06 fevereiro 2004

Tenho impressão que ninguém me lê, com esse raio de blog estragado – ninguém pode conversar comigo aqui, nem se meter nos meus escritos... coisa triste.

Chegou uma frente fria e voltou a chover no Rio. Sabe que eu gostei? O calor estava insuportável, desumano, chegava a ser obsceno. Não que agora esteja frio – doce ilusão! -, mas deu uma amenizada básica.

Vi um homem mais que maravilhoso no supermercado, mas ele deu tanta atenção a mim quanto a uma lata amassada de atum sólido. Empoeirada. Esquecida na prateleira.

Nem quis saber meu preço. Nem minha validade, minhas calorias por metro cúbico, meu colesterol, meu teor de sal. Nem se tivesse uma promoção estampada na minha testa, leve duas, pague uma, acho que nem assim ele me notaria.

Inconformada, dei a volta na prateleira e passei por ele outra vez, mas de frente. Empinei o nariz como quem não quer nada com nada, mas, na verdade, quer tudo com tudo. Nada. Ele só queria saber da mostarda escura – mais intensa, mais apimentada, mais... tchan. E mais escura.

Acho que preciso pegar um bronze.

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