27 abril 2009

Microblogando

Curiosa modalidade esportiva que tem garantido o tônus da indústria fonográfica: lançamento de padres.
Hoho.

22 abril 2009

Erramos. Opa, de novo!

Nessa euforia da informação gratuita, as pessoas consomem tanto material não relevante quanto seu tempo livre permitir. E tempo livre é um bicho que espicha, espicha até se transformar em já-são-cinco-horas-e-eu-ainda-não-fiz-nada-de-útil.

Por outro lado, já que a informação não importa mesmo, há quem aproveite para produzi-la sem dedicar muito tempo ao conteúdo que transmite.

O resultado eu acompanho no Twitter, por exemplo: uma renomada empresa de comunicação dispara manchetes, a todo momento, oferecendo links para reportagens variadas sobre "cultura e entretenimento". Não demora (até porque nada demora!), e eles disparam também o clássico: "Erramos! Diferentemente do que foi publicado, blá blá blá...". E de novo. E de novo.

!!!

Se alguém reclamar, periga ouvir: "é de graça, meu filho, que falta de educação reclamar!". Bah.

15 abril 2009

A "cara" do Google, se existisse nos anos 50
Adorei!



14 abril 2009


Entrar no chocolate é fácil. Difícil é achar a porta de saída...
Por isso o ovo de Páscoa é redondo. Coelhos cretinos.

12 abril 2009

Busca

Nesses ares de relevo,
um pouquinho de respirar plano.

07 abril 2009

Importância e farelos

O sujeito que pesa os legumes finge que se distrai limpando farelinhos de alface lá no outro canto, a quilômetros da balança. Fico abanando minhas cenouras daqui, nada acontece. Sacudo também as abobrinhas e os tomates, lanço mão das batatas: nada, nada. Uma senhora para atrás de mim; outra avalia o preço das cebolas e comenta, bufa e estala os beiços se dirigindo a ninguém, depois vem se unir a nós nesse exercício do nada. O moço da balança finalmente se vira e faz cara de quem está surpreso porque acaba de nascer um pé de senhorinhas enfileiradas desejando pesar legumes. E a cara de importância do cretino?

**

Bom, não há quem empacote as compras. Essa notícia a moça do caixa me dá com um gesto nada discreto: empurra as sacolinhas de plástico para onde eu alcance e continua passando os produtos, pi, pi, pi, como se me dissesse “mexa-se! estou fazendo a minha parte!”, pi, pi, pi.

A farinha de trigo está estranhamente empapada de alguma coisa. O açúcar está melado com alguma coisa. O sal está úmido de alguma coisa. Na importante sequência da minha tarefa de empacotar, descubro que a água sanitária é esse “alguma coisa”. Vaza, livremente, através da tampinha de rosca amarela que promete conter até pensamento. E a garrafa de álcool líquido – que já veio furada – é o outro “alguma coisa”. Pronto, há dois itens de limpeza profunda se alastrando pelos meus sacos de alimento numa total falta de cerimônia.

Após breve reflexão, concluo: ao diabo!, eles que se entendam!, já estou fazendo a minha parte. Pi, pi, pi.

E finjo que me distraio limpando os farelinhos do meu pensamento - que, aliás, não veio com tampa de rosca amarela.