18 junho 2004

E Chico faz sessenta



O Rio está em polvorosa: Chico faz sessenta amanhã. Brilhante. Azul. Lindo. E Buarque, ainda por cima.

Se tenho alguma frustração na vida é morar seis anos no Rio de Janeiro e nunca ter interceptado uma caminhadela de Chico no calçadão do Leblon.

Mas dei uma interceptada no site dele e me diverti horrores com a história do Julinho da Adelaide – o personagem que ele inventou para dar uma enrolada na censura. Chico contado (e “Julinho” entrevistado) por Mario Prata, então, é o melhor dos mundos.

Abaixo, o trecho final da entrevista que Julinho concedeu ao Prata, no jornal Última Hora, em 74:

MP - O Chico tem cantado a sua música e tem dado a entender que a música é dele. Ele se refere a você como se você fosse uma figura mitológica.

JA - Não sei, rapaz. Este pessoal que tem o nome feito, pode fazer muita coisa e não adianta eu ficar aqui reclamando, entende? Como eu já disse, eu sou pragmático. Eu preciso dele e ele de mim. Então eu não vou me colocar contra ele como você está querendo. Talvez o dia que eu for mais conhecido eu faça a mesma coisa. As pessoas têm que tirar proveito do que lhe cai nas mãos, não é? O Leonel que me disse isso.

MP - Eu queria que você se definisse, já que usa tanto a expressão pragmática.

JA - Eu não sei. Pra falar a verdade, o Leonel que mandou eu dizer que eu sou pragmático. Quando perguntassem coisa mais complicada, pra dizer isto. Por exemplo: "O que você acha da Censura?" Sou pragmático. Ele falou ecumênico, também. Disse que quando me perguntassem o que eu acho de Cuba, para eu responder que sou pragmático e ecumênico. Senão eu me meteria em complicações. Mas eu não posso definir exatamente como eu sou. Eu sou pragmático, pô!

Leia toda história – e a entrevista na íntegra - aqui