Assombra-me o tempo, que me escapa do couro cabeludo, fino e branco, e arranco. Assombra-me a minha própria incompetência de lidar com essas coisas que andam; coisas que não me perguntam, não pedem, sequer avisam: apenas andam.
Há movimentos que só percebemos porque o cabelo daqui voa com algum vento de lá, nos fazendo coadjuvantes de uma história inevitável qualquer. Assombra-me, também, a impotente relação que temos com as coisas que não pedem passagem: apenas passam.
E ninguém avisa, ninguém protesta, ninguém adverte, ninguém, palavra nenhuma, nada.
Engraçada essa fobia infinita que me acende um alarme, que ainda me presto a idéias como assombração, não durmo, e ainda divulgo. Engraçado isso do susto que a cronologia às vezes nos prega, se o passar dos anos não se dá como em pulos, mas de forma absolutamente homeopática, comedida - como em dias, oras!
Parece que não importa, porque é naturalmente, que vamos indo, frouxos, no embalo...
e pronto.
Mas não é bem assim.
A pista é meio torta, porque é feita pela gente, às vezes eu vou indo, solta, entalo...
e tombo.
Azuis desmaiados
Há 5 anos
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