12 agosto 2008

Delicadezas de divã

Ao que, finalmente, ela me tranqüilizou:

- Não, querida, claro que não. Nesse caso, você seria uma esquizofrênica completa. Mas posso te tranqüilizar: és apenas uma neurótica supercomum, desse tipo mais vagabundo que existe aos montes por aí.

- Desculpe. Mas vagabunda é a senhora.

- Olha aí, não tô dizendo?

Hoho.
PS: Extraído dos arquivos deste blog.

07 agosto 2008

Google explica

O Google pode ser o deus da internet - e demais quinquilharias virtuais/essenciais -, mas, definitivamente, não saca nada de psi-coisas e auto-imagem feminina.

Olha o que ele me diz logo na primeira página do gmail:

"Nenhum e-mail novo! Se você estiver procurando algo interessante para ler, consulte o Google Notícias."

Chamou de sozinha, burra e desinformada numa só tacada. E gorda, claro.

Um pote de sorvete de 2l, urgente! Com caramelo e castanhas.

04 agosto 2008

A moça que liga, sempre

A moça liga às 4h da tarde:

- Alô, bom dia! (??) O senhor R. está em casa?

Essa moça liga dia sim, dia não atrás do meu marido.

- Ele não está. Você tenta o celular?

- Ai, será que você poderia me dar o número do celular dele... de novo?

Essas moças que começam as frases com "ai", ligam dia-sim-dia-não, às 4h da tarde, dando "bom dia" e perguntando pelo marido da gente, depois pedem o celular que eu já dei umas 457 vezes...

Se eu não a conhecesse, e se não tivesse até uma solidariedade pela sua franja bem intencionada, e o andar que gagueja (tem gente que não caminha: gagueja com os pés), e a voz que lembra um refrão acelerado de carnaval fora de época, e as estampas que achatam sua silhueta, e o cinto largo que lhe corta a figura ao meio, bruscamente, como se o busto e o quadril tivessem rompido em definitivo e não quisessem nunca mais se olhar nas fuças... Talvez até pensasse na hipótese de criticá-la.

Mas a franja é o ó.