04 novembro 2002

É o tal negócio.

A gente começa a dar intimidade, fazer política de boa vizinhança virtual, e dá nisso. Pequenos movimentos organizados vão se formando, aqui e ali, como quem não quer nada. Eu, que não sou boba, desconfio.

Não é de hoje que venho notando que essas exigências de novos textos no blog têm passado de brincadeirinhas à toa, implicâncias carinhosas, mimo cibernético. Nada disso. Basta perceber que, outro dia, o nosso mural de recados – que já virou a casa da mãe Joana, diga-se passagem – simplesmente bateu o recorde: onze mensagens. Tudo por conta das organizações desse tal de MST (Movimento dos Sem Texto).

Daqui a pouco, estou até vendo, vão querer ditar os tópicos: escreva sobre isso! Escreva sobre aquilo! Eu vi o fulano na TV dizendo tal coisa, escreva sobre ele! Escreva sobre o seu pânico de pés descalços! Escreva sobre a onda que se ergueu no mar! Afinal, que fim levou a feira, o vestido, o Capitão Rodrigo, a pelada na praia e o carnaval?

Aqui pra vocês!

Eu que mando nessa bodega virtual, ou não me chamo Bíbi Da Pieve, com acento no primeiro “i”.

E, por falar em bodega, minha cunhada Erica (assim, sem acento mesmo, culpa da dona Maria, mãe dela, que tem por hábito sumir cinco dias sem dar notícias, e depois voltar, na maior cara deslavada, ainda convidar pra comer peixe na casa dela e tudo... me perdi nos parênteses, sempre faço isso).

E, por falar em bodega, minha cunhada Erica mandou que eu escrevesse aqui sobre o meu jogo de bilhar – citado por ela no mural de recados, dia desses. Está bem, eu explico.

Antes que a pequena comunidade aqui formada vá pensando que sou freqüentadora assídua de botequins no maior estilo “pé-sujo”, que fico enchendo a cara até as 4h da manhã e jogando bilhar com o Mario do Boné, o Zé Pascoal e o Bola Oito, esclareço: não é nada disso. Aninha, acalme-se. Ainda não cheguei a esse ponto.

O referido “jogo de bilhar” nada mais é do que um código de família. Nós usamos, cá entre paredes, a expressão “jogar bilhar” para o ato de trabalhar com música – o que mais faço, como todos sabem.

Mas o que tem a ver? – irão questionar.

Simples, minha gente. O jogo de bilhar consiste em encaçapar sete bolinhas. Como todos sabem, a música é representada graficamente por bolinhas (as notinhas no pentagrama, já viram?, lembram-se do caderno de música? – pois então).

Curiosamente, são sete as bolinhas do bilhar, exatamente como: DÓ, RÉ, MI, FÁ, SOL, LÁ e SI.

Eis a explicação para a minha mania de “jogar bilhar” – ou seja, fazer música, pois estou atarefada até os cabelos com essa história de tocar para 200 gringos amanhã, e depois tocar cinco horas a fio, num bar, sábado à noite.

Satisfeitos?

É por isso que tenho escrito pouco. Não que eu deva explicações (droga!, viram só?, vocês acabam me confundindo!!!), mas, só para constar mesmo.

Tchau, vou “jogar bilhar”...

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