou chique, tenho meu próprio técnico em informática. Ele resolve simplesmente tudo. É batata. Mas deu celular desligado ou fora de área.

Dali a pouco, recebo um torpedo: “Tô numa palestra, não posso falar”.

Xiii, personal indisponível. Mando torpedo: “Problemas no micro. HELP!”.

E ele devolve: “Eu já vi e não consegui consertar. Chama um técnico!”.

Meu Deus, era gravíssimo. Se meu irmão não consegue consertar alguma coisa, é sabido que seu único destino será o lixo. Não o do meu irmão; o da coisa. Quando ele pede para chamar um técnico é que o gato subiu no telhado. E estou com arquivos importantes aqui. Gelei.

Chamei o tal técnico, que ficou de me telefonar assim que estivesse pronto para a visita. Pelo sim, pelo não, fiquei brincando de desligar e ligar de novo a geringonça...

Adivinha?

Quando o técnico ligou de volta, o micro estava funcionando normalmente. Por obra misteriosa desses fantasmas da informática. Depois do susto, sempre fico me perguntando por que raios eu não tomo vergonha na cara e faço um back up. Mas é aquela coisa, só Jesus salva...

01 junho 2006

Apta à boléia


Fui lá fazer a tal prova de atualização do Detran. Foi fácil. Errei apenas duas questões (de 30), levei 11 minutos para completar tudo.

Mas atenção, motoristas: é fácil, mas nem todas são perguntas óbvias. Algumas coisinhas, é claro, a gente vai no bom senso. Mas também caem questões relativas, por exemplo, ao tipo de penalidade aplicada a essa ou aquela infração. O código de trânsito é enorme, impossível decorar tudo! Lá pelas tantas, você não sabe mais o que dá multa e apreensão da carteira, ou remoção do veículo, ou apenas multa, enfim.

Também cai muita coisa de primeiros socorros – basta dar uma estudada na própria cartilha do Detran, que não tem erro. Aliás, caem várias outras questões que estão presentes na cartilha, inclusive com as mesmas palavras, tudo bem mastigadinho.

Um homem que saiu junto comigo acertou as 30, e confessou que havia chutado uma. A da quantidade de álcool permitida por litro de sangue.

O funcionário: “Essa tinha na cartilha.”

E o exibido: “Ah... nem olhei a cartilha...”

Hunf.