25 fevereiro 2003

CURTAS

- Hoje estou assim. De curtas.

- Filosofia de coturnos gaudérios: não tamanco quem peleja, tchê. (Inspirado no último texto, sobre os tamancos).

- O Rio de Janeiro teve uma “segunda sem lei”, como anunciava o jornal O Globo de ontem. Que bom se fosse só a segunda.

- Sentou-se ao meu lado no ônibus, ontem, um cara com a maior cara de Evandro. Calça jeans, pastinha, camisa de botão, óculos de sol. Bronzeado, cabelo curtinho. Trinta e poucos.

- Seria um perfeito Edu, mas, como era um pouco malandro demais, era Evandro. Ou devia ser.

- Evandro fez uma ligação. Evandro visivelmente era um desses apaixonados carentes, mas tratava a moça com uma formalidade broxante, usando “ok” e “correto” quando queria concordar com algo.

- Como é que eu sei que Evandro era apaixonado carente? Ora, porque ele pediu, quase implorou que a moça ligasse para o escritório dele naquela manhã, a fim de “combinarmos algo para logo mais, ok, correto, ok”.

- Homens dificilmente sabem o que dizer. E NUNCA sabem o que NÃO dizer.

- Como não querem passar por inseguros, preenchem frases vazias com “ok, correto e ok”.

- Estou sendo injusta. Cabe definir a faixa etária: apenas homens com mais de 30 e menos de 50 são assim.

- Parece que eles têm vergonha do jogo da conquista e da sedução – a não ser, é claro, que sejam casados. Os casados são sem-vergonha, mesmo.

- Os homens com menos de 30 são deliciosamente adolescentes.

- Os homens com mais de 50 são deliciosamente adolescentes.

- Essa fase aí do meio é que é problemática, porque eles acham que são “gente grande”.