07 abril 2004

Cinema: alguém tem que ceder


Você já viu? Eu vi ontem. Comédia romântica bem legal, rende boas risadas e admiração aos atores principais – Jack Nicholson e Diane Keaton -, impagáveis nas cenas de comédia, honestos nas emotivas, sem cair na canastrice. Taí, gostei do filme.

Ok, a cena em que Erica (personagem principal) envereda numa crise de choro que acaba se transformando numa espécie de transe é, no mínimo, dispensável. Soa como “pelo amor de Deus, riam!!!”. E já estávamos rindo antes disso. Whatever.

No cinema, comigo, meia-dúzia de casais. E a solteirona aqui, única cabecinha que não aparecia com o respectivo par ao lado.

Quando saí, um consolo: uma dupla de cabecinhas que estava logo atrás de mim não era um casal, mas uma dupla de duas. Mulheres.

Se bem que, hoje em dia, não quer dizer que não fossem.


Estética e paciência

Hoje eu vou cortar o meu cabelão, que já está abaixo da cintura, e seja o que Deus quiser. Claro que não farei um corte estilo (new look) Giovana Antonelli, que tenho pavor de imaginar meu cabelo um dedinho acima dos ombros, jamais ousaria. Vamos devagar com isso.

Cortar o cabelo é coisa delicada. Ir a um salão de beleza já é complicado. Um mal necessário, eu diria.

Não sei de você, mas eu jamais me senti à vontade em meio àqueles espelhos todos, mulheres falantes, ruídos suspeitos – como o do secador de cabelos, por exemplo -, cadeiras esquisitas e velhas Caras revistas (em todos os sentidos).

O assunto geral vai de Giseles a Lumas, passando pelas vicissitudes diárias – um marido preguiçoso aqui, uma filha saliente ali, uns quilos a mais, uns reais a menos. E hoje, mais do que nunca: a babá Gecilda, que ganhou o Big Brother.

Além do básico, o acontecimento mais repetido na minha vida desde que me mudei para esta cidade maravilhosa:

- Oi, eu marquei uma horinha para cortar o...
- Seu nome?
- Não, o cabelo.
- Seu nome?
- Bibiana.
- Hein?
- Com “B” de bola. Bibiana.
- Gozado, não tô achando aqui...
- Tenta Viviana ou Viviane. Soletrei ao telefone, mas, às vezes... (sempre)
- Nadinha.
- Já sei: Fabiana. Deve ter aí, marquei para as 16h.
- Ah, correto. Achei. Desculpe, Fabiana, eu...
- Bibiana.
- Hein?
- Com “B” de bola. Bibiana.

E então vem a clássica:

- Seu nome é esse mesmo?

Minha resposta de sempre, com um sorrisinho: “Sim”.
Comentário dela: “Nossa, que diferente...”.
Minha vontade de responder:

a) Não. Bibiana é o nome do meu marido, eu me chamo João.

b) Nada! Estou fazendo uma pesquisa para melhorar o áudio na telefonia, por isso soletro esse nome e depois venho conferir se ouviram certo. Raramente conseguem ouvir. Não é um absurdo? Prazer, eu sou Maria, melhorando o áudio na telefonia.

c) Não, Bibiana é um nome falso, porque sou procurada pelo FBI, tal como nos filmes. Meu crime? Chacinas em salões de beleza. Acertou: o que eu tenho aqui dentro não é um violão.

Escolha a sua preferida, ainda dá tempo.

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