14 fevereiro 2004

Tocando

Estarei tocando hoje, sábado, no Barra World Shopping – Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro. Quem quiser chegar, não há couvert artístico. E fazem uns crepes (no Sul, chamamos de panquecas) deliciosos. Procurem pelo cartaz: Bibi Da Pieve. Não tem outra. Não tem erro.

Engraçado é eu dizer meu nome aqui no Rio. Por telefone. Tele-pizza, por exemplo:

- Eu gostaria de fazer um pedido, por favor.
- Pois não. Qual o seu nome?
- Bibiana.
- Hein? (rindo)
- Bibiana.
- Viviane?
- Não. Com “b” de Brasil. Bibiana.
- Bibiane?
- Não. Bibianaaaaaa. Com “a” no final.
- Aaah, sim. Bibiana de quê?

Respiro fundo.

- Da Pieve.
- De onde?
- É o meu sobrenome: Da Pieve.
- Dábliu-érre (W R)??? (rindo)
- Vou soletrar, tá?
- W R ou Soletrar?

Respiro duas vezes. Fundo.

- Eu vou soletrar, dizer letra por letra, o meu sobrenome. Pode ser?
- Claro, senhora Babiane.
- Ok. “D” de dado, “A”, “P” de pato, “I”, “E”, “V” de vela, “E” de novo.
- De novo é com “D”, senhora. Termina com “D”?
- Não. Meu nome é Bibiana Da Pieve.
- Aaaah! A senhora é parente daquele colunista do O Globo?

Respiro aliviada. Mais ou menos.

- Isso!!! O Arthur Dapieve!
- Arthur de onde?

Doce ilusão.

- Querida, somos parentes distantes. O Dapieve dele é tudo junto, o meu Da Pieve é separado. Mas é tudo italiano, mão-de-vaca, gringo, branquela, Vamos ao que interessa – no caso, a pizza.

- Aaah, me desculpe, senhora Babiane WR. Nosso serviço delivery funciona só até as 22h.

- Mas eu liguei há 20 minutos !!!

- Sim, mas até que eu anotasse o seu nome... sinto muito, senhora WR. Fica para uma próxima oportunidade.