29 novembro 2005

Web log

Você sabia que eu não sabia que a palavra “blog” vem de “web log” (que significa registro na rede)? Putz...


Mundo Pequeno

Estou praticamente viciada em blogs de brasileiros que moram no exterior. Tem uma página - chamada Mundo Pequeno - que reúne dezenas deles. Textos interessantes, engraçados, curiosos; fotos lindas, amadoras, comoventes; comentários consistentes, opiniões sem pé nem cabeça, relatos sobre passeios, compras, comidas e bebidas... enfim, o mundo é pequeno, mas cabe de um tudo nele.


Figurinhas

Tô achando meu blog fraquíssimo de figurinhas. Todos os outros têm mais figurinhas que o meu. Como a inveja é uma merda, aqui vai uma foto que eu tirei de um projeto/matéria muito bacana que O Globo está fazendo sobre os 100 anos da Av. Rio Branco (Centro do Rio). Lá tem um fotolog feito de fotos enviadas por leitores.

Esta é uma vista aérea da Praça Mauá e da zona portuária (por Daniel R. Carneiro).



Ciúmes

Ele: Te contar um segredinho: o mundo não vê isso tudo que você vê em mim, sabia?
Ela: O mundo eu sei que não. Mas A MUNDA VÊ!

Hoho.

23 novembro 2005

Buenas!

Estou escrevendo muito, para depois poder tirar umas “férias”. Entre um escrito e outro, é bom vir aqui bater papo com vocês. (Papo escrito, hoho).

Fui ali almoçar no restaurante a quilo, e encontrei o dono da padaria. Gosto disso: vida de bairro. Está cada vez menos difícil fazer as coisas sem carro no Recreio. Até abriu um café aqui perto, mas ainda não experimentei. Se tiver bolo de aipim, viro freguesa.


Passa rápido

- Veja só, novembro já está terminando...
- Hein?? Como está terminando, se ainda nem começou???

Aaai, meus cabelos!


Velas

Ah, novembro é mês de envelhecer e eu fico monotemática como uma velha engasgada. Sempre tive fascínio pelo passar do tempo. Acho que o assunto é misterioso e encantador: você não vê o tempo passando, mas confere seus efeitos. Queira ou não.

Por isso, cada vez mais, gosto da sensação de me deslocar no espaço. Caminhar, andar de carro, de bicicleta, sentir o vento balançar os cabelos. A estrada é uma maneira confortável de se sentir “operando” o tempo. Cruzar fronteiras é cruzar ponteiros.

22 novembro 2005

Então não tô dizendo?

Semana passada, uma família de Realengo foi posta a correr (de susto) por um invasor inusitado: jacaré entrou na casa, assim, sem bater.

Deus-que-me-livre-duma-dessas. Já chega eu ter encontrado um, perto da praia,outro dia. De duas coisas quero distância: olho gordo e boca grande. É do que menos preciso no momento.


Celebridade 1

Estou escolhendo latas de atum no supermercado, quem eu vejo? Zeca Pagodinho. Sorridente, conversando com quem passasse e puxasse assunto. Maior simpatia.


Celebridade 2

Em São Paulo, semana passada, no caixa do estacionamento do Iguatemi: Otávio Mesquita. Usava óculos escuros maiores que o rosto, mas girava o pescoço e sorria em 360 graus. Outra simpatia.

Praticamente ao lado, entra um “bonitão” (estilo mamãe-sou-forte) e deixa uma Ferrari na mão do manobrista. Passa com o nariz cutucando o teto.

Tenho a mínima idéia de quem seja. Levava o maior jeito de ser ninguém.


Meu aniversário

Não consigo deixar de perder o entusiasmo por esta época do ano. O mês de novembro entra angustiante, é verdade (deve ser o tal inferno astral). Mas, passado o dia 20, começo a respirar aliviada e fico toda alegrinha outra vez. Obaaaa, let’s apagar velas!

Ontem me ligaram da loja onde comprei minha colcha: ganho 20% de desconto em qualquer produto este mês. Vou lá gastar um pouco, que ninguém é de ferro.

Já que parar o tempo não posso, pelo menos envelheço em bons lençóis. Hoho.


Dia do músico

Oba, hoje é dia do músico!
Parabéns aos verdadeiros.
Aos de mentirinha, meus sinceros votos de profundo e prolongado SILÊNCIO.

16 novembro 2005

Milho verde, jacaré e moita


Cariocas cansaram das chuvas (eu estava adorando, confesso), e chegou o sol. De brinde, deu dia lindão no feriado ontem.

Gaúcha aqui teve a idéia de jerico (sou mestra) de ir caminhar na praia BEM na hora do regresso dos banhistas, à tardinha, quando o sol está indo embora e o povo idem – menos a gaúcha branquela, claro, que sai às 6h da tarde com protetor 30 e ainda espreme os olhinhos.

Pois bem. A praia era a sucursal do inferno, e as adjacências estavam absurdamente engarrafadas. Não havia para onde fugir. No calçadão era criança de patins, mãe irritada, pai bêbado, milho-verde rolando no chão e servindo de bola para o futebol atrapalhado dos adolescentes – ah, quantos gambitos tive vontade de chutar!

A ciclovia era invadida por motos, claro.

Nos carros parados, funk no último. (Popozudas não fariam falta alguma, não sei por que escolhem o fofo do urso panda em vez delas...)

Falar em extinção, no canal da lagoa (aquela imundície, como fede!), sobre a pontezinha de madeira apodrecida, uma dúzia de curiosos “admiravam” um banhista tímido: jacaré. Ai, meus sais, aonde vim parar??

Ainda na beira da praia, cansei de desviar dos cocos e dos milhos, e atravessei a rua. Quando pensei que tinha me dado bem, a cena me surpreende: um filho da mãe mijando na árvore. Me deu um susto imenso – embora, a bem da verdade, o “susto” dele nem fosse para tanto.

- Por uma mera questão de proporção, se eu fosse você, mijava numa moita. Ficava menos feio.

(Por que essas coisas não me ocorrem na hora?)

10 novembro 2005

Retrospectiva


Passou finados,
é isto:

outubro
setembro
agosto
julho
junho
maio
abril
março
fevereiro
janeiro

O cotidiano
visto assim,
pelo avesso,
é muito mais
espesso.
Poesia


Ao abrirem as cortinas, o público estava eufórico: ávido pela doce fumaça que lamberia as luzes coloridas piscantes que enfeitariam o chão do palco que abrigaria premiados atores-cantores que entoariam canções lendárias cujos finais parecessem ter sido feitos – e foram mesmo – para provocar um ataque de choro compulsivo coletivo capaz de lavar as almas dos mortais presentes, bem como de seus parentes, e dos ausentes, e (aproveitando) também dos parentes dos ausentes.

Bem, deu-se nada disso.

Veio só o preto no branco: texto dito por um poeta desconhecido, calvo, de estatura mediana, sapato meio gasto, oriundo (o poeta, não o sapato) não se sabia do interior de que parte, importado (o sapato, não o poeta) certamente do raio que o partisse.

Ninguém chorou um pingo. Mas, naquela noite, foram todos (mais ou menos) até a lua – e, olha, alguns até voltaram.

Ou seja: a poesia é uma espécie de “atalho” que a gente cria para andar mais. Daí o sapato gasto.

08 novembro 2005

Papo no Pilates


- Minha filha foi convidada para a festa de aniversário de uma amiguinha, e eu estou chocada.
- Por quê?
- A festa é na suíte de um motel. Precisava ver o convite. Cada pessoa paga R$ 40,00. Vão passar a noite num motel. Meu Deus! Motel!

Os comentários que se seguiram foram os mais variados:

- É, tua filha foi escalada para um bacanal. Como são as coisas. A gente cria os bichinhos com todo carinho...

- É nada! Isso é supernormal hoje em dia. Tá na moda! Vocês estão sendo preconceituosas. Saiu até reportagem no Globo.

- E daí?? Sair no Globo é garantia que não tem sacanagem?? Pois eu acho que é muito pelo contrário!

- “Hoje é festa lá no meu apê...” Hihi, essa garotada...

- Se eu fosse você, não deixava ir. Quanto anos ela tem? 21 é muito novinha! Tranca em casa.

- Eu não me abaixava para pegar guardanapo que caísse no chão...

- Acho que eles nem dão guardanapo nessa festa. Vai fazer o que com guardanapo?

- Será que tem comida, pelo menos?

- Você diz, comida, de comer? Ou...

- Brigadeiro, cajuzinho, risólis!

- Cachorro-quente...

- Salsicha, vai ter! Quá quá quá!!!


E a pobre mãe, que entrou na aula apavorada, saiu de lá em perfeito pânico.

04 novembro 2005

Barco


Hoje eu acordei um pouco melhorzinha e fui, saltitante, ler o horóscopo no jornal. Sim, eu leio horóscopo. Mas só acredito no que me convém.

Pois ali dizia, creia você se quiser, que é melhor a sagitariana estar atenta: “às vezes, só se percebe que o barco está afundando quando já está entrando muita água”. Assim, na lata.

P***quepariu. Só pode ser perseguição.

Não dava para me rogar uma praguinha menos resfriada, não? Água?

AAAATCHIM!!!

***

Vozes de família


É interessante como, nas famílias, algumas pessoas têm um timbre de voz semelhante – às vezes, confunde-se ao telefone.

Na minha, por exemplo. Minha mãe e eu temos vozes parecidas. Outro dia, quando estava no RS, tive uma longa conversa por telefone com meu tio. Marcamos um churrasco. E ele ia se despedindo:

- Então tá, Aninha, nos vemos no sábado...

Achou que tinha combinado tudo com a minha mãe.

Como tenho um timbre mais grave, muitas vezes também me confundem com o meu irmão. Tem uma casa de sanduíches aqui perto, onde fazemos pedidos freqüentes – a atendente acha que é sempre a mesma pessoa.

Eu: Boa tarde, eu queria fazer um pedido.
Ela: Oi, Seu Adalberto! Tudo bem? Vai o de frango ou o de tomate seco, hoje?
Eu: O de tomate seco.

Eu sempre peço o de tomate seco. Meu irmão sempre pede o de frango. E a moça jura que o Seu Adalberto alterna.

Quando a confusão é com o meu irmão, é ainda mais divertido. As pessoas ficam sem jeito.

Um dia ligou um amigo dele, e já atacou com essas brincadeiras que homem faz. Atendi:

- Alô?
- Faaaaaaaaala, bundão!!!!
- ...
- Que é, não tá reconhecendo a minha voz??
- Bom... na verdade eu...
- Vai ficar de viadagem, é?
- Viadagem, não... É que eu sou a irmã dele.

Longo silêncio constrangido do outro lado. Confundi a moça com homem, chamei de bundão e viado, e ainda dei um atestado de babaca.

- Não te preocupa, isso acontece toda hora...
- Ai, me perdoa...

Como é bom ver um rapaz constrangido, hoho.

Também já atendi namorada que me chamou de apelidos... fofos. Colegas de trabalho. Músicos, produtores, contratantes. A filha dele!

- Alô?
- Oooooi, paaai!!
- Pai é a #!*@()$¨)_#!@#¨&*(()*!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Ah, não. Pai já é demais, concorda?

03 novembro 2005

Me pegou


Agora eu tenho certeza que estou gripada. Porque minha voz soa como um violoncelo desafinado, tocado por um sujeito sem talento que sofre de tendinite crônica. Ah, cuja mãe chega tarde da noite em casa... sem razoável explicação.

Bom, tô p***.

02 novembro 2005

Gripe

Acho que estou gripada, mas não tenho certeza. Aliás, nunca tenho certeza da gripe, a não ser que ela esteja explodindo. Por isso, fico meio assim de tomar antigripais: estaria assumindo que estou com gripe. Tudo vai do psicológico.

Esses antigripais, a propósito, deixam a gente derrubada e imprestável. E eu prefiro ficar derrubada e imprestável na saúde, se é que me entende. Você não prestar para nada por opção é muito melhor do que não prestar para nada por falta de. O ócio é maravilhoso, mas a gente tem que poder puxar a cordinha e saltar na rua, se der na telha.

Eu gosto muito de enxergar a cordinha, nem que seja só para esnobá-la e continuar aboletada na poltrona. Dando tchauzinho pro vento.


Tato de terapeuta

E ela me tranqüilizou:

- Não, querida, claro que não. Nesse caso, você seria uma esquizofrênica completa. Mas posso te tranqüilizar: és apenas uma neurótica supercomum, desse tipo mais vagabundo que existe aos montes por aí.
- Desculpe, mas vagabunda é a senhora.
- Olha aí, não tô dizendo?


e-volução (por falar nisso)

Antes, tínhamos que guardar as coisas na cabeça. Hoje, guardamos tudo nos arquivos, e perdemos a cabeça quando eles dão pau – ou seja, toda hora.

Antes, éramos apenas neuróticos. Hoje, graças à tecnologia, temos fortes motivos.


Constrangedor

Eu estava caminhando e passou uma van cheia de estudantes. Um menino na janela fez BÚÚÚ!!!, e me deu o maior susto. Botei a língua para ele e fiz “nhéééé, seu retardado sem mãe!” (disse bem baixinho, claro).

Mas um sujeito vinha de bicicleta atrás de mim e viu/ouviu meu papelão. Afff! Pior coisa de falar sozinha é quando você está acompanhada e não sabe.