15 novembro 2006

Sem culpa

Acabei ficando impossibilitada de ir à Expo Bebê e Gestante comprar o enxoval da minha filha. Motivos de saúde, vocês sabem como é. Minha sorte é que tenho anjos da guarda que fizeram tudo por mim, e está resolvida a parafernália. Aliás, muito bem resolvida!

Ensaiei sentir um pouco de culpa por não ter participado das compras, mas depois resolvi assim: deixa eu relaxar, vou ter muuuuito tempo pela frente para sentir o peso das culpas maternas. E soltei o ar.


Inconveniências

Divertidíssimo um tópico da comunidade de grávidas, no Orkut, onde as minhas colegas de barrigão reclamam das bobagens que são obrigadas a ouvir por aí. Tem cada coisa!

Uma moça reclama que ninguém JAMAIS está satisfeito com o tamanho da barriga dela. Quando era muito pequena, reclamavam que era muito pequena.

- Tem certeza que está grávida? Olha que pode ser mioma, hein?

!!!

Finalmente, a barriga começou a crescer. Quando ela pensou que iria agradar, ledo engano.

- Nooooossa! Tem certeza que é para fevereiro??? Sua barriga parece que vai explodir a qualquer momento!

E as piadinhas óbvias:

- He he he... Jura que é um só? Seu médico olhou direito? Pelo tamanho da sua barriga... he he he...

Muitas reclamam dos abusados – e abusadas - que, sem ter a menor intimidade com a futura mãe, vêm logo botando a mão na barriga. “É como se a minha barriga fosse pública!”, dizem.

Uma moça contou (essa é de doer) que foi a uma festa com o marido; lá pelas tantas, uma conhecida sapecou:

- Cadê o fulano, hein? Se eu fosse você cuidava bem do seu marido, onde será que ele está? A essa altura, minha filha, com você desse jeito, ele não deve mais agüentar ver barriga pela frente, e sempre tem um bando de magrinhas querendo dar em cima do homem das outras...

Pode???

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Portanto, nem tenho podido reclamar. Comigo acontece, claro, mas até que é light. Há quem sempre goste de comentar um ou outro caso de aborto, uma tia que sofreu de um negócio raro assim e assado (coisas cabeludas), o parto da fulana – imagine que o médico era praticamente um a-çou-guei-ro! Freqüentemente, terminam as histórias com: “... mas, imagina, com você vai dar tudo certo!”.

Ah, bom! – Faço aquela sobrancelha de quem se alivia e agradece pela solidariedade, termino a lista de compras que vinha mentalmente fazendo enquanto a doida contava causos que não me interessam e vou à luta.

A propósito, ontem comentei que estava completando seis meses de gravidez e tive que ouvir, no ato:

- Ah, então te prepara, porque os últimos três é que são os PIORES!!!

Não diga, meu bem.

Detalhe: a autora do comentário jamais esteve grávida.