09 outubro 2008

Apenas uma vez

Só ontem assisti no DVD ao filme Apenas uma vez (Once – Irlanda, 2006), que foi bastante elogiado e ganhou o Oscar de melhor canção original com Falling Slowly.

Depois de um show do The Frames em Dublin, em 2005, o diretor John Carney (que já tinha sido baixista da banda) pediu a Glen Hansard, cantor e líder do grupo, que compusesse um punhado de canções que serviriam como base para montar um roteiro. O filme acabou sendo feito a partir de 10 músicas inéditas, e o próprio cantor/compositor interpretou o protagonista.

Filmado em apenas 17 dias e com um orçamento de US$ 70 mil, o musical modernoso - que conta a história de um músico de rua e uma vendedora de flores tcheca, também cantora e instrumentista - virou um fenômeno independente muito aplaudido. Sobretudo por questões que têm mais a ver com a sua condição no mundo cinematográfico do que, propriamente, com a “obra” em particular. O surpreendente sucesso de um filme barato e despretensioso, por exemplo, chama atenção e conta pontos. A ousadia do formato, idem.

Eu acho delicado dizer que é bom, mas certamente há ótimos momentos – e não só musicais. O carisma dos dois músicos/atores é inegável e rende belas e comoventes cenas. Já o ritmo se mantém lento do início ao fim, criando possíveis dificuldades soníferas para acompanhar uma história que, por sua vez, também vai andando meio de lado.

Em suma: é meio ruinzinho, mas é ótimo.

Só avisando: passe longe quem não pode com essas canções românticas de melodias tristonhas e refrões grudentos, como Falling Slowly. Abundam!



PS: Muito, muuuuito bonitinho mesmo é assistir à cerimônia de entrega do Oscar e ao breve e fofo discurso do casal – que, segundo consta, começou a namorar durante as filmagens. Em inglês, sem legendas. Aqui.