17 dezembro 2002

Oi, meus queridos e minhas queridas.

Peço que não reparem n'algum possível erro de digitação. São duas da manhã, e estou sonolentamente me encaminhando a meus aposentos; só vim aqui mesmo para não deixá-los mais um dia órfãos de minhas sandices pseudo-literárias.

Escrevo do Rio Grande do Sul, mais precisamente de São Léo, Minha Terra. Vim passar as festas de fim de ano com minha família, embora tenha deixado boa parte dela no Rio de Janeiro - mas, tudo bem, nada é perfeito mesmo. Minto: o céu azul do Rio Grande do Sul é perfeito.

Desculpem minha crise de paixonite declarada ao estado que me pariu - juro, é temporário, e não é fruto de bairrismo algum. Apenas coisa de gaúcha que se auto-exilou dos pampas, por livre e espontânea vontade, e agora deixa de ser fiel: tem um marido gaúcho e um amante carioca, cada qual com suas belezas e seus sotaques inconfundíveis, fazendo com que meu coração bata em samba e milonga ao mesmo tempo.

Ops!, espero que entendam a minha metáfora: meu marido é o meu doce Rio Grande - casório registrado na minha certidão e tudo -, com quem me envolvo amorosamente desde que me conheço por carne e osso duro de roer, como convém a toda gaúcha que preze as tradições pampeanas.

Meu amante é um carioca, digo, um estado chamado Rio de Janeiro, onde instalei minhas letras e músicas assim que fiz 20 anos - e de onde não pretendo sair tão cedo. Claro que dou minhas escapadelas, que ninguém é de ferro, e o maridão sulista acaba recebendo o ar da minha graça volta e meia.

E chego sem aviso prévio, que é para pegar o peão no pulo, se for o caso. Ai dele!

Mulher é bicho bem sonso, mesmo.
Daqui a uns dias eu volto, com a maior cara de paisagem, e dou "aquele abraço" no Redentor. Finjo que só fui ali na esquina comprar pão...
Ele acredita, e fica tudo bem.

Isso se vocês não derem com as teclas nos dentes, né???