23 junho 2002

SHOUT OUT!!!

Alou, navegantes! Surpresa (até pra mim): JÁ temos linkzinho para comentários dos textos! :o)
Chama-se "shout out", e aparece aqui embaixo. Você clica nele, coloca ali o seu nomezinho, e manda um beijo para o papai, para a mamãe e para você. Ou o que tiver vontade! Não é ótimo?
A-D-O-R-E-I ! Agora vou poder falar com vocês mais seguidamente, e uns vão poder ler os comentários dos outros.
Coisas de Melissa...

MEG & LEOPOLD

Na verdade, o nome do filme é "Kate and Leopold", mas, para mim, a Meg Ryan é sempre Meg Ryan - com aquela carinha de Meiga Ryan, aquele cabelo ralinho, braços fininhos, olhos de anjo e sorriso de criança.

Kate & Leopold é uma comédia romântica (como não poderia deixar de ser) bem levezinha, daquelas de sair do cinema suspirando "ai, ai...". Levem suas namoradas, mas depois não reclamem se elas se lamentarem: "Aaaah, bem que você poderia ser um Leopold, de vez em quando...".

Leopold é um amante à moda antiga - com o diferencial de ter vindo do passado, de fato. Um homem de 200 anos, com corpinho de 30. Um sonho de príncipe encantado, com cavalo branco e tudo.

Kate (Meg Ryan) é uma mulher moderna, trabalhadora, de gestos frenéticos e cabeça confusa. Mais ou menos o que todas nós somos, mas com os olhos azuis que nem todas nós temos. Nada mais justo, afinal, Hollywood sempre foi mais charmoso do que as nossas reles vidas.

O filme une uma mulher independente e moderna com um príncipe encantado dos velhos tempos. De minha parte, sagitariana, baixista e vocalista de uma banda de rock, só posso mesmo assistir ao filme, dar boas risadas com meu tom irônico característico, e sair de lá balançando os meus cabelos tingidos, saltitante, como quem diz: eu, hein? Cara chato, esse tal de Leopold...

Sim, porque a minha mãe não me educou para ficar me derretendo por qualquer príncipe encantado, não senhora. Com sete anos de idade, eu pegava um pirralho do meu tamanho, daqueles bem irritantes, segurava no kimono dele, e o derrubava no chão. Depois, imobilizava o moribundo, e só soltava quando o professor de judô gritava "CHEGA!!!". Aí, o menino voltava a si, e me fitava com os olhos esbugalhados de horror - assim, me tornei uma mulher inesquecível... a meu modo, vá lá.

Leopold que se cuidasse comigo; que eu, de Meg ou Kate, não tenho nada. Sou dura na queda, meu filho, tá pensando o quê? Comigo, não. Se o vivente vier sozinho, há de se ver comigo. Se vier a cavalo, derrubo os dois.

Ok, digamos que o Leopold me apareça, vamos dizer, de calça jeans branca (em vez do cavalo), botinhas de couro marrom, e uma camisa qualquer. E que me atraia pela voz, pelo papo, pelos braços ou pelo furinho no queixo. Tudo bem, é só uma hipótese, admito que posso até me sentir um pouco balançada, embora trate de disfarçar o ocorrido em tempo recorde, por exemplo, chamando um táxi ou a minha mãe mesmo - o importante é saltar fora dessa situação constrangedora o quanto antes.

Se, por acaso, ele me convidar para sair antes da minha mãe aparecer, sou até capaz de aceitar. Talvez, talvez. Quando ele for abrir a porta do carro para eu entrar, vou fingir que nem vi, porque puxou um fio da minha meia, eu fiquei ali distraída, e quando percebi... ora, a porta do carro já estava aberta. Tudo bem, eu entro, sem reclamar. Dessa vez, passa.

Se estiver um frio de rachar, ele tirar o seu casaco e colocar nas minhas costas, vou fazer de conta que nem precisava, que sou resistente a baixas temperaturas, ora bolas. Leopold irá sorrir, doce, como quem diz: imagina se eu vou deixá-la pegar esse frio nas costas, depois é capaz de ficar gripada e não poder cantar...

Nem vou ligar para a preocupação desnecessária de Leopold. Se ele me fizer entrar antes dele no restaurante, e me abraçar na cintura, e for gentil com o garçom, e segurar na minha mão antes do prato chegar, e pedir o melhor vinho tinto, e me olhar nos olhos, e arrumar o meu cabelo que está caindo na testa, ainda assim eu não vou lhe dar a mínima. Homenzinho mais bobo, este.

Algum tempo depois, quando estivermos na Itália, passando a lua-de-mel e conhecendo a origem dos meus antepassados (ele fez questão de escolher a Itália por isso), eu não estarei lá muito certa do meu amor por Leopold. Provavelmente, estou só dando uma chance para que esse camarada aprenda como lidar com uma mulher moderna de verdade. Sim, deve ter sido por isso que eu casei com ele.

Quando, alguns anos depois, a Laura nascer (nossa primeira filha), eu talvez decida continuar vivendo com Leopold, afinal, ele terá a chance de ser o pai da minha filha, e não deve ser direito privá-lo de poder exercer essa tarefa.

Mas, uma coisa é certa: eu já terei aprendido a lição, e tratarei de educar a Laura de um modo totalmente diferente de como fui educada.

Mais ou menos assim:

Segunda-feira: judô.
Terça-feira: caratê.
Quarta-feira: bateria e percussão.
Quinta-feira: jiu-jitsu.
Sexta-feira: boxe.

Quero ver algum Leopold se meter a besta com a Laura, quero ver!